Já há muito que tento (não sei se tenho conseguido!!!) ter mais cuidado com o que aqui escrevo. Durante 48 anos, Portugal esteve amordaçado devido a uma política de calar quem se sentia no direito de protestar ou simplesmente dizer o que lhe ia na alma.
Dá-se o 25 de Abril em 1974 e desde esse dia cada um pode dizer o que sentia de forma livre e sem complexos. Foram anos assim... Bons anos, acrescento!
Depois e de uma forma quase camuflada foi-se cerceando a liberdade. As opiniões são muitas vezes focos de bravatas que não trazem nenhuma luz, unicamente dinheiro aos advogados e enchem os tribunais de acções.
A tal liberdade de expressão que se falava no pós-25 de Abril deixou de existir, já que cada um pode considerar que está a ser olimpicamente ofendido nos seus direitos constitucionais ou de cidadania.
Dito por outras palavras... é-me hoje vedado o direito de discordar! Pior... se ainda assim eu tiver a ousadia de publicamente falar de algo com o qual não concorde arrisco-mem como escrevi acima, a ser levado a tribunal para ser acusado de um crime qualquer, que sinceramente e em consciência nunca cometi.
Hoje a palavra está muito cara. Tão cara que muitos preferem nem a usar!
Resumindo... há uma nova e subtil espécie de censura, curiosamente num país que se diz democrático!
Claro que a classe política adora este estado de coisas... Corre muitíssimo menos riscos de ser criticada.
Todos os dias vou ao caixote de reciclagem aqui da rua deitar o lixo. Um dia os plásticos, no dia seguinte o papelão sendo o vidro aquele que menos reciclo porque nada tenho para tal.
Estava eu neste vaivém quando me lembrei da guerra e me veio à ideia a questão que intitula este postal: e se as pessoas pudessem ser recicladas?
Não falo obviamente de lhes tirar idade (isso queriam todos!!!), mas tão-somente transformar alguns seres humanos que por aí andam e que só fazem... o que não devem. Como seria bom que os Putins, Maduros, Bolsonaros e demais energúmenos que por aí pululam pudessem ser reciclados. Não os queria rejuvenescidos, apenas reciclados em gente útil ao Mundo.
Tenho consciência que este texto é um mero exercício de imaginação, mas ainda assim sinto que se fosse possível uma reciclagem humana este Mundo tornar-se-ia um local muito mais aprazível para se viver!
Nem falo do mortal humano sem cargos de destaque, mas demasiado carregado de invejas, hipocrisias, mentiras e demais raivas. Também este necessitava de uma boa reciclagem.
Vivemos tempos muito estranhos. E não estou a falar unicamente do Covid.
Pairam sobre a sociedade em geral diversas ameaças e perante as quais ninguém parece ter qualquer intenção de se resguardar ou pelo menos de alertar a restante população.
Afirmam os especialistas que a história do Mundo é mais ou menos ciclica. O que equivale dizer que aquilo que aconteceu há cem anos pode voltar novamente a surgir. Noutros moldes é certo, mas muito semelhante.
Na verdade têm vindo a surgir pelo Mundo uns iluminados, adeptos de discursos inflamados e que através das suas palavras assentes em promessas completamente absurdas e imbecis vão colhendo cada vez mais apoiantes.
Tudo porque o terreno que ora pisamos é propício a estes desmandos políticos. O que equivale dizer que esta verborreia é tida, por alguns, quase como um grito de revolta.
Seria bom que a esquerda e outros partidos democráticos, portugueses e não só, percebessem rapidamente o que está em causa em Portugal, na Europa e no Mundo. E arrepiassem rapidamente caminho.
Para depois não se virem desculpar com as "direitas", quando, no fundo, no fundo foram as esquerdas que criaram o lamaçal onde os outros agora caminham.
As ditaduras começam a surgir no horizonte. As palavras escritas, proferidas são demasiadas vezes mal interpretadas originando censuras prévias ao velho estilo pidesco. As imagens (ou a falta delas) não servem para informar, mas para politizar. A democracia é um antro de gente (quase) inútil.
Por tudo isto não se admirem que os "Trumps" desta vida ganhem força e surjam como salvadores de pátrias.