Percebo a tentação de alguns portugueses em se incluirem, de maneira permanente, na história deste país. Não falo de gente anónima - se bem que todos os anónimos portugueses farão parte da história lusa - mas de pessoas bem conhecidas da nossa sociedade que desde há uns tempos têm vindo a surgir como protocandidatos.
A maioria por iniciativa própria como é o exemplo de Marques Mendes ou António José Seguro, outros por iniciativa de eventuais apoiantes e amigos como é o caso do senhor Almirante Gouveia e Melo ou ainda de casos de figuras que são atiradas para o éter político a ver se pega. O caso mais conhecido foi da antiga Ministra da saúde, Doutora Leonor Beleza, que logo se apressou a negar. Pudera, acrescento eu... A antiga ministra é responsável por uma Fundação com provas dadas à sociedade especialmente através do Instituto Champalimaud e certamente nunca cairia nessa tentação. A verdadeira história portuguesa logo lhe fará justiça.
Sobra para além dos acima referidos Seguro e Mendes, Mário Centeno que parece também disposto a apresentar-se ao país como candidato a Belém.
Virão ainda os candidatos dos partidos mais radicais, tanto à esquerda como à direita. Mas destes quase de certeza não rezará a nossa história futura.
A contagem de espingardas para a próxima guerra eleitoral já deverá ter começado. Com as actuais figuras proeminentes diria que Seguro e Centeno não se deverão apresentar aos eleitores, já que o Almirante, se concorrer, terá a vitória quase assegurada.
Fica apenas a dúvida se Montenegro também apoiará o actual Chefe do Estada da Armada ou dará liberdade de voto ao eleitorado laranja. Uma coisa retira-se destes cenários_ o próximo Presidente da República será certamente menos afectuoso!
As próximas eleições presidênciais poderão colocar em Belém um ex-militar. Depois de nesta república termos tido Spínola, Costa Gomes e Ramalho Eanes, o ainda Chefe do Estado-Maior da Armada prepara-se para largar as vestes de marujo e vestir as túnicas de político.
A minha primeira ideia sobre este Almirante reside na maneira como coordenou a vacinação no tempo da pandemia. Mostrou ser o homem certo para a altura e só temos de o louvar e agradecer por isso.
Só que ser Presidente da República é mito mais que ser Almirante ou General. É necessário estofo político, bom-senso e cuidados especiais no degutir de alguns sapos. Demasiados (que o diga Cavaco Silva)!
E neste último item o Almirante não me pareceu bem quando naquele discurso meio inflamado tratou de fazer um aviso público às suas hostes, nomeadamente as consideradas "Especiais". É sabido que se pode e deve elogiar em publico e criticar em privado. Mas o senhor Almirante não o fez e pode ter mostrado alguma irascibilidade, coisa que se pode ter mas nunca mostrar, especialmente em público.
Dito isto... o PS continua muito dividido. Como o fez noutros sufrágios para a mesma eleição, com as consequências que todos mais ou menos conhecemos. Agora vem António José Seguro também a mostrar-se ao partido nesta pré corrida para Belém. Diria mesmo que o PS tem uma dívida enorme para com Seguro, já que este aguentou a rota do partido na fase pós-socrática. Que se plasmaria, mais tarde, na já olvidada "geringonça"!
Portanto e para concluir diria que para o lado do Largo do Rato a confusão está instalada. Vejamos o que nos oferece os próximos episódios.
Estamos a um par de anos das eleições presidênciais e já há nomes (quase) certos.
Fala-se de Santos Silva ou Guterres por parte do PS, enquanto temos já perfilado Marques Mendes do lado do centro direita. Haverá obviamente outros de menor relevância como Santana Lopes ou Passos Coelho. Diria que este último estará muito longe de Belém até porque o povo ainda não esqueceu os anos de tróica... Mesmo que muitos analistas, alguns insuspeitos, assumam que Passos Coelho foi um homem de coragem, todavia repito o povo não esquece! Quanto a Santana Lopes creio ser apenas uma vontade antiga mas irrealizável!
Portanto de todos os que já li como protocandidatos o Dr. Marques Mendes será aquele que já está a fazer campanha.
Mais um político que aproveitou o tempo que a televisão lhe concedeu como comentador para entrar em casa de muitos espectadores.
No que concerne a presidênciais o PS tem dado alguns tiros no próprio pé na escolha de candidatos. Recordo que Santos Silva foi muitos anos o braço "armado" de José Sócrates. E se o povo não esquece PPC, também não esquecerá o actual Presidente da Assembleia da República e a sua ligação ao ex-PM. Portanto sobra António Guterres que tendo em conta o cargo que ainda exerce na ONU e a sua idade actual, 74 anos, não me parece o trunfo ideal para o PS.
Entretanto Luís Marques Mendes vai fazendo a sua parte! E pelo que me disseram... bem!
Não... não é contra o viruszito chinês que estou vacinado. Até que isso aconteça ainda há que correr muito tempo.
Na verdade vacinei-me contra a política e os políticos. E a duas semanas das eleições presidenciais assumo aqui e agora que não irei votar em nenhum candidato.
Faço-o com a consciência de cidadão eleitor. Na realidade para quê votar se a vitória está garantida para o actual inquilino de Belém? Mais... para quê colocar-me a jeito a ser infectado, numa qualquer mesa de voto? Nahhh... nesta não me apanham!
Todavia o pior mesmo são os candidatos a concurso. São fracos, tristonhos e tendem a baixar o nível das suas propostas. Confesso que tentei ver à posteriori alguns debates entre candidatos, mas aquilo foi de tal pobreza franciscana que rapidamente percebi que, retirando o actual Presidente, todos estão a fazer figura de corpo presente, já que estão condenados ao fracasso.
Termino com uma preocupação vista à distância que é tentar perceber quem daqui a cinco anos estará na corrida por Belém já que o actual e próximo Presidente já não poderá ir a votos.
Hoje vi a entrevista que a candidata Ana Gomes deu à RTP1. Em tempos critiquei aqui a sua quixoteca vontade de chegar a Belém. Todavia achei que a entrevista lhe correu bem, ressalvando, quiçá, a questão Ru Pinto, da qual o entrevistador tentou não abrir mão.
Ana Gomes é obviamente uma mulher com mais...(ditos cujos!) que muitos homens. Não tem medo de nada e assume as suas posições sem rodeios. Gosto de gente assim!
Em meia hora, pouco foi o tempo para falar de assuntos deveras importantes, mas escutei o seu apoio à eutanásia, sem medos ou rodeios. Falou da TAP e da necessidade desta empresa ficar activa, por ser estratégica, mas com algum empobrecimento, falou da nossa lenta justiça e perante o caso da vacina da gripeque veio de França a explicação dada, convenceu-me.
Só que aos 27 minutos de entrevista o jornalista espalhou-se, quando tentou saber o que faria a candidata se ficasse atrás do candidato do Chega? Ana Gomes deu uma baile ao entrevistador não respondendo á questão pois que, para ela, era "peditório para o qual não daria".
Cada manhã oiço (ou leio) o aparecimento de mais um candidato à Presidência do Sporting.
Sete. oito, nove... uma dúzia, quiçá. que à dúzia torna-se mais barato.
Mas de todos eles oiço poucas ideias. Frases feitas, ideias preconcebidas... uns a apostarem essencialmento no futebol, outros a apostarem nas modalidades e outros ainda... nem sei o que dizem.
Porém encontrei um verdadeiro programa eleitoral de alguém que... não é candidato! Mas deveria ser.
Boas ideias, óptimas estratégias, uma visão equidistante e pragmática, um sentimento leonino do verdadeiro problema do Sporting.
Sinceramente não percebo este dia pomposamente denominado de "reflexão". Quem por cá vive há tantos anos como eu (ou mais) não necessita de reflectir em quem vai votar. Já o sabe há muito...
"Mas e os indecisos?" - perguntar-me-ão.
Quanto a estes reservo a mesmíssima opinião. Se tinham dúvidas ontem, têm dúvidas hoje ou amanhã. E este dia não resolve absolutamente nada.
Por isso sinto que não vale a pena impedir o povo de falar sobre os candidatos ou as suas escolhas. Parece-me algo despiciente e a democracia não ganha rigorosamente nada com isso.
Todos os candidatos que se apresentaram na linha de partida para esta espécie de corrida a Belém, tinham a perfeita consciência da prova que iriam realizar. E das limitações (ou não!) que carregavam em cima dos ombros. Deixando somente no povo o direito (e o dever!) de escolher. Como sempre tem feito.
Portanto amanhã, uma vez mais, a democracia volta a acontecer.
O político Irlandês Edmundo Burke que viveu no século XVIII e defensor de grandes causas terá dito um dia: "Quem não conhece história está destinado a repeti-la".
Esta última frase parece assentar que nem uma luva ao PS e às actuais danças de candidatos a candidatos à Presidência da República.
Se bem que o líder do PS já tenha dito publicamente que vê com bons olhos a cantidatura de António Sampaio da Nóvoa, a entrada nesta "engrenagem" de Maria de Belém, antiga Presidente do Partido do Largo do Rato, não surgiu na melhor altura. E criou divisão!
É sabido que o antigo Reitor da Universidade de Lisboa não é bem visto por alguns sectores socialistas. Especialmente os mais moderados e menos radicais. Ou dito de outra maneira, os "Seguristas" que não esquecem as ligações de Sampaio da Nóvoa a uma esquerda radical, não obstante já no mandato de Jorge Sampaio, ter sido consultor para a Educação, do ex-PR.
Ora este é um problema que se repete no partido de António Costa. Relembro que nas eleições de 2006 Manuel Alegre e Mário Soares colocaram-se em trincheiras opostas dando a Cavaco Silva a possibilidade de ganhar folgadamente, tendo em conta a divisão que ambos geraram dentro do próprio PS.
Se excluirmos Henrique Neto, outro dos históricos do PS também ele candidato já assumido à PR, temos que os socialistas não aprenderam rigorosamente nada com a sua história recente. É que duas candidaturas dentro do mesmo sector político parece-me demais, sendo que Maria de Belém tem mais a ganhar que Nóvoa.
Enquanto no PSD/CDS as figuras mais proeminentes andam (ainda) a contar espingardas (leia-se apoios!) numa tentativa de saber quem será o verdadeiro candidato, no PS é divisão partidária é evidente e, quiçá, fraturante.
António Costa tentou antecipar ganhos em apoiar Sampaio da Nóvoa mas ao fazê-lo com tanta antecedência enveredou por caminhos (muito) apertados dos quais não deverá sair sem mácula.
Há coisas na política que realmente eu não entendo. E uma delas prende-se com alguns ilustres da vida portuguesa, que adoram chegar-se à frente.
Falo claramente de alguns “presidenciáveis”. A tão longa distância das eleições presidenciais há já quem se assuma como “não-candidato”… Como se esta figura fosse tão ou mais importante que um candidato.
Acredito que por esta hora já se estejam a fazer suposições sobre eventuais candidatos a candidato e em face disso a tentar contar espingardas para uma longa batalha sem ter vencedor (para já!) antecipado.
Abordo este tema porque não gostei do que o Professor Marcelo disse esta noite na TVI. Como pode dizer que não é candidato quando ninguém, que eu tivesse ouvido, referiu que o Prof seria o candidato do Governo a PR.
A opinião de alguns comentadores não chega para um possível candidato deixar de ser uma possibilidade e passar a ser uma certeza. Por muito que custa a alguns pseudo-candidatos.
É por estas e por outras que os políticos são vistos na maioria como gente sem carácter nem categoria, para ocuparem os lugares para os quais foram “chamados” em nome de uma tal de democracia.
Entristece-me profundamente que estejamos (quase) todos, desde 2011, a pagar uma pesadíssima factura, para a qual não contribuímos, e os verdadeiros culpados, na sua emissão, continuem a pulular por aí, como de perfeitos inocentes se tratassem.
E provavelmente ainda consideram que estão em condições para irem a PR.