O velho Continente doente e moribundo?
A notícia do imposto sobre os depósitos bancários em Chipre assustou a Europa, especialmente a Zona Euro.
De um momento para o outro, todas as certezas para a moeda única existir, desapareceram. Razões tinham os ingleses para nunca aceitarem as regras dos mentores da união monetária. A maioria das bolsas está hoje em queda reflectindo todos os temores de um precedente, que ao ser implementado em Chipre, pode alastrar aos restantes países intervencionadas pelas equipas da tróica.
Num ápice, como se de magia se tratasse, os depositantes começam a olhar para os bancos e especialmente para os governos como autênticos malfeitores. Se este sentimento já era mais ou menos velado, tomando em conta a inexistência de subsídios, cortes nas pensões e aumento de cargas fiscais, com este (mau) exemplo, aquela sensação deixa de ser velada para se tornar parte integrante da forma como observamos a política.
Eu olho para esta Europa, sempre tão senhora de si, e reparo com alguma tristeza que este velho Continente mudou. E para pior…
Já ninguém acredita em soluções mágicas. Com ou sem poções… Tudo não passou de um imenso logro. Nem é preciso refundar, refundir… seja lá o que for o Estado. É necessário um exemplo, alguém com coragem de pegar nisto e dizer: Basta!
Se for necessário saímos do euro. Os credores que levem as estradas e os hospitais, levem os submarinos e os navios, levem as pontes e os túneis. Já pouco nos importa… Deixem-nos apenas os dedos, que os anéis já foram!
Já aqui referi algures neste espaço que vivemos uma terceira guerra mundial. Não matará tantas pessoas como as antecessoras é certo, mas aniquila qualquer economia, derrete qualquer esperança, pulveriza qualquer futuro.
E sem futuro não sei quem consegue viver!