Há um ditado luso que diz: quando a esmola é grande o pobre desconfia!
Pegando nesta máxima popular e olhando para o início da La Vuelta feita pelo nosso campeão João Almeida, tendo chegado ao segundo lugar a uns meros oito segundos de Primoz Roglic, fiquei com a estranha sensação de que algo não iria correr bem ao ciclista português, chefe de fila da super equipa UAE Emirates!
Infelizmente a minha previsão confirmou-se. Mas só ontem à noite é que percebi que João dera um trambolhão na classificação geral onde era terceiro. Mais tarde veio a confirmação com um teste positivo à covid-19. Conclusão teve de desistir deixando a sua equipa mais enfraquecida.
Porém a vida é feita destes momentos menos simpáticos mas o nosso João irá ter certamente mais oportunidades de se mostrar e quem sabe ganhar, finalmente, uma grande Volta.
Até lá só posso desejar ao nosso ciclista muita coragem e obviamente as rápidas melhoras.
Já se percebeu que tão depressa não nos livraremos do Covid. Seja ele 19, 20 ou 3458. Vou lendo que há uma crescente evolução na propagação de uma nova estirpe, que não sendo tão violenta como as anteriores, ainda assim, tem levado muita gente ao hospital.
Espero sinceramente não me ver envolvido em mais uma contaminação, já que a anterior (ainda não sei foi o virus ou a vacina) deixou marcas substanciais.
A que mais noto são as alergias. Antigamente poderia estar em qualquer lado que não sentia qualquer problema... Agora um pó a mais e fico logo apanhado do nariz e consequentemente dos ouvidos.
Já falei com o meu Otorrino e a minha Alergologista e ambos referem que provavelmente o virus do Covid destruíu alguns anticorpos que me protegiam das alergias.
Certo é que o meu corpo está diferente. Poderá ser até da idade, mas creio que o bicharoco tem muitas culpas neste meu cartório.
Este ano tenho notado uma anormal afluência à Praia da Rainha. Calculo que se prenda com as dificuldades que as pessoas têm tido em cumprir com os seus compromissos financeiros, o que leva a terem de abdicar daquelas férias no Algarve e escolherem umas das praias da Caparica.
Certo é que se juntarmos o calor quase tórrido dos últimos dias dá uma mistura explosiva e que termina na praia hipercheia ainda muuuuuuuuuuuuito antes do meio-dia.
Chapéu, saco das toalhas, cadeira e mais uma parafrenália de brinquedos para a miúda é a minha sina... todos os dias! Depois descarrego tudo na areia, mais ou menos longe das pessoas e monto este estaminé. Por fim é aquela parte dos protectores solares na pele não vá o Sol pregar das suas... como se ele estiveesse preocupado com isso!
A minha neta quer logo ir à água e portanto lá vamos nós a reboque da cachopa. Quando finalmente regresso à toalha e ao meu chapéu... ups... onde está ele. Finalmente lá o encontro rodeado de outros tantos irmãos.
Quase num ápice a praia encheu. E o pior é que os veraneantes adoram ficar quase uns em cima dos outros (não aprenderam nada como COVID!), deixando pouco espaço para estender umas reles toalhas.
Associado a esta quase invasão temos gente de todas idades, sexos, tamanhos e gorduras. Muitos com uma linguagem pouco feliz, com conversas da treta, música aos berros e para piorar... naqueles três metros de areal que sobra... "bora jogar à bola"!
A fauna humana que encontro actualmente nesta praia é assaz diferente dos anos anteriores... Tão diferente que quase me sinto tentado a escolher outro local.
Temo, no entanto, que o panorama seja semelhante nas praias vizinhas. Pelas onze e meia costumo regressar a casa. Mas o movimento de entrada continua a superar o espaço do areal... Um destes dias rebenta!
O que vale é que a maré, nesta semana, está a descer!