O paraíso luso… para estrangeiro gozar!
Passeio de noite pela aldeia beirã onde esta semana resido! Uma povoação simpática de casas graníticas, ruas estreitas e chão empedrado de pesados cubos também eles de granito beirão. O povo é afável, educado e amigo do seu amigo!
Aqui e ali noto luz numa qualquer habitação, mas a maioria está fechada sem ninguém! Estores corridos, janelas descidas… um silêncio quase sepulcral.
Este é o actual paradigma do nosso interior: muitas casas devolutas outras já pior que isso já só existem como ruínas.
As pessoas saem do interior em busca de melhores empregos, melhores condições de vida, de outras aventuras que só os grandes centros populacionais podem oferecer!
Regressam somente ao fim de semana ou pior ainda pelas festas populares de Verão cheios de alegria, mas com pouca ou nenhuma vontade de regressar e ficar.
Ao invés dos natuirais começo a perceber muita gente estrangeira que procura nesta aldeia alguma paz e serenidade em contraste com o que observam nas cidades de onde chegam. Encontro-os a passear pelos locais mais estranhos sem medo ou preocupação pois sabem que por aqui a paz é uma realidade!
Sorriem, acenam e debitam um qualquer palavreado que ninguém entende. Vivem em casas supostamente com poucas condições, mas eles preferem assim… pois por cá o frio é meia dúzia de dias por ano.
Andam quase sempre a pé ou de bicicleta, correm muito e não temem este isolamento. Já vi por cá franceses, alemães, holandeses (ou será nederlandeses?), belgas e alguns nórdicos. Não frequentam os cafés e tabernas, mas gostam do seu néctar.
Resumindo… estamos a deixar morrer as nossas aldeias de nativos portugueses e substituí-los por estrangeiros… corajosos!