Gosto de comemorar este dia do Pai. Porque sou pai e desde há dois anos... avô o que duplica a responsabilidade... e o carinho!
Ter sido pai foi um dos acontecimentos mais importantes da minha vida. Reconheço que foi uma responsabilidade acrescida, mas nunca me arrependi.
Do outro lado do campo sou filho e como tal carrego o pesado fardo de talvez nunca ter conseguido ser o que o meu pai projectou para o meu futuro. Todavia ele talvez nunca percebeu que para eu ser feliz precisava de pouca coisa!
O meu pai é um bom homem no cimo dos seus 89 anos e trabalhou muito para sustentar a família. Os anos pesam agora... Nota-se especialmente nalguma falta de memória mas acima de tudo na teimosia.
Quando chega a este dia do Pai vou normalmente buscar os meus filhos e o meu pai a quem, de alguma forma, lhes dedico os textos que aqui vou esgalhando.
Todavia este ano as minhas palavras serão um tanto diferentes porque, sinceramente, como pode um homem comemorar este dia sem ter o pai presente e outrossim sem filho? Ambos desaparecidos recentemente. E o mais novo de uma forma trágica. Não foi o meu caso felizmente, mas conheço quem neste momento vive esta tristeza…
Se para o pai há alguma naturalidade colocada pela própria vida, mesmo que nunca estejamos preparados para tal, já no desaparecimento do filho surge-me como algo mais injusto (nem sei se a vida terá algum verdadeiro sentido de justiça!!!).
O ser pai tem sido uma das mais belas, estimulantes e desconhecidas aventuras em que me meti.
Neste já longo caminho de mais de trinta anos como progenitor nem tudo foram rosas nem espinhos. Como sempre na vida, aliás!
Muito cedo percebi que esta coisa estranha de darmos vida a alguém e depois a educar não parecia ser um trabalho de somenos.
Adoro os meus filhos. Diferentes em tudo, orgulho-me naquilo em que se tornaram: responsáveis, sérios e amigos.
Mas este dia, hoje, tem outro sentido, outro foco.
Um dos filhos já é pai. O que equivale dizer que estará a passar o seu primeiro dia do pai com a sua pequenina.
Fui sempre um homem de profundos afectos e faz muito tempo que deixei de ter receio em dizer o que realmente sinto. Por isso este texto é inteiramente dedicado ao meu filho varão e à sua menina.
Que ele seja um exemplo, um esteio, uma âncora na vida da sua filha. Como eu tentei sê-lo.
Digam o que disserem um pai será sempre aquela figura central da família.
As mães naturalmente por terem gerado os filhos exibem uma relação muito afectuosa com os mesmos. Ao invés, os pais serão o fiel de uma balança que pesa emoções e racionalidade em pratos e doses diferentes.
Não quero com isto dizer que um pai deve ser insensível, austero e nunca deve chorar em frente dos filhos. Bem pelo contrário...
Um pai deve ser o primeiro amigo dos filhos, o primeiro companheiro e o primeiro confidente.
Então para os pais que aqui vieram ler, o meu enorme abraço, neste singelo dia que a eles é dedicado.
Hoje comemora-se por todo o Mundo o dia do Pai, sejam eles católicos (como eu!), protestantes ou ateus. Estejam onde estiverem, sejam lá o que forem na vida todos os pais do mundo merecem esta comemoração.
Um dia que não sendo diferente dos demais é, assim mesmo, diferente.
Logo pela manhã liguei ao meu pai. Falei com ele e desejei-lhe um bom dia do Pai. Gostaria, evidentemente. de estar ao pé dele para lhe dar um beijo e dizer-lhe quanto gosto dele e como ele é, ainda hoje, o herói dos meus tristes dias. Mas está longe, demasiado longe para lá chegar num instantinho.
Tirando isto o meu dia do pai foi normal. Tão vulgar quanto outros Domingos da minha vida. Almocei com os meus filhos que por opção ou distracção esqueceram-se que dia é hoje...
Numa época em que assistimos a tanta morte de crianças por maus tratos, pergunto a mim mesmo que homens são estes que maltraram os seus próprios filhos?
O meu pai já tem uma idade bonita. Recheada de aventuras que nem sequer imagino. De noites dormidas na solidão de um beliche porque a vida militar assim o obrigava. De dias, semanas, meses, anos afastado da família,
Educou-me como soube sempre tendo como base os melhores princípios e a ele devo tudo o que sou.
Hoje é dia do Pai.
Pai que sou hoje de dois filhos já homens. Que não ligam ao dia.
Mas também não me preocupo.
Queiram ou não serei sempre o pai deles. E amá-los-ei sempre até que Deus me leve!
O dia do pai serve, acima de tudo, de homenagem aos nossos antecessores. E eles bem merecem.
Ser pai, numa altura destas não é fácil... Actualmente vivo assim numa espécie de sandes familiar. Por cima tenho o meu pai, octagenário. Por baixo ficam os meus filhos, jovens e competentes. No meio tal qual uma salsicha em cachorro quente fico... eu. Pois é sou filho único!
E se os mais novos já passaram aquela fase de grandes preocupações, pois já trabalham e seguiram a sua vida profissional, a parte mais velha desta história começa a ser um foco de alguma preocupação.
Mas é normal que assim seja. É a tal lei da vida!
Se tudo correr bem, amanhã vou jantar com o meu pai e com a minha mãe. Entretanto telefonei-lhe hoje e enviei-lhe um beijo.
E esta noite até que correu bem. Os meus filhos não se esqueceram deste dia e recebi de cada um deles um abraço que me soube a mel.
Porque hoje já telefonei ao meu pai. E também aos meus filhos.
E que bom que foi ouvi-los!
O meu pai sempre foi e continua a ser, um (bom) exemplo a seguir. Os seus mais de oitenta anos não lhe retiraram nem o discernimento nem a competência.
Os meus filhos são o meu orgulho!
Neste dia de S.José é deveras importante perceber quem somos ou quem seremos.
Sou o que o meu pai me ensinou, através da educação, formação, do carinho e da ternura.
Os meus infantes serão, se assim quiserem, a minha continuação.
Obrigado a todos por me ajudarem a ser o que sou. Sem vocês nada seria possível.