Hoje acordei a desoras. Ainda não eram cinco da manhã! Como não tinha sono ataquei o meu portátil e fui rever uns textos. Mas o tempo passou depressa e às sete da manhá já andava numa fona para avançar para as filhós. Às nove já estavam amassadas e prontas para começar a fintar
para às onze e meia estarem prontas,
Para iniciar a bravata de as fritar.
Foram preciso cinco horas para fritar nove quilos de massa de filhós, ficando com este aspecto.
Mas o dia não ficou por aqui e toca arranjar tudo para preparar e fritar sonhos de... cenoura!
Entretanto fizeram-se já as pêras bêbadas.
Amanhã seguir-se-á as rabanadas e mais uma série de bolos e doces.
Portanto tal como falei ontem neste postal a azáfama natalícia paira no ar (e dói nas mãos e braços).
A partir da proxima madrugada principia a costumada azáfama natalícia cá em casa.
E a primeira irá levar o dia inteiro que são as filhós (que cá para mim que ninguém nos ouve, não prestam para nada... alguma vez se viu filhós sem açucar?)
Segunda-feira seguirá o resto dos acepipes para terça finalmente tentarmos descansar-antes da Consoada.
Este ano ainda se pensou reduzir muito estas actividades tendo em conta a parftida da matriarca da família. Só que nasceram duas crianças e celebrar a vida não será todos os dias nem para todos.
Portanto bora lá arranjar estômago para armazenar tantos doces.
Eu vou ser cuidadoso pois a idade não perdoa e não vale a pena perder a saúde por um naco a mais de doce. Mas de uma coisa vou ter a certeza de fazer se chegar à manha de 25... Arrigementar um pijama de bolos...
Há uns anos decidiram criar o bolo-rainha que no fundo é primo do bolo-rei, mas sem as saborosíssimas frutas cristalizadas e que eu simplesmente adoro.
Entretanto não sei se foi a ASAE ou outra entidade qualquer que proibio entretanto a inclusão da fava e de um pequeníssimo brinde dentro da massa do bolo. Mais uma imbecilidade à portuguesa!
Tudo isto desapareceu por decreto retirando àquele doce a verdadeira magia... do Natal. Dizia também a tradição que a fava significaria a quem calhasse comprar o próximo. Uma brincadeira que quase ninguém respeitava.
Mas o Natal acarreta consigo as filhós, as rabanadas e mais um conjunto de doces impróprios para diabéticos. Por cá de compra só mesmo o bolo-rei e as azevias, porque o resto é tudo feito cá em casa.
A lista de doces já começa a ser elaborada:
- filhós (muitas e eu não como uma!);
- rabanadas;
- quadradinhos de chocolate;
- tarte de amêndoa;
- pudim de ovos;
- peras bêbadas;
- bolo de bolacha;
- bolo imperial;
- farófias.
Finalmente seremos, no dia 25, apenas dez à mesa... A ver se chegam estes doces todos!
Uma das coisas que por aí vou escutando é que as pessoas chegando a uma certa idade tornam-se gulosas. Ou dito de uma forma mais simplista começam a apreciar melhor os doces!
Os mais conhecedores deste fenómeno atiram para a idade a perda de paladar o que vai originar uma buscva por coisas mais apetitosas.
Ora bem... então não é que eu tenho notado um maior gosto por doces. Na verdade antigamente ligava pouco ou nada a bolos, bolachas e chocolates. Mas recentemente dei por mim a comer uma tablete de chocolate de uma só vez. Obviamente que não era muito grande, mas ainda assim considerei um exagero.
No entanto esta fuga para a frente não me leva a comer tudo o que é doce e me aparece na frente. Um pão-de-ló, por exemplo, ainda é para mim incomestível. Tal como as filhós que se fritam cá por casa... aquilo sabe a... coisa nenhuma, já que açúcar é apenas uma amostra!
Ao invés dos bolos, os pudins são bem vindos assim como as rabanadas e demais doces... de colher! Portanto... levanto a questão: isto de ser guloso será da velhice?
Ontem comentei este postal da Maria prometendo falar de um doce que uma tia minha faz com os figos.
É verdade que na aldeia dela as figueiras são imensas e boas. Falo da zona de Torres Novas cidade ribatejana amplamente conhecida pela abundância deste fruto.
Assim de vez em quando sou brindado com um frasco cheiinho destes saborosos frutos
mergulhados numa calda que é simplesmente.. supercalifragilisticexpialidoce como muito bem cantou Julie Andrews no seu conhecido filme "Mary Poppins" de 1964.
Abri hoje um desses frascos e retirei apenas dois figos.
Comer este doce é obviamente um momento único e que requer ser saboreado muito mas muito devagar. Quase com requinte de malvadez...
Não tenho a receita deste doce, mas o mais importante será sem qualquer margem para dúvida o próprio figo. Este é, certamente, o culpado desta mistura ser tão boa, tão doce e tão... pecadora!
Neste postal apresentei algumas das doçarias cá de casa para a época natalícia. A maioria feita aqui, mas surgiram também doces encomendados.
Hoje finalmente desapareceu o que foi ainda sobrando. Ficaram apenas as filhós que não tendo açúcar nem se podem considerar verdadeiramente um doce. Mais... é tradição da aldeia de onde é originária esta receita de fritos, fazer-se uma "festa das filhós" em Janeiro, muito depois do Natal.
Agora que passou a época da luxúria gastronómica, vem o regresso à alimentação mais comedida variando entre peixe cozido e alguma carne grelhada, com algumas saudáveis e necessárias variantes.
Deste modo encerra-se mais uma vez o último capítulo das festividades natalícias de 2022. Para tudo ser recuperado em 2023.
Com a cachopita a nosso cargo é obviamente impossível entrarmos na fase de fazer os doces e preparar a consoada com normal antecedência.
Deste modo será hoje a partir da hora do almoço que vamos, literalmente, meter as mãos na massa.
Primeiro as filhós à moda da aldeia Beirã (são boas para diabéticos já que quase nem levam açúcar!) amassadas e tendidas pelas senhoras, mas fritas por mim. Depois será a tarte de amêndoa, mousse de chocolate, cubos de chocolate, pudim de ovos, farófias, rabanadas, bolo de bolacha, bolo imperial, bolo de ananás.
Tudo feito aqui em casa.
E ainda se encomendou: uma lampreia de ovos, castanhas de ovo e umas trouxas da Malveira. Ah faltou falar do molotov que também será feito cá em casa.
Para a consoada teremos o polvo cozido, o bacalhau e um galo enooooooooooooorme. Tudo acompanhado por couves cá do quintal.
Algumas destas já foram distribuídas pela família e amigos. Mas não obstante estarem no meio da cidade não se baixam em qualidade às que trouxe da Beira Baixa.
Este não será um conto de Natal daqueles fantásticos, bonitos e alegres. Nem um dos tristes e amargos. Este texto será apenas uma breve previsão do que será esta minha semana que antecede o Natal.
Iniciaram-se hoje os primeiros trabalhos com a limpeza de algumas instalações que servirão de local de frituras. Já há muitos anbos que não se frita nada em casa devido ao cheiro que se instala. Deste modo recorre-se a uma casa que serve essencialmente de arrumos para lã se fritarem as filhós, tão ao gosto dos cá de casa.
Durante a semana ir-se-á partindo algumas frutas para outros bolos. Um trabalho que requer paciência e algum cuidado não vá a faca cortar o que não deve...
Quinta-feira amassar-se-ão as filhós para à tarde se fritarem. A seguir hão-de ser os cubos de chocolate, as rabanadas, as farófias, o bolo real, a mousse de chocolate, a tarde de amêndoa e o bolo de ananás!
Depois no sábado a preparação da consoada com bacalhau, polvo e borrego... Tudo acompanhado com as couves aqui do quintal.
Portanto esta semana vai ser bem recheada... Mas sem perú!
Daqui a uma semana a azáfama nas pastelarias será enorme tendo em conta as encomendas previstas para a Consoada e dia de Natal.
Cá em casa não fugimos à regra e já se começa a tentar calendarizar a feitura de algumas coisas nomeadamente doces já que alguma comida virá também de fora.
Não sendo eu um verdadeiro apaixonado pelo Natal tenho de me render ao facto que as crianças serão o combustível preferido desta quadra festiva. São elas que nos animam e é por elas que construímos uma vida.
A minha neta está vidrada no Pai Natal. Neste momento cá em casa temos quatro figuras todas elas diferentes mas a quem ela dedica muita atenção. O "Pá" é agora palavra frequente na sua boca, quando se pretende referir ao Pai Natal.
Talvez este ano me disfarce de Pai Natal para entregar as prendas... e quiça alegrar crianças e quem sabe adultos...