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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

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Crónica na cidade triste!

Sentado à mesa onde antigamente foi uma das melhores pastelarias da Baixa Pombalina, agora substituída por uma daquelas casas de poucos produtos, mas muitos estrangeirismos, bebo um café quase frio.

São oito e meia da manhã. Noutros tempos o movimento por aqui seria enorme. Hoje aquilo que foi o coração da capital é um "pacemaker" sem graça nem força.

As livrarias foram substituídas por lojas desinteressantes. Os cafés fecharam quase todos e os poucos que ainda resistem mudaram de filosofia.

Os bancos que por aqui acolhiam milhares de empregados foram substituídos por hotéis, vulgares entrepostos de um Mundo sem rumo.

As lojas de pronto a vestir deram lugar a espaços atafulhados de lembranças de uma cidade que na realidade já não existe.

Os restaurantes da minha boa memória são agora casa de comidas sem gosto nem qualidade.

Mas a Baixa vai, todavia, sobrevivendo.

Triste, demasiado triste para uma capital.

Caos na capital!

Já por mais de uma vez que refiro que Lisboa deixou de ser uma cidade pacata para se tornat uma espécie de torniquete com gente a entrara e a sair.

Comprfeendo que o turisto poderá ser o petróleo do futuro, especialmente para aqueles locais que souberem agarrar o estrangeiro de todas as maneiras e feitios.

Talvez por isso a cidade de Lisboa, especialmente a Baixa Pombalina e arredores, esteja quase transformada num enormíssimo estaleiro de obras.

De vez em quando tenho afazares na capital. Para tal levo o carro que estaciono num dos parques da cidade, geralmente o que fica na praça do Munícipio, e vou à minha vida.

Mas hoje a viagem correu menos bem, Como não oiço nem vejo notícias, nem vejo televisão não me apercebi de greve na CP. Resultado demorei quase uma hora para chegar onde queria e depois de tudo tratado demorei mais hora e meia a sair da cidade.

Portanto imaginem este cocktail urbano: obras e mais obras, com cortes de vias e muitos desvios, greve de transportes, pré-época de Natal com as descargas habituais de produtos por tudo o que é loja, e a cereja no topo do bolo, a chover...

Dá para perceber que a cidade já de si muito trapalhona tornou-se hoje profundamente caótica! Como já não via há muito tempo!

Crónica real na capital

São oito da manhã do primeiro dia útil da semana. Estou num dos bairros periféricos da cidade. Um local mais ou menos aprazível com muito comércio e onde reside uma classe média/alta.

A manhã está tépida a prever um dia que será certamente muito quente. O movimento das pessoas nota-se já e os cafés iniciam a encher-se se bem com o distanciamento devido.

Há uma marcação prévia para as oito da manhã e por isso aguardo que o estabelecimento abra. A proprietária não é costume atrasar-se, mas desta vez deve ter adormecido ou teve dificuldade em estacionar o seu carro.

Estou eu e a minha mulher em amena cavaqueira quando reparamos que um homem já com alguma idade passa por nós sem máscara. Até aqui tudo normal…

O insólito vem a seguir quando esse cavalheiro, a meia dúzia de metros de nós, se baixa e apanha uma máscara do chão. Se achava aquilo mau pior achei quando ambos reparámos que ele coloca a mesma na face.

Olhámo-nos atónitos… Seria possível?

Sim foi possível e o homem por ali andou a entrar e a sair de diversos lugares com uma máscara apanhada do chão…

Enfim… nesta cidade já nada me espanta!

Baixa pombalina – Morte anunciada de uma capital?

 

As capitais são por excelência enormes centros populacionais, mas são também locais de imensa concentração turística. E obviamente económica!

Há certamente outras cidades que não sendo capitais, tornaram-se importantes pela sua história, beleza ou actividades culturais.

Lembrei-me de falar disto após uma destas manhãs ter atravessado a Baixa Pombalina. Foi uma dor de alma como soe dizer-se. Eu que ali trabalhei durante 14 anos, convivendo permanentemente com aquele comércio, senti uma tristeza profunda em perceber o número exorbitante de lojas fechadas ou entregues a pequenos negócios turísticos de venda de lembranças.

Em abono da verdade a culpa não é dos lojistas, mas das entidades empregadoras, que há vinte anos proliferavam e bem pela Baixa de Lisboa, como eram os casos dos Bancos e Companhias de Seguros. Tirando algumas raras e honrosas excepções, quase todas as entidades bancárias retiraram deste centro da cidade algumas das suas sedes institucionais. Preferiram a zona ribeirinha da antiga Expo, actual Parque das Nações, ou a zona do eixo Praça de Espanha/Sete Rios.

O prejuízo económico e social que adveio destas “fugas” ainda não foi contabilizado, nem sei se alguma vez alguém conseguirá fazê-lo com rigor.

Esta capital, que tanto tem para dar a quem a visita, podia e devia ser olhada com outros olhos, que entendessem a cidade como um ser com vida ou com alma. Em Londres, Picadilly Circus continua a ser um centro nevrálgico da cidade. Em Paris, os Campos-Elísios e em Roma, a Praça Novana, permanecem âmagos de capitais, contendo vida própria.

Já para não falar da Praça de S. Marcos em Veneza ou das conhecidas Ramblas em Barcelona.

Sinto Lisboa a definhar dia após dia. E sem que ninguém olhe e pegue na cidade e lhe dê um novo rumo.

O futuro é já amanhã!

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