No já distante dia 28 de Abril de 2012 escrevi neste espaço um post onde elogiava, acima de tudo, o CMHHM (Centro de Medicina Hiperbárica do Hospital da Marinha).
Hoje, mais de dois anos passados desde esse dia, reparo que aquele texto obteve nos últimos seis meses 1000 visualizações. E desde a sua origem mais 43 comentários e 50 "Gosto". Pode parecer, à primeira vista, pouco. Todavia se tomar em devida consideração que este post nunca esteve em destaque, parece-me realmente um marco assinalável.
A razão pelo qual escrevi aquele depoimento prendeu-se com a necessidade de toda a gente saber o que de bom se faz em Portugal e mantém-se ainda hoje válida.
Tenho tentado ajudar quem, através de comentários, coloca questões. E espero sinceramente tê-lo conseguido.
O dia de Carnaval deste ano trouxe-me uma prenda pouco desejada. Uma doença que me deixou surdo do ouvido direito. Após diversas consultas e exames (audiogramas) foi-me diagnosticado um Síndroma de Surdez Súbita.
A primeira fase para debelar a doença consistiu em comprimidos à base de corticóides e que não melhoraram substancialmente a audição. Assim o meu destino foi o Centro de Medicina Hiperbárica no Hospital da Marinha.
Aqui e após nova consulta médica e breve lista de espera, lá iniciei os tratamentos (20 ao todo!). Para quem tinha uma vida frenética, o tempo passado dentro da Câmara (cerca de duas horas aproximadamente) parecia uma eternidade e custava a passar.
Todavia no fim dos tratamentos, os resultados foram fantásticos recuperando toda a audição. E jamais pensei que tal viesse a acontecer.
Mas provavelmente, nada disto seria possível sem os cuidados permanentes de todo o pessoal do Centro de Medicina Hiperbárica. Desde os médicos que me observaram, ao serviço administrativo, os enfermeiros e acima de tudo os mergulhadores que connosco (por havia muitos como eu!!!) “viajavam” às profundezes de um mar virtual.
Os cuidados que manifestavam para que todos estivessem em boas condições, a forma como tentavam entreter os pacientes, o profissionalismo demonstrado. É que, enquanto estávamos a respirar o oxigénio a 100% através de máscaras, não podíamos falar, ler, nem mesmo “passar pelas brasas”. E não fossem os mergulhadores e enfermeiros que SEMPRE de forma simpática e competente conseguiam manter o pessoal sempre desperto, muitos de nós não teríamos o aproveitamento que observámos.
Fica aqui registado publicamente o meu profundo e sincero agradecimento a TODOS quantos trabalham naquela unidade hospitalar, sem excepção.