Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

LadosAB

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Eu e o humor!

Um pouco na ideia do que um dia Raul Solnado disse sobre o humor: é uma questão de cultura, venho agora também escrever sobre a minha ideia do que é o humor e essencialmente para que serve.

Gosto de rir. Tal como gosto de fazer rir. Não com palhaçadas à Jerry Lewis, por exemplo, mas de uma maneira mais evoluída ou dinâmica como era o humor de Benny Hill ou o de Rowan Atkinson no celebérrimo Mr. Bean!

Adoro a cultura popular e as suas máximas, mas "onde há muito riso há pouco ciso" será das poucas com a qual discordo frontalmente. Percebo que o verdadeiro humor pode ser uma enormissima arma de resistência. Assim foram, a título de exemplo e em Portugal, as sucessivas revistas que passaram pelo Parque Mayer e outros teatros onde a subtileza de alguns diálogos humorísticos conseguiam fugir à censura.

O humor sempre serviu, serve e servirá para criticar o momento, seja ele político, social, desportivo ou outro qualquer. E quem for nele referido deve ter capacidade de encaixe para superar a crítica. De outra forma arrisca-se a ser ainda mais maltratado.

Hoje há uma série de humoristas (a maioria deles nunca vi actuar|), mas que me aparecem em muitos vídeos que recebo no telemóvel, naquilo a que pomposamente chamam "stand up comedy". Alguns têm alguma graça, mas a maioria é demasiado ordinária e têm nessa javardice de linguagem os seus trunfos para o sucesso. De mim raramente terão um aplauso porque não é necessário usar de vernáculo para se fazer rir.

Recordo a este propósito a "Conversa da Treta" ou até o "Gato Fedorento" onde o humor era inteligente sem ser reles e de mau gosto. Ou até os primórdios de Herman José no seu "Tal Canal" de tão boa e grata memória!

Não sendo eu humorista, nem nunca seria capaz de o ser, também uso algumas vezes do humor para lançar aqui e ali uma farpa ou apenas para chamar a atenção para uma situação mais estranha. Mas dificilmente me verão a usar de uma linguagem "bukowskiana" para fazer uma piada. Só se o meu tino mudar muito...

Há que perceber que a piada é tanto melhor quanto menos evidente ela for! É necessário colocar as pessoas a pensar...

Li há tempos alguém assumir publicamente que o humor pode e deve brincar com tudo! Não assino esta ideia...

De todo!

Direito à palavra!

Já há muito que tento (não sei se tenho conseguido!!!) ter mais cuidado com o que aqui escrevo. Durante 48 anos, Portugal esteve amordaçado devido a uma política de calar quem se sentia no direito de protestar ou simplesmente dizer o que lhe ia na alma.

Dá-se o 25 de Abril em 1974 e desde esse dia cada um pode dizer o que sentia de forma livre e sem complexos. Foram anos assim... Bons anos, acrescento!

Depois e de uma forma quase camuflada foi-se cerceando a liberdade. As opiniões são muitas vezes focos de bravatas que não trazem nenhuma luz, unicamente dinheiro aos advogados e enchem os tribunais de acções.

A tal liberdade de expressão que se falava no pós-25 de Abril deixou de existir, já que cada um pode considerar que está a ser olimpicamente ofendido nos seus direitos constitucionais ou de cidadania.

Dito por outras palavras... é-me hoje vedado o direito de discordar! Pior... se ainda assim eu tiver a ousadia de publicamente falar de algo com o qual não concorde arrisco-mem  como escrevi acima, a ser levado a tribunal para ser acusado de um crime qualquer, que sinceramente e em consciência nunca cometi.

Hoje a palavra está muito cara. Tão cara que muitos preferem nem a usar!

Resumindo... há uma nova e subtil espécie de censura, curiosamente num país que se diz democrático!

Claro que a classe política adora este estado de coisas... Corre muitíssimo menos riscos de ser criticada.

Quem diria?

A censura está aí!

Saltou para a ribalta das notícias a polémica em redor das Aventura dos Cinco escritos pela britânica Enid Blyton. Ao que li aquelas aventuras escritas no séculos passado vão ser agora reescritos porque algumas pessoas sentiram-se ofendidas pelas personagens.

De uma forma encapotada e sob um tecto que não sei como se chamará, mas certamente não será liberdade, percebo que regressou a censura. Hoje cada vez mais há que ter muito cuidado com o que se escreve e acima de tudo como se redige um texto. Porque uma qualquer pessoa pode-se sentir ofendida com uma frase ou uma mera palavra que foi aplicada num determinado texto.

Vivemos tempos parvos, atípicos e idiotas! Somente porque uns "iluminados" consideram todas as palavras ofensivas.

Deixem-me agora acrescentar mais uma acha para esta fogueira: estou a ler um livro escrito por Eça de Queirós e que a determinada altura diz "um velho com quase sessenta anos"! Ora tendo eu já sessenta e quatro anos e não me sentindo velho terei o mesmo direito de outros em não me invectivarem ou, pelo menos de não me chamarem de velho, mesmo com esta idade. E portanto obrigar que Eça seja reescrito. Ou será que só alguns têm direitos?

Ainda não se lembraram de alterar os Lusíadas. Cheira-me que já estivemos mais longe!

Falar, escrever e liberdade!

Como posso viver a minha liberdade se não posso falar como sempre falei ou escrever como sempre o fiz?

Muitas vezes surge esta questão no meu espírito, assaz rebelde. Adormeço amiúde sobre esta problemática para acordar consciente que estamos a regredir em termos de liberdade. Especialmente verbal e escrita.

O que disser hoje pode ser altamente mal interpretado e ser até alvo de gravíssimas acusações pois alguém descobriu que no meio da minha inocente frase eu tentei atingir outrém.

Mais do que nunca o cuidado com o que dizemos ultrapassou a normalidade já que nem somos donos das nossas próprias palavras. Pensemos, mas não devemos proferir. Portanto uma censura camuflada de bons costumes...

Não imagino o que pensaria o malogrado Otelo Saraiva de Carvalho desta nova regra, mas certamente não terá sido para acabar neste exercício que aquele pensou e executou o 25 de Abril de 1974.

Andamos com a nossa liberdade ameaçada (e não é só devido à pandemia!!!), mas já ninguém se importa!

O regresso do "lápis azul"!

Nunca comprei o "Correio da Manhã" mas compro, sempre que posso, o jornal "Record". E foi com algum espanto que li hoje o editorial deste diário. Pelo que pude retirar daquele texto alguém cobrou um favor e lançou uma providência cautelar contra a empresa proprietária daqueles diários.

Pela primeira vez desde o 25 de Abril, um jornal encontra-se proíbido, através de uma sentença soez e mal concebida, de publicar notícias sobre determinada figura, cada vez menos pública e mais ditatorial.

Regressámos ao tempo do lápis azul! A censura que prevaleceu em Portugal durante 48 anos e que tanta gente (e bem!) condenou está de volta à sociedade portuguesa. Uma espécie de caixa de Pandora foi agora aberta com esta sentença.

Que mais se seguirá? Fechar blogues? Jornais, revistas? Censurar ideias, calar opiniões diferentes?

Como pode o ego de alguém superiorizar-se ao interesse comum de uma sociedade? Como aceita a justiça fazer estes "fretes" a alguém?

Tantas questões, todas elas sem resposta.

Já percebi que é esta esquerda intolerante e seguidista que irá governar Portugal.

Os primeiros passos começam agora a ser dados.

Tu escreves, eu decido!

Nota prévia: este texto não se refere a NINGUÈM da plataforma SAPO.


 

É ponto assente pela maioria dos portugueses, que vivemos em democracia desde o 25 de Abril de 74. Porque votamos, porque falamos, porque somos livres. Só que se esmiuçarmos bem, percebemos que há constantemente atentados às liberdades.

 

Por exemplo quem está no poder “gosta” de sentir que a televisão pública lhe é favorável. E mesmo noutros canais, distantes da esfera do Estado, há pressões. Lembrem-se do caso Marcelo no tempo do Governo de Santana Lopes, ou o exemplo de Manuela Moura Guedes no de José Sócrates, só para referir os que originaram alguns “engulhos” aos governos da época.

 

Só que no contexto da blogosfera há também censura. E da grande! Obviamente me dirão que um blogue é responsabilidade de certa pessoa e por isso tem o direito de decidir o que quer ver ou não publicado no seu espaço.

 

Pois tudo muito bem, só que isso pode indiciar uma forma de pré-censura. Vejamos um exemplo:

Alguém escreve uma notícia no seu próprio blogue que não corresponde minimamente à verdade. Nos comentários outrém ajuda à festa fazendo análises mais ou menos pejorativas ao tema da notícia. Todavia quando um comentador contrapõe com a verdade dos factos através de comentários, estes são pura e simplesmente suprimidos e jamais publicados.

 

Porque há gente que se acha senhor de toda a verdade. Porque se tomam como impolutos e incorruptíveis, acabam, no instante em que delimitam os comentários, por se tornarem piores que os mais horríveis ditadores.

 

Para os "iluminados" a liberdade só deve existir desde que todos alinhem pelo mesmo diapasão.

 

Para mim isso é censura. E da mais vil!

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Os meus livros

Des(a)fiando Contos
Quatro desafios de escrita

Os Contos de Natal

2021
2022

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2008
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D