Muitas vezes a ida à aldeia não me trás somente boas notícias ou alegrias. Algumas alturas tenho de aceitar que a vida é uma filha da mãe. Da pior espécie...
Soube hoje por interposta pessoa que a neta de um amigo foi violada pelo companheiro da mãe. Não é por conhecer a menina desde criança e hoje uma mulher e estudante universitária ou por conhecer os avós, mãe, tios e demais família que falo disto, mas esta notícia foi o interruptor que fez com que não adiasse mais este tema tão duro, difícil e infelizmente quase corrente na nossa sociedade. Um crime para o qual não deveria NUNCA haver desculpa e onde as penas de prisão deveriam ser muito pesadas.
A violação sexual é, quiça, o pior crime de um homem. Não só pelo hediondo acto em si, perpetrado contra a vontade de outra pessoa, mas essencialmente pelas marcas profundas que deixa para toda a vida na vítima ou vítimas.
O violador é alguém que não tem quaisquer escrúpulos em roubar a dignidade à violada, roubando-lhe ao mesmo tempo a capacidade de um dia ela poder amar.
Como homem não consigo conceber uma explicação lógica para tamanho crime. É um crime vil, desumano e selvagem para o qual o código penal ainda não tem uma pena de prisão adequada. Segundo apurei (não sou jurista, portanto sujeito a muitos erros) a pena máxima para casos de violação pode ir até 8 anos de prisão. Se assim for julgo ser manifestamente insuficiente para alguém que deixa marcas em outrém para o resto da sua vida.
PS - Este texto poderia ser dedicado simplesmente à J. para que tivesse coragem para enfrentar o futuro, mas dedico-o a ela e a todas as mulheres vítimas de violação e que nos seus silêncios sofrem amargamente!
Tenho muita dificuldade em entender o crime da Atougia da Baleia. Como pai, tio, tio-avô e mais recentemente avô não consigo imaginar o que levará um homem ou uma mulher a cometer um infanticídio.
Este problema leva-me para um assunto que é muitas vezes debatido, mas poucas vezes assumido e que se prende com a incapacidade que muitas pessoas demonstram para serem progenitoras. Infelizmente conheço alguns casos.
Já o disse algures por aí que as crianças não vêm ao mundo com manual incluído, qual electrodoméstico. Bem pelo contrário: do mesmo pai e mãe saem crianças completamente diferentes, fisica e intelectualmente. Deste modo o tal manual temos de ser nós pais a escrevê-lo. E quase diariamente.
A menina Valentina teve a valentia de há dois anos sair de casa. Sózinha.
Com esse acto chamou a atenção de algumas autoridades... que mais tarde arquivaram o processo por não haver razões evidentes de maus tratos. E que culminou nesta tragédia...
A responsabilidade dos técnicos que avaliaram aquela família vai ser igual a... zero. E mesmo que fossem chamados a responder a algumas questões, aqueles provavelmente diriam que na altura da avaliação não perceberam nenhum perigo para a criança.
Reconheço que o ambiente familiar pode ser deteriorado por diversos factores: desemprego, álcool, droga, depressão, descompensação familiar ou mais recentemente com este confinamento obrigatório que obrigou (passe o pleonasmo!), em muitos casos, a evidências violentas quase sempre escondidas.
Todavia nada disto é razão para se matar uma inocente, mesmo que tenha sido de forma acidental... o que certamente não se provará!
Só espero que a justiça seja realmente feita! As pessoas que cometem estes crimes de violência doméstica não merecem novas oportunidades... Eles também não as deram!
Estou muito longe de entender as mentes deturpadas que ultimamente apareceram associadas a crimes violentos, quer seja a mulher que com a conivência e colaboração do namorado, matou a mãe adoptiva, quer seja a mulher de Luís Grilo recentemente detida por suspeita de ter morto o marido.
Em ambos os casos denoto uma frieza e, quiçá, algum rancor por parte dos autores plasmados na violência com que foram executados. Para além de haver uma mulher e um homem envolvidos… A vida não é uma série de televisão. Ou provavelmente até pode ser, mas sem “finais felizes”.
O dinheiro, o poder, o amor, a vingança serão os grandes móbeis para este género de crimes. Todavia no século em que tudo é escrutinado, quer por onde andemos, quer naquilo que fazemos, cometer um crime desta natureza, parece-me condenado ao fracasso. E ainda bem acrescento.
Agora caberá aos tribunais julgarem e condenarem os culpados. De forma célere e competente. Pois só assim se fará verdadeiramente justiça. O país e as vítimas (mesmo que mortas) assim o exigem.
Sou pai de dois filhos, hoje homens. Porém quando crianças foram muito difíceis de lidar. Especialmente de noite pois adoravam atazanar a vida aos progenitores não os deixando dormir.
Após essa fase veio a escola com diferentes posturas. Um muito "baldas", nada atento e sempre com o sentido na brincadeira, outro mui interessado em tudo, compenetrado e responsável.
Finalmente já crescidos os grandes decisões da vida: este ou aquele emprego? O que gosto de fazer ou o que quero ganhar? E mais uma vez cada um decidiu à sua maneira.
Ser pai ou mãe não é fácil! Especialmente numa altura destas em que o desemprego grassa em muitas famílias e nada há para tapar a boca os inocentes.
Ser pai ou mãe deve ser um acto de grande empenhamento e responsabilidade. A criança não pediu para vir ao mundo.
Ser pai ou mãe é maravilhoso.
Por tudo isto não entendo o que passou pela cabeça daquele energumeno que navalhou uma criança de seis meses. Para mim não devia ter direito a prisão. Não quero pagar para que esse tipo esteja preso. Tirem-no deste país e desterrem-no para uma ilha deserta donde nunca mais possa sair.
A notícia tem preenchido os jornais televisivos: na Austrália uma mulher matou sete filhos e uma sobrinha.
Duma forma lógica e distante é forçoso perguntar: que levou aquela mulher a cometer tamanha atrocidade? Esta questão poderá, quiçá, ter ainda assim muitas respostas. Talvez em demasia. Mas nada, repito nada justifica tal hediondo crime.
O mundo mudou muito é certo! Já nada é tido como verdadeiro e os factos são quase sempre interpretados à luz das (nossas) convicções, sejam elas políticas, sociais ou religiosas. As novas sociedades alimentam-se assim, deste tipo de desgraças alheias, tentando com elas criar e justificar alguns dos extremismos que depois curiosamente terminam… nestas tragédias. Parece uma teoria um tanto redonda mas é a minha (triste) sensação.
Nos novos mundos, modernos e plenamente evoluídos, os valores humanistas foram há muito subtraídos, desgastados, olvidados. E a maioria das vezes em nome de ideologias fantásticas e muito apelativas mas obviamente pouco coerentes com o mundo real.
O nosso mundo está virado completamente do avesso. E infelizmente não é só no ambiente! Antes fosse...