Anda-se a queimar tempo!
Hoje será inevitável escrever sobre este flagelo que nos atinge e que já causou vítimas mortais e demasiados danos em habitações e outras estruturas.
Todos os anos a história repete-se. Sai governo entra governo e nada muda. Os problemas são permanentemente recorrentes e sem solução à vista.
Muitas vezes falo aqui de uma aldeia beirã onde vou algumas vezes, onde tenho pedaços de terra e donde retiro alguns (poucos) proveitos. Pois desde sábado que a aldeia foi invadida pelo fogo, estando ainda em rescaldo pelos bombeiros.
Quase todos os anos há por lá tentativas de fogo posto, sendo que os Bombeitos chegam a tempo sem grandes devastações. Só que este ano e com este calor o fogo cresceu de forma desmesurada. Começou da freguesia de Louriçal do Campo e alastrou-se às freguesias vizinhas: S. Vicente da Beira e Sobral do Campo. As chamas devoraram tudo pelo caminho: eucaliptos, sobreiros, pinheiros, oliveiras, plantações de kiwis. No fundo consumiu tudo o que apareceu pela frente.
Ninguém sabe quem o fez ou se sabem não têm provas. E sem estas não há hipótese de alguém ser detido.
Perante esta aldeia que tão bem conheço e perante todos os outros casos pelo país fora, tenho a real consciência de que ninguém, seja que governo for, conseguirá parar este flagelo.
O problema pode estar na má gestão florestal sem dúvida, mas sem a mão humana para atear os incêndios provavelmente esta tragédia não existiria.
É neste ponto que o país e toda a sociedade tem de se unir para, de uma vez por todas, colocar um fim. Precisa-se obviamente de uma justiça mais célere e de um código Penal mais severo de forma impedir que alguns incendiários se mantenham em actividade e aos olhos de toda a gente.
Tem a palavra o Governo... e não só!