No início do ano escrevi este postal onde confessava o meu gosto por café... sem açúcar.
No entanto sempre que vou a algum lugar (leia-se pastelaria ou restaurante) e onde beba café, costumo guardar os pacotes que me são fornecidos. Mesmo nos galóes ao pequeno almoço.
Donde consigo ir acumulando pequenos pacotes de açúcar em casa guardando-os numa caixa até esta ficar repleta. Depois... é só abri-los e colocar no açúcareiro.
Hoje foi esse dia de pacientemente rasgar os pequenos pacotes e das 1236 gramas do volume
apurei 1009 gramas líquidas, já depois de ter descontado o peso dos invólucros e respectivo saco de plástico.
Concluindo mais de um quilo de energia e eventual gordura que não ingeri nem o meu corpo destilou. E não é por falta de doce que o café sabe menos bem!
Gosto de café. Muito! No entanto não sou daqueles que bebe 30 cafés por dia como algumas pessoas que conheci! Dois por dia bem saboreados é o suficiente!
Há uns anos largos entendi que deveria de deixar de beber café com açúcar. No início a opção foi penosa, mas paulatinamente fui-me habituando a bebê-lo de forma simples.
Constatei também que o sabor do café sem qualquer adoçante é muito melhor conseguindo-se perceber a diferença dos diversos lotes e origens.
Recentemente dei conta em casa de um saco de café moído ainda por beber e que trouxera de uma das minhas viagens.
Peguei então numa daquelas cápsulas reutilizáveis para as novas máquinas de café tão em voga nas nossas casas e enchi-a com aquele pó castanho e perfumado.
À primeira vez a coisa não correu muito bem e o que saiu foi uma água castanha e pouco espessa parecendo mais um líquido sujo que verdadeiro café. Todavia à segunda vez carreguei com mais pó moído, calquei bem, voltei a colocar mais e finalmente eis um café com um sabor bem diferente de qualquer um que já bebera. Nem melhor nem pior apenas diferente já que a sua origem é insular na bela ilha de S. Jorge nos Açores.
É certo que beber um café deveria ser mais um acto social que apenas um gesto de ingerir um excitante. No entanto o café será um dos produtos que mantem as melhores características do local de origem!
Juntado-me às comemorações dos 90 anos do Comendador Manuel Rui Azinhais Nabeiro venho relatar o meu momento (leia-se encontro) com o empresário alentejano.
Como sempre cheguei cedo ao trabalho. Passaria pouco das oito da manhã.
Deixei o carro na garagem para depois subir as escadas até ao rés do chão onde apanhei o elevador mais próximo do meu gabinete.
Chegado ao quinto andar saí. No átrio encontrei o Comendador que falava ao telemóvel. Passei por detrás não interrompendo a conversa e fui para o meu gabinete.
Tirei o casaco, liguei o computador e voltei ao átrio para tomar café.
Nesse átrio onde parara o elevador, o empresário ainda aguardava que o chamassem na qualidade de testemunha de um caso qualquer.
Travámos este diálogo:
- Bom dia Sr. Comendador!
- Bom dia - respondeu, naquele seu sotaque bem alentejano e muito simpático.
Tirei o café da máquina ao que se seguiu:
- Sabe quem é que encomenda os cafés? - perguntou Rui Nabeiro.
- Creio que deve ser por concurso, mas há um Departamento interno que trata disso.
- Estive agora a falar para Campo Maior a tentar perceber porque aqui não há máquinas da nossa marca...
- Pois não sei... Mas acredito que um dia cá teremos as suas máquinas...
- Sem dúvida! - declarou.
Por fim despedi-me dele, apertando-lhe a mão e ele acto contínuo entregou-me um cartão com o seu nome e contactos. Rematou assim:
- Se um dia necessitar de alguma coisa, ligue-me. Terei muito prazer em ser-lhe útil.
- Muito obrigado... Se um dia tiver necessidade farei como diz.
E fui à minha vida com o pensamento: "É desta têmpera que se fazem os grandes homens e empresários".
Passados tantos anos deste episódio ainda hoje me sinto um privilegiado por me ter cruzado, mesmo de forma fortuita e rápida, com este alentejano.
Desde há uns anos decidi por vontade própria abolir o açúcar do café e do leite.
A princípio a coisa correu pouco bem pois não estava habituado ao café tão amargo (há quem diga que os verdadeiros apreciadores de café bebem-no sem açúcar!!!). Mas pegando no exemplo dos que me rodeavam apostei na decisão e ao fim de umas semanas estava completamente habituado a beber o café ou o galão sem qualquer adoçante.
No entanto ainda hoje guardo os pequenos pacotes de açúcar refinado que normalmente deveria usar quando peço um café. Deste modo há uma caixa em casa onde se vão colocando os pacotes rectangulares ou cilindricos.
Por fim sou incapaz de calcular quantos quilos já terei deixado de ingerir ou quanto peso teria a mais do que tenho agora, se...
Mas independentemente de tudo não me arrependo da minha decisão!
O sabor do café tem hoje para mim naturalmente outro gosto!
Nunca fui dependente do café. Gosto de beber um, mas tem mais sentido como factor social do que como vontade exacerbada. Mesmo no trabalho.
Sei que há muita gente que bebe café de forma quase compulsiva. Estão tão dependentes da cafeína que o dia nem começa bem sem o dito líquido negro.
No entanto eu que não sou cafeínodependente bebo-o sem acúcar enquanto muitos dos dependentes bebem-no somente com acúcar.
Curiosamente nestes dias que tenho estado em casa só bebo café ao pequeno almoço misturado no leite, pois não encontro nenhuma razão social para o fazer.
Há boa maneira europeia, já que na Europa as pessoas raramente chegam a um bar e pedem café só porque sim...
O desafio foi-me proposto pelo Paulo no seu fantástico blogueOnde Não estou.
Reconheço que não tenho grande habilidade para associar coisas tão diferentes como café e livros. Adoro ambas: o café sem açúcar, os livros com muito. Seja como for se virem aqui para baixo alguma parvoíce, já sabem... sou eu mesmo.
Então vamos a isto.
Negro: Nome de uma série que é difícil de entrar mas tem fãs apaixonados.
.Teleculinára (Isto começa bem!)
Chocolate quente: Qual é o seu livro para crianças favorito.
Pinóquio - O livro também preferido dos políticos portugueses. Pena que não lhes cresça o nariz
Dose dupla de expresso. Diz um livro que te manteve "na ponta da cadeira" do inicio ao fim.
Os Coxos dançam Sózinhos, de José Prata. Recomendo a leitura.
Starbucks. Diz um livro que você vê em toda parte...
O livro de reclamações.
Ops! Pedi acidentalmente um descafeinado. Diz um livro que estavas à espera de mais.
Pesquisa Sentimental de José Couto Nogueira
A mistura perfeita: Diz um livro que foi ao mesmo tempo amargo e doce, mas, em última análise, satisfatória.
Servidão Humana de Somerset Maugham
Café com gengibre e natas: um livro que fica mais popular durante o inverno ou a época festiva do ano.
O livro da Leopoldina
Eu avisei... Umas mais a sério outras a brincar, as resposta servem também para isso... desanuviar! Agora cabe-me desafiar uns artista da escrita... Então vejamos: Golimix, Magda, Cris, Ana, Rei bacalhau, Sandra e BB sintam-se livres de não responderem ao meu desafio. Todavia se acharem que devem...
Mas por favor, não se zanguem comigo... OK! A casa agradece!