Confissões a uma sexta-feira!
Sentado à secretária sob uma mansa luz amarela oriunda de um vestuto candeeiro, olho para uma fotografia com alguns anos dos meus filhos e sobrinhos.
Todos eles agora pais ou em vias disso!
Fico a pensar em como a vida se despacha e nos despacha. Ainda há pouco era um jovem cheio de vida e força para enfrentar os desafios, para nesta altura nem perceber que futuro me estará reservado. E temo-o sinceramente!
Mais o corpo que o cartão de cidadão denunciam-me a idade. As cãs, a pele enrugada, alguma impaciência para a estupidez sem sentido dos outros. Entretanto a par de muitas recordações que agora repousam neste meu espaço físico há também muitos livros que fui aduirindo ao longo do tempo.
Quantas vezes olho para eles e pergunto-lhes: o que será de vocês quando eu partir? Não é um diálogo, mas um monólogo... esta conversa entre mim e eles, cujas respostas jamais serão proferidas.
Tenho pena, porque também gostaria de saber o que os livros pensam acerca de mim!