A Igreja católica do século XXI!
Como católico estou um tanto apreensivo com a eventual saída de D. Manuel Clemente de Cardeal Patriarca de Lisboa. Já li que D. Manuel está aproveitar a situação das diversas denúncias de eventuais abusos sexuais por parte do clero para renunciar ao cargo, mas tudo devido ao seu estado de saúde.
Entretanto a Igreja católica atravessa uma enormíssima crise, não só de identidade como de vocações para além dos tais escândalos de abusos de cariz sexual. Obviamente que muitas outras tendâncias religiosas aproveitam-se destas fragilidades para tentarem crescer à custa da desgraça alheia. Faz parte!
Na minha relação com o clero conheci e conheço alguns que renunciaram às suas vocações para assumirem um amor. Todos eles têm já filhos o que equivale dizer que a Igreja, como instituição, não soube adaptar-se a este novo mundo e perdeu por isso padres fantásticos.
Tenho debatido com outros clérigos a minha ideia de que os religiosos deviam ter direito a optar entre uma vida dedicada à missão de pastor de almas ou assumir a sua vocação também como pastores, mas sempre com a postura de um homem carnal. Nenhum dos padres com que falei concorda com esta minha ideia...
O celibato parece-me, nesta época, algo assaz retrógado, cheirando ainda a Inquisição.
Seria bom que o Papa Francisco e a Cúria Romana acordassem num modelo híbrido para os novos padres. Talvez com isso se evitasse tantos escândalos.
Finalizo com a ideia de que a justiça e a Igreja deveriam em conjunto tentar perceber a verdade e a mentira (porque também há!!!) e julgar e condenar os criminosos.
Porque precisamos de bons Padres e não podemos agora olhar para estes e pensar que poderão estar envolvidos em algum escândalo.
Seria devastador...