Dadores de sangue: os outros primeiro!
O mau exemplo que os dadores de sangue pretendem dar à sociedade é um modelo de como tudo ou quase tudo em Portugal é feito com segunda intenções e não a pensar no próximo.
A cidadania não é algo que nasce com alguém nem se assume por decreto. Aprende-se pela vida fora desde que nascemos até morrermos e se a isso estivermos dispostos. Já nem digo que devia/podia ser ensinada nas escolas desde o primeiro ano.
Fui durante algum tempo dador de sangue. Tinha por isso direito a não pagar as taxas moderadoras sempre que usava os serviços médicos fornecidos pelo Estado. Todavia e tomando em consideração que a minha situação financeira suportava perfeitamente aquela despesa, nunca me vali desse pressuposto.
Não posso por isso, em consciência, estar de acordo com esta posição dos dadores que se recusam a dar sangue se não obtiveram as isenções de taxas moderadores. Parece-me desajustado e quase me apetece dizer macabro, alguém fazer-se valer de algo que dá de si, graciosamente é certo, para obter isenções seja de que espécie for.
Dar sangue é o melhor acto de cidadania que alguém pode ter. Neste contexto um dador é (devia ser!) um altruísta que pensa mais nos outros que em si mesmo.
Ou será que só os jogadores de futebol podem ser alvos das benfeitorias lusitanas?