Ano após ano tenho vindo a constatar que os restaurantes, snack-bares, bares e outras casas da restauração têm vindo a tomar conta do areal da praia. Nomeadamente aqui na zona das praias da Costa da Caparica. Não imagino como será da Costa em direcção à Trafaria, mas a partir da Praia Nova até à Praia da Bela Vista quase todos os acessos têm um estabelecimento associado.
Não estou contra este tipo de comércio. Até porque a maioria deles sustentam a suas expensas os nadadores-salvadores, apresentam casas de banho para uso livre dos banhistas e algumas até têm pequenos postos de socorro, já para não falar das taxas acrescidas que terão provavelmente de pagar à edilidade. Mas também é verdade que um café ali custa o dobro assim como uma cerveja e um qualquer refrigerante. Nem calculo quanto será uma refeição "normalérrima"!!!!
Este alastramento deve-se à necessidade de colocar mais camasxl e espreguiçadeiras seguindo a normal regra da oferta e da procura, pagas a peso de ouro por quem as usa. Ora este alargamento faz com que eu e muuuuuuuuitos outros banhistas nos tenhamos de apertar ainda mais na areia, já que certamente ninguém irá para a beira-mar estender uma toalha.
Isto não é uma crítica, somente a constatação de factos.
Em conclusão diria que estes estabelecimentos usam a praia quase como se fossem donos desta. Mas ao que sei a praia (ainda) é pública. Ou será que não?
Decididamente não sou apreciador das grandes superfícies. Prefiro a loja de bairro, o supermercado da esquina, a livraria velha.
Ainda há pouquíssimo tempo havia penetrado numa dessas enooooooormes superfícies, repletas de coisas (inúteis) para vender mas outrossim carregadas de imensa gente.
Aquilo são quilómetros de ruas e cruzamentos, setas no chão, destinos absurdos. De tal forma que naturalmente nos perdemos. Provavelmente é intencional…
Hoje voltei obrigatoriamente ao mesmo sítio, em busca do que não encontrei e mais uma vez arrependi-me. Oh se me arrependi!
Primeiro porque a filosofia daquele estabelecimento é a mesma das grutas de Mira de Aire: entras aqui e sais a centenas de metros de distância da origem.
Depois como aquilo não é a direito… pior um pouco. Simplesmente detestável.
Todavia percebo a filosofia. De uma maneira ou de outra acabas por passar por quase todas as secções e nessa passagem poderá haver que te interesse. Será bem visto, mas não para mim
Depois há os passeantes: setecentas gerações, umas atrás das outras invadem a loja. Param, miram e remiram, escolhem mas não levam, riem e zaragatam, enfim empatam quem não quer estar ali e pretende andar!
Um verdadeiro labirinto…
Os dedos de uma das minhas mãos são suficientes para contar as vezes que estive naquele estabelecimento.
Sinceramente, só espero que a próxima vez que lá regressar já tenha bisnetos! E crescidos!
Quase oito da noite e o computador do meu carro dá o alerta: "Abasteça combustível"!
Cheguei a uma bomba minutos depois. Espero pacientemente e assim que chego com a minha viatura perto da mangueira, leio: "Bomba em pré-pagamento". Até aqui nada de anormal.
Vou ao balcão:
- Boa tarde, necessito que desbloquie a bomba pois quero atestar!
- As bombas estão todas em pré-pagamento!
- Mas eu não sei quanto vou colocar...
- Mas pode...
Nem fiquei para escutar que desculpa tinha para me dar, pois logo percebi que o empregado não abandonava aquele registo. Saí furibundo dizendo:
- Boa tarde, vou a outro lado abastecer.
Tenho consciência que nestes tempos de crise muita gentinha faz de tudo para poupar ou... não gastar. Mas eu não sou culpado disso. E não tenho nada que ficar refém dessses casos. Melhor dizendo: odeio olimpicamente que directa ou indirectamente mandem no meu dinheiro. Para isso já basta o que o governo todos os meses se locupleta à custa dos meus parcos rendimentos.
Se pretendo encher o depósito do meu carro, deve-me ser permitido, mesmo que para isso deixe uma garantia qualquer no balcão (anda por aí muito advogado a necessitar de trabalho e podia estudar uma forma legar de o fazer!!!).
Obviamente que ninguém me conhece e não sabe se sou mais ou menos sério que os outros. Também as matrículas das viaturas podem ser falsificadas... todavia, como tudo na vida, o comércio é outrossim um risco. E neste caso muuuuuito particular alguém minimizou os custos e claramente os ganhos, porque nunca mais voltarei àquela bomba.
Esta é para mim uma questão de princípio. Não gosto mesmo nada de que me meçam pela pior bitola que há na sociedade. Abomino!
Mas também não costumo usar a célebre frase: "Ninguém é mais sério do que eu". Por uma simples ordem de razão: a seriedade, seja no que for, ou se é ou não é!