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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Desculpem a ignorância!

O pior que poderia ter acontecido às pessoas hipocondríacas foi o aparecimento da internet. Basta pensarem que têm um qualquer sintoma e é vê-los agarrados ao computador a pesquisar tudo e mais alguma coisa sofre uma eventual maleita que possam ter.

Geralmente o resultado destas pesquisas nunca é bom pois acabam todos numa espécie de depressão por algo que nem sabem se têm... apenas calculam ou imaginam.

Cá o "je" é precisamente o inverso já que nunca me preocupo em ler (leia-se decifrar) o resultado de um qualquer exame que me tenham feito. Era só o que faltava deixar de viver o dia descansado só porque fui curioso... Bem basta quando for ao especialista e ele me disser:

- Perante o resultado destes exames o senhor já deveria ter morrido há seis meses!

Assim sendo e para que não tenha surpresas destas prefiro manter-me na ignorância. Por exemplo ainda hoje fui fazer uma série de ecografias aos rins, bexiga e próstata (revisão dos 65 anos) e já recebi o relatório da especialista. 

Como todos sabemos a linguagem médica para um leigo... é indecifrável, mesmo que alguns doentes (os tais) se ponham a adivinhar o que cada termo médico pretende dizer.

Posto isto os resultados escritos que hoje recebi ficarão na minha caixa de correio electrónico bem arquivados na pasta devida e sem que eu vá lá dar uma espreitadela... Nem pensar! Antes morrer de ignorância que por antecipação.

Portanto a curiosidade nunca me há-de matar!

Degradação!

Estou há uma semana com os meus pais. Desde Sábado passado!

O meu pai tem 91 anos, feitos recentemente, e começa agora a ter problemas de saúde mais graves indiciado a iniciar hemodiálise.

A minha mãe, quatro dias depois do meu pai, fez 85 anos. Pouco mais de metro e meio de uma genica única, diria eu que herança da mãe! Todavia a cabeça começa a falhar essencialmente com alguns lapsos de memória. Repete amiúde as mesmas questões e percebe que já não é a mulher de outrora.

Portanto constato um pai triste e quase inerte - o exemplo encontra-se na sua total ausência da apanhana da minha azeitona, algo que nunca aconteceu - e uma mãe que chora o seu novo estado intectectual.

Deste lado temo pelo futuro deles... Como irá o corpo do meu pai receber um tratamento tão forte? Ou como acordará amanhã a minha mãe?

Uma degradação quase galopante e que me assusta!

Profundamente!

O trigo e o joio (versão séc. XXI)

Já em tempos falei daquilo que são os hospitais on-line. O que não quer dizer consultas... Que são coisas bem diferentes.
Na segunda há um contacto com o médico mesmo que seja via câmara e portátil, enquanto na primeira há apenas uma pesquisa na internet.

O conhecimento é algo muito importante. Todavia é sempre necessário uma certa capacidade para perceber onde começa o exagero ou acaba o bom-senso. Dito por outras palavars nem tudo o que se lê na internet é verdadeiro.

Da mesma maneira que os medicamentos descrevem todos os sintomas de efeitos secundários conhecidos para aqueles medicamentos isso não implica que todas as pessoas sofrerão esses mesmos efeitos.

Portanto minha gente... quando tiverem um problema de saúde procurem um médico verdadeiro, daqueles de carne e osso e não se embrenhem em teorias, algumas delas mirabolante e quase de conspiração, para explicar a vossa doença.

Haja, como já referi acima, bom-senso para saber distinguir o trigo do joio!

Segundas opiniões!

Quando um médico nos diz numa consulta e perante um bateria de exames "vá ouvir outra opinião" parece-me sinónimo de: "a sua situação clínica não é nada boa".

Bom ainda não me aconteceu tal, mas estou sempre à espera desta indicação.

No entanto sinto que é estranho que um médico dê aqueçle conselho a um doente. Dá a sensação de que não está seguro do seu diagnóstico e prefere atirar para outros algumas responsabilidade de decisão de terapêutica ou, quiçá, cirúrgica.

Depois há aquelas doenças crónicas que permanecerão até ao resto da vida (a gota p.e. é uma delas), que não têm cura e que alguns médicos insistem em manter um certa medicação quando deveriam mostrar as causas da doença e recomendar a execução de diferentes terapias.

Falei propositadamente da gota porque desde há semana e meia que tenho sido acometido de alguns ataques daquela doença, que segundo contam até vitimoubdiversos reis sendo um deles de Portugal.

Todavia e ao invés de antigamente sei que a culpa da gota é de origem hereditária mas outrossim por culpa da boca... ou melhor da pinga. Já que um dos produtos proibidos será o vinho branco.

Pois... o  Natal passado até houve champanhe.

Portanto neste meu caso não necessito de segunda opinião médica. Nem a busco, porque sei que só eu serei médico de mim mesmo!

Entretanto as dores são mais que muitas e um dos pés está substancialmente inchado! Para além de um medicamento para combater a maleita e outro para minimizar as dores... o resto é aguentocaína!

Os nosomaníacos!

Após a libertação quase total das máscaras vejo ainda muitas pessoas protegidas com aquele acessório.

Sei que nos lares e hospitais ainda parece haver essa obrigação, mas por exemplo na rua? A sério?

Hoje fui com a minha neta à natação. Reparei que uma senhora supostamente mão de uma criança utente abriu e fechou a porta que dava acesso aos balneários... com os pés, evitando qualquer contacto com o puxador da porta. Depois trazia consigo a dita máscara cirúrgica.

Tenho consciência que esta coisa do covid ainda não desapareceu por completo, mas temos de lidar com este virus como lidamos com os virus, dito normais, das gripes.

Resultado: agora consegue-se perceber muito melhor aqueles que são nosomaníacos! E são tantos!

A doença que é a nossa Saúde!

Muito se fala agora sobre a problemática da falta de médicos nos hospitais com a agravante de um recém nascido ter falecido por falta de assistência especializada.

Diria que em traços gerais este é um problema que há muito se previa. Basta olhar para a quantidade de novos alunos nos cursos de medicina (poucos!!!) para se perceber que mais tarde ou mais cedo a coisa teria de estoirar.

Obviamente que se em vez de um bebé tivesse sido um idoso a morrer, provavelmente ninguém faria desta situação o drama que se está a fazer. Mas isto sou eu a pensar alto!

Infelizmente nas últimas semanas deste Verão tão escaldante, as minhas idas a hospitais têm sido frequentes. Mas faz parte porque tenho na família gente com muita idade e que necessitam de cuidados permanentes.

Pelo que percebi os serviços de urgência estão cheios. Os médicos desdobram-se em atendimento a este e depois àquele para logo a seguir ser mais outro. Um verdadeiro corropio que esmaga qualquer pessoa tal é o "stress" associado.

Faltam médicos? Faltam. Faltam enfermeiros? Claro que sim! Como faltam auxiliares e muitos outros técnicos de saúde.

Mas deveria o Estado pagar melhor a esta gente, que muitos deles não optariam pelo estrangeiro e muito menos pelos hospitais privados.

Todos nós descontamos muitos impostos mensalmente. Já para não falar dos indirectos... Por isso bastaria aos consequente governos negociarem uma carreira específica para esta gente da saúde associada obviamente a uma tabela salarial compatível.

Problema! Se o que escrevi no parágrafo anterior viesse a manifestar os outros sectores do Estado (professores, administração pública, administração autárquica... etc, etc, etc) viriam logo a terreiro dizer que também queriam reformulações laborais.

Solução? Não fazer nada e pontualmente acertar uns acordos!

Até que isto um dia rebente!

Olhar, mas não ver!

Tive um bom amigo, entretanto já falecido, que teve uma doença terrível: esclerose múltipla.

Devido à sua doença tinha de ir amiúde ao Hospital de Santa Maria em busca de tratamentos. Primeiro a coxear, depois de canadianas e por fim de cadeira de rodas.

Dizia-me ele no dia seguinte às consultas:

- Fui ontem a Santa Maria... o local onde olhamos, mas não vemos!

Da primeira vez que me disse esta última frase fiquei um tanto atónito. Depois ao vê-lo dia a dia a definhar entendi melhor o significado daquela máxima.

Percebi que quanto mais lidamos com algo, mesmo que não seja simpático nem bonito mais nos vamos afastando da dor ou do sentimento de angústia. Ou dito de outra forma o sentido da visão poderá ter duas interpretações: aquilo que se constata com o nosso olhar - a parte física - e a forma como o que vemos nos toca - a parte emocional.

Por fim acrescento que o pior que nos pode acontecer é misturar ambas ou não termos capacidade de nos abstrairmos da parte emocional que é geralmente a que mais nos magoa!

Otorrinolaringologia? Check!

Após muito pensar decidi (sinceramente não decidi nada, fui empurrado!) deixar-me ser observado por médicos de diversas especialidades.

Iniciei com ortopedia, cujo médico me mandou fazer exames que entretanto já me sujeitei, mas falta a consulta final.

Depois passei para o meu otorrino. Mais exames e testes, Também já realizados.

Seguiu-se a consulta de gastro e mais uma bateria de exames e análises requeridas. Que se realizarão somente em Setembro e alguns só em Novembro.

Entretanto já marquei Urologista para Setembro assim como Oftalmologia para o mesmo mês.

Finalmente só tenho conclusões de Otorrinolaringologia. Ontem o médico comunicou-me que estou mais surdo, algo que já sabia! Do ouvido direito então não oiço nada. Do esquerdo tenho um defice nos sons agudos mais ou menos na zona onde se instala a voz humana. O que equivale dizer que não oiço a voz da minha mulher. O que por vezes nem é nada mau!

Portanto: Otorrinolaringologia? Check.

Entreguei-me!

Reconheço que posso incorrer num erro, mas não gosto de andar na estranha dança de médicos. Conheci muita gente que ao primeiro ligeiro sintoma de dor, espirro, fosse o que fosse, aparecia logo defronte de um médico em busca de tratamento.

Nunca fui desse clube semi alarmista.

Porém, com o caso do meu amigo que em menos de um mês se foi embora, para enorme tristeza minha, e tomando em consideração a minha idade terei de concordar com aqueles que me estáo sempre a alertar para ir fazer exames de rotina.

A semana passada consultei um otorrino que me mandou fazer exames para ver até que ponto está a minha surdez. Hoje fui fazer análises e amanhã tenho consulta de ortopedia. Também já marquei Gastro e Urologia e não sei se ficarei por aqui.

Chegou portanto a hora de me entregar nas mãos dos médicos. Veremos como sairei deste confronto, Só espero e desejo que sejam competentes.

Aquela doença!

Há infelizmente neste Mundo diversas doenças que não sendo graves no sentido de colocar a vida em perigo, podem ainda assim ser limitadoras.

Por exemplo hoje comemora-se o Dia Mundial do Vitiligo. Uma doença que se esconde por detrás de muita roupa e perante a qual muitos doentes se sentem inferiorizados.

Tenho um amigo, peregrino de Fátima e na vida como eu, que sofre desse síndrome. Mas que numa rede social escreveu simplesmente este texto:

Tenho Vitiligo identificado há 20 anos. No início foi uma caminhada dura no esconder, no preocupar-me com a reação que poderia criar nos outros, na aceitação. Com 30 anos nessa altura, confesso que não foi fácil. Procurei vários tratamentos, numa ânsia infundada que tudo voltaria ao "normal". Até que ao 3°dermatologista que visitei ouvi o melhor conselho possivel: "E que tal VIVER?". Senti uma estalada na cara e pensei:"Se calhar esta médica tem razão."
Hoje não falo por mim.
Hoje falo pelas pessoas que ainda não conseguiram resolver a situação.
Falo pelas crianças que são discriminadas pelos pais de outras crianças, que não querem que os seus filhos brinquem em conjunto, que por ignorância têm medo que se pegue essa maldita maleita.
Ou então falo pel@ adolescente, que @s seus amig@s mandam a piadinha sobre os defeitos da sua pele, que não está nos standards tradicionais de beleza instituídos.
Ou então pelo adulto no autocarro, que as pessoas se afastam como se tivesse lepra, com asco.
Ou pelo idoso, que nem lhe tocam num simples momento de afeto, não vá alguém ficar contagiado.
Todas estas situações têm um elo em comum: Derrubam a autoestima.
E usar a empatia?
Fala-se tanto em "Não Discriminação“ ... Deixem as palavras e simplesmente passem aos actos.
Hoje saúdo quem é como eu.
 
Muitos parabéns P. grande texto onde a coragem e o alerta para uma realidade tantas vezes escondida se juntam para um bem maior.
Bem-hajas pelo teu exemplo.

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