Após o Congresso do PSD, onde Rui Rio se consagrou Presidente, eis que o CDS organizou o seu 27º Congresso que manteve Assunção Cristas como líder do partido da direita católica.
Segui pouco o congresso em Lamego, mas do que ainda consegui ver e ouvir retirei algumas breves conclusões.
A primeira e quiçá a mais importante é que o CDS está disposto a fugir da direita fora de moda, aproximando-se mais do centro de forma a puxar para o seu lado algum eleitorado laranja mais conservador e mais próximo do partido de Cristas. A este propósito não me pareceu inocente a presença do marido da líder centrista que é militante do PSD.
A segunda idieia foi o corte com um passado recente, o que quer dizer que Paulo Portas... já era.
Por fim a ideia do regresso da sigla única CDS em vez da dupla "grafia" CDS-PP. O Monteirismo é mesmo passado e o partido pretende-se rejuvenescido como outrora.
Nem mesmo a presença do decano Adriano Moreira estragou este pensamento e desejo.
Li algures que a memória dos homens só serve para… esquecer!
Na altura achei que esta teoria era um autêntico absurdo. Hoje, muitos anos passados desde o dia em que li aquele pensamento, reconheço, infelizmente, quão certas eram aquelas palavras.
O actual contexto do país é claramente propício à desmemorização, deliberada ou nem tanto! Seja como for ultimamente tem-se vindo a assistir a alguns fenómenos de falhas de memória por parte da maioria dos agentes políticos.
E o exemplo mais flagrante começou com o senhor Presidente da República ao se ter “esquecido” do valor da sua reforma. De outra forma não teria dito o que disse em Janeiro do ano passado. Ao PR associaram-se entretanto os dirigentes do PSD e CDS ao esquecerem as promessas eleitorais, que os elegeram.
O PS não se encontra imune a esta doença e sofre também de “esquecimentos” repentinos, pois olvidou anos e anos de (más) governações, que atiraram o país para o caos actual.
Neste rol de esquecimentos cabe também a senhora Ministra das Finanças e de alguns dos seus ex-colaboradores, ao não se lembrarem de reuniões e acordos assinados, mails e outras… informações.
É profundamente estranho, que de um momento para o outro, este país fique sem memória. E das duas uma: ou é uma maleita que ataca essencialmente políticos ou uma forma muito subtil de fugir às responsabilidades.