Um destes dias li algures uma estória (não imagino se verdadeira ou falsa, mas gostaria de acreditar que será verdadeira) relatando que numa cidade da Suécia as estações do Metro têm uma porta permanentemente aberta para acesso gratuito ao transporte. Alguém perguntou o porquê ao que responderam que servia para aqueles que não podiam pagar o metro ou que tivessem esquecido, por exemplo, da carteira em casa com dinheiro. Questionaram ainda se aquilo não levaria a outras pessoas a aproveitarem-se e andarem gratuitamente ao que o sueco deixou uma questão: por que fariam isso?
Sinceramente não consigo imaginar um português a comprar bilhete tendo ali uma oportunidade de se deslocar gratuitamente. Não imagino. Ponto.
Mas tudo é uma questão de mentalidade, educação, urbanidade e... civismo. Que se plasma na ideia de que para os suecos os outros são mais importantes que eles mesmos!
Uma filosofia impossível de implementar em Portugal, já que os maus exemplos principiam, infelizmente, por cima!
Há muito que defendo a solução Novaiorquina de não se fumar na rua, nomeadamente em esplanadas, parques ou praças, não obstante o ar livre.
Em Portugal tirando alguns restaurantes, pastelarias e bares a rua tornou-se o sítio ideal para fumar. Em tempos referi o elevado número de pessoas que se concentram à porta dos seus locais de trabalho para queimarem o seu cigarro (e os pulmões). Adiante...
Ultimamente tenho dedicado as manhãs a passear a minha neta. O destino é quase sempre o mesmo: o parque infantil. Aqui há um escorrega, dois baloiços e outros apetrechos para a brincadeira. O chão é de uma matéria quase mole que não magoa as crianças nas normais quedas. São quadrados perfeitos encostados uns aos outros, quais ladrilhos.
Porém há entre eles alguns espaços onde se depositam areias, muitas folhas secas das árvores que rodeiam o parque e... demasiadas pontas de cigarros. Um horror!
Ora uma criança é um ser curioso por natureza e vai daqui aquele rolo pequeno no chão que quase se assemelha ao giz que tem em casa é um chamariz (rima e é verdade!!!). De tal forma que num ápice a minha neta apanhou uma ponta de cigarro do chão para brincar.
Rapidamente a tirei da mão e avisei-a para não apanhar aquilo do chão pois era sujidade (ela já entende estas coisas, mulheres!). Voltou para o escorrega enquanto eu fui tentando perceber a quantidade de beatas espalhadas no chão de um parque infantil que poderia ter muita coisa menos... cigarros.
Ainda me custa entender como uma mãe ou pai acompanham as suas crianças ao parque de cigarro em punho. Para depois o largarem no local onde as suas crianças e as dos outros irão brincar!
Hoje fui fazer testes antigénio à farmácia mais a minha mulher. Correu tudo como previsto e o resultado manteve-se como até aqui: negativo!
A seguir a nós entrou um outro casal bem mais velhos que nós e que logo deram sinal de estarem positivos.
O estranho é que uma hora depois encontrámos o mesmo casal em amena cavaqueira na rua com vizinhos se bem que com máscara, mas ainda assim sem os cuidados que deveriam ter que seria estarem isolados em casa.
É esta pobre consciência cívica que me parece ser o calcanhar de Aquiles dos portugueses, pois continuam a não acatar os conselhos médicos e das demais organizações especializadas (vulgo Direcção Geral de Saúde). Porque consideram que os seus interesses estão acima de qualquer lei e neste caso do bom-senso,
Reconheço que no início desta pandemia considerei que tudo não passaria de um bizarro alarmismo. Infelizmente estava enganado e eu próprio haveria de ser um dos atingidos.
Só que hoje resguardo-me, cuido-me e cuido de quem vive comigo. É que os outros não devem ser vítimas dos meus erros!
Hoje segunda-feira voltei à estrada. Ou para ser mais preciso regressei às caminhadas nas ruas da cidade onde moro.
Comecei relativamente cedo e em uma hora e doze minutos acrescentei às pernas mais de cinco quilómetros e meio, conforme imagem supra.
Bom... mas não é das minhas caminhadas que desejo escrever hoje, nem dos quilómetros percorridos por entre ruas, prédios, cruzamentos e passaddeiras. Regresso então a um tema que já aqui havia abordado: as máscaras largadas no chão.
Nos primeiros dois dias não me preocupei em contabilizar o que fui encontrando. No entanto ao terceiro dia tomei essa iniciativa tendo visualizado somente cinco máscaras cirúrgicas ao abandono.
Mas esta manhã e após um fim de semana quente, de quase total desconfinamento e após uma légua, contabilizei uma dúzia de máscaras espalhadas na calçada.
Não melhor que à dúzia para colocar a saúde pública em risco... Sempre se torna mais económico.
Actualização: hoje dia 26 "só" encontrei 16 máscaras.
Sempre que estou de férias reservo um dia para dar um passeio mais longo com a família. Juromenha, Serpa, Évora, Castelo de Vide são alguns exemplos de visitas. Este ano a escolha recaiu na Praia de Odeceixe. Há muito que andava com o fito de a visitar. Um local muito bonito onde desagua o Rio Mira, com diversas praias, recatadas umas, mais expostas outras, mas ainda assim a merecerem todas a nossa especial atenção. O caminho até lá é relativamente bom com natural movimento tendo em conta a época do ano em que estamos, mas faz-se bem. Faltará, contudo, algumas indicações bem antes do lugar, já que só perto da povoação se percebe onde estamos. Valeu-me o GPS. Fiz por isso hoje 446 quilómetros entre auto-estradas, vias rápidas, IC’s, estradas nacionais e outras regionais. Constatei infelizmente que continuamos a ser um país de condutores pouco cuidadosos. As ultrapassagens que fizeram quando eu rodava à velocidade de 90 quilómetros por hora e com riscos contínuos arrepiaram os meus locais mais recônditos. Não me preocupo se colocam a vida deles em perigo… O que eu não pretendo é que coloquem a minha e a dos meus também no risco vermelho. A enormíssima falta de civismo e educação na estrada é óbvia e visível. Definitivamente a paciência não é, de todo, uma qualidade dos lusos condutores. Talvez assim se explique a enorme mortalidade nas estradas portuguesas.
Já por aqui fui afirmando, ou melhor, assumindo que considero as passadeiras de peões um verdadeiro perigo na cidade.
Mais... estou plenamente convicto que as passadeiras devem ser causadoras de muuuuuuuuuuuitos acidentes com peões, que se atiram para a estrada crentes que todos os veículos irão parar e depois só param nas urgências, e com os carros que têm de travar repentinamente porque o peão se lançou para a sua frente e os de trás amarrotam as traseiras.
Todavia também não entendo o que leva um peão com sinal vermelho a atravessar indevidamente na passadeira quando os carros aparecem.
Assisti a um caso destes nesta iluminada cidade de Lisboa. A sorte que o peão teve em não ser colhido por um veículo não é para todos. E pior... estava ao telemóvel, que não largou.
Não é só no estrangeiro que deparamos com gente a estacionar os carros de forma displicente, sem o mínimo cuidado e respeito com o seu semelhante, como se no mundo só existissem duas entidades: os próprios e depois todas as outras pessoas.
Hoje de manhã deparei-me com o exemplo da foto. Num estacionamento no centro da capital e a pagar, alguém deixa uma viatura a ocupar dois lugares.
Ah pois é... já tenho saudades dos dias iniciais de Agosto, quando ia trabalhar e tinha pouco trânsito na estrada. Bastavam 30 minutos para fazer o caminho. Nas calmas!
Pois é... mas chegou Setembro, com ele o fim de férias e o regresso às aulas o que leva muita gente para a estrada. Quase dobro o tempo para chegar agora ao emprego, mesmo saindo mais cedo de casa.
Muitos automobilistas, muitos peões, pouco civismo e quantas vezes... os acidentes a acontecerem.
Regresso a um tema que começa a ser recorrente neste meu espaço: as passadeiras de peões. Já aqui e aqui lancei a minha opinião sobre este assunto. Porém o novo código da estrada que há pouco entrou em vigor não trouxe qualquer alteração à forma como os peões se devem (com)portar na estrada.
Dito isto, assumo que, como condutor não serei talvez o melhor exemplo no que se refere à minha relação entre viatura e passadeiras. Refilo muito, zango-me com os peões que atravessam a passo de caracol as linhas brancas e até já assisti, no meio da faixa, a uma discussão entre marido e mulher. Um horror…
Creio por isso ser tempo de se chamar a atenção aos peões para a forma como cruzam as nossas ruas. Educá-los logo na primária, no secundário, seja onde for.
Porque não são só os peões que têm direitos. Os condutores também! E estes, à custa dos seus automóveis, ainda pagam (muito) mais impostos!