O senhor 4%
A ideia peregrina de taxar a riqueza dos portugueses em mais 4% com um imposto que servia “apenas” para pagar a dívida de Portugal parece-me uma aberração de Miguel Cadilhe.
Este antigo Ministro da Finanças faz por vezes umas declarações muito… infelizes. E isto sou eu a tentar ser simpático com ele!
Nem quero imaginar o que aconteceria aos bancos com toda a população a retirar todas as suas economias e a coloca-las em casa, provavelmente debaixo do colchão, como era antigamente, evitando assim que o Estado tivesse conhecimento dumas míseras poupanças tão arduamente poupadas durante uma vida. Numa altura em que as Instituições vivem dificuldades e que necessitam de liquidez como de pão para a boca, esta tentativa de arrancar aos portugueses menos pobres mais algum pecúlio parece-me um perfeito e redondo disparate.
Fala-se da avaliação de quadros, ouro e antiguidades. E daqui criar um valor sobre o qual recairia 4% de imposto, pago duma só vez. Ora isto parece-me uma barbaridade. Senão vejamos um exemplo: eu herdo de um avô um quadro, que não sei quem é o autor e por acaso nem gosto. Porém um dia recebo a visita de alguém especializado, que observando o quadro, conclui que é uma obra-prima de um qualquer mestre flamengo e vale um dinheirão. Passaria então a pagar 4% de algo que não gosto e só a exibo porque herdei? Prefiro deitar fora…
Ele há coisas que não lembra ao Diabo e estes tipos que passaram pelo governo e que terão porventura quota-parte na situação que estamos a viver, veem agora, numa posição de uma esquerda bacoca e ultrapassada suscitar mais sacrifícios.
Terá aquele ilustre senhor pensado por exemplo em acabar com os institutos públicos e observatórios que ninguém percebe para que servem? Ou comissões de nada e altas autoridades de coisa nenhuma? Provavelmente não…
É por estas e por outras que já ninguém acredita nos políticos. São 4% de gente a mais e que nada fazem em prol do país.