Na passada segunda feira despachei via CTT 19 sobrescritos contendo cada um o meu livro. Do Minho ao Algarve, passando pelas Beiras e pela França e Luxemburgo disparei livros em todas as direcções. E ainda tenho mais alguns para enviar.
O curioso, ou provavelmente não, é que dos tais 19 ainda faltam chegar três, sendo que dois serão para a mesma zona do país (Ribatejo) e um para o Algarve onde até já chegou um livro.
Bom tudo isto para dizer que os serviços de Correios de Portugal, comummente conhecidos com CTT e que são uma empresa de cariz privado são... deploráveis. Já há tempos aqui referi que uma carta enviada do Bombarral para a Amadora demorou 17 dias a chegar... repito 17 dias.
Agora os livros extraviaram-se ou estarão somente atrasados?
Mas pagam-se (e bem) dos serviços mal prestados. Hoje por 20 envelopes almofadados e uma encomenda expresso com 2 quilos levaram-me perto de 85 euros...
Porém o verdadeiro problema é que não há concorrência neste tipo de mercado. E o pior é que os CTT querem ser mais um banco que uma empresa prestadora de serviços.
Na passada sexta-feira fui a um posto dos correios expedir dois livros com os já célebres Contos de Natal de 2022.
Enderecei-os a pessoas e destinos diferentes: uma para Benfica em Lisboa e o outro para a região de Orléans em França.
Paguei valores diferentes, mas ambos foram como "livros" que acaba por ser a forma mais barata de expedir este tipo de correio.
Hoje de manhã recebi uma mensagem a comunicar a recepção do livro. Estranhamente (ou talvez nem por isso!!!) o SMS veio da receptora que está em terras gaulesas. Peguei então no telemóvel e enviei mensagem para o outro destinatário e questionei-o se já haveria recebido o livro. A resposta veio célere numa negação!
Portanto um livro para França terá demorado, com um fim de semana pelo meio quatro dias a chegar enquanto aquele que enviei para Lisboa à data de hoje ainda não tinha chegado ao seu destino.
Já nem falo daquele único volume que enviei no início deste mês para a zona do Porto e que ainda não foi entregue no destino.
Perante este triste panorama continuo a pensar que a privatização de certas empresas para as quais não haverá qualquer concorrência é um tremendo erro.
Neste momento os CTT, empresa secular, não honram a sua história que teve início no século XVI. Não cuidam dos que lhes entregam correspondência, não cuidam dos destinatários que têm quiçá nalguma correspoñdência que recebem a única forma de contacto com o exterior.
Será tempo do Governo (deste ou de outro qualquer) repensar se não seria importante ou mesmo essencial, abrir as portas a outras entidades, que fizessem com competência e assertividade o que neste momento está entregue exclusivamente aos CTT e que por estes pequenos e singelos exemplos não está a ser feito com a qualidade que se exige e pelo qual pagamos.
Sei que ninguém daquela entidade lerá isto e mesmo que leia pouco poderá fazer pois neste momento aos CTT corre nas suas veias o sangue vil do dinheiro... Basta perceber a existência de um banco que durante muito tempo foi negado pelo regulador responsável!
Termino com a certeza de que não são só os Serviços Públicos que trabalham mal. Os privados também dão um ar da sua (des)graça!
Uma carta que deveria ter chegado na passada sexta feira ainda não me foi entregue.
Acabei por saber por um carteiro que há muita correspondência dita normal retida na Central dos Correios, que calculo que seja em Cabo Ruivo. em Lisboa.
Ainda por cima o atraso pode ultrapassar os doze dias. Doze? Quase duas semanas...
Certamente que nem em 1520, ano da criação deste serviço, uma carta com origem no Bombarral demoraria tanto tempo a chegar ao destino!
Onde será que posso reclamar?
Actualização
A carta que estava à espera chegou hoje. Alguém dos CTT deve ter aqui vindo...
Quando vou a uma estação dos Correios para expedir uma carta tenho uma panóplia de opções para o envio.
Ele é o correio verde, azul, sem cor, às bolinhas ou às riscas. Depois temos o expresso, semi.expresso, hiper-expresso, vá lá você entregar... Com diferentes preços para cada serviço.
Obviamente que aquilo que escrevi no parágrafo anterior é exagerado, mas justamente serve apenas para ilustrar o seguinte: independentemente do serviço que se paga a demora da correspondencia a chegar é precisamente a mesma.
Dou um exemplo: na quinta feita alguém colocou logo pela manhã uma carta no correio do Bombarral destinada a mim. Ora eu moro a 70 quilómetros daquela vila do oeste. Passaram-se três dias e a carta ainda não chegou.
Ao invés uma missiva enviada para Bruxelas na passada semana chegou ao destino no dia seguinte.
Ora bem... neste momento os Serviços Postais estão concentrados numa só entidade: os CTT. Sei que há outras empresas que fazem também entregas mas estas são essencialmente encomendas mais volumosas.
Oa contrário de uma esquerda ainda arcaica que acha que a concorrência é algo muito estranho eu considera«o aquela como algo essencial.
No dia em que uma empresa nacional ou estrangeira entre no mercado nacional para fazer o mesmo que fazem os CTT, mas de forma mais rápida e mais barata, nesse dia repito. talvez os Serviços Postais lusos melhorem consideravelmente. A falta de feroz concorrencia deixa-nos reféns de uma empresa sem qualidade e sem empenho em servir melhor os seus clientes.
Pode-se até achar que o problema reside na privatização dos CTT. Eu diria que a situação vem de longe e não tem nada a ver com a questão de ser publico ou privado.
Tirem aos CTT o monopólio do negócio e verão como as coisas mudarão.
Quase de certeza para melhor!
Até lá aguentemos uma empresa que pura e simplesmente brinca com todos nós!