Hoje fui até à Praça do Império em Lisboa, ali paredes meias entre os Jerónimos e o Centro Cultural de Belém! Levei pela mão a minha neta mais velha já que esta sabia de antemão da existência de pequenos lagos com patos.
Àquela hora da manhã a temperatura era já insuportável, mas a miúda não estava preocupada com o calor, só queria mesmo os marrecos!
Na verdade as aves por lá andavam todas contentes a chapinhar numa água verde... quase castanha. Também lá se encontrava um funcionário que supus ser da junta de freguesia, a tentar limpar a água dos lagos de penas e folhas e quiçá de alguns restos de peregrinos das JMJ... digo eu!
Tagarela como poucos meti conversa com o jardineiro e logo percebi aquele sotaque de um "português com açúcar" como escreveu Eça de Queirós, referindo-se à variação brasileira do luso idioma.
Ora já se sabe que as conversas são "como as cerejas" de tal forma que passado poucos minutos, enquanto a cachopita se entretinha a dar milho e pão aos patos, mantinha com o brasileiro de 42 anos um diálogo interessante.
Disse-me ele que estava em Portugal havia poucos meses, que no Brasil era gerente de um Departamento, mas que desde que chegara ao nosso país já conseguira juntar algum dinheiro. Mandou vir a mulher e os três filhos do outro lado do Atlântico e vivem agora felizes perto de Mafra. A tagalerice continuou para no fim o Júnior me contar como é viver no Brasil.
Confidenciou-me que o mais grave problema do maior país da América do Sul é a segurança da população. Lá é impossível alguém sair de casa e ir até a uma paragem de autocarro sem arriscar a ser assaltada. O perigo de roubos e assaltos é permanente e nem importa qual a hora do dia.
Referi que já vira alguns depoimentos de brasileiros em videos, mas julguei que podia ser apenas má publicidade. Este irmão de língua assumiu que é tudo verdade. E pior... tem a sensação que aquilo nunca mais terá cura!
Não pensa voltar tão depressa ao Brasil e está encantado com o nosso país onde pensa ficar por muito tempo.
Acabei por me despedir deste quase amigo ciente de que, afinal de contas, Portugal não é tão mau como alguns pretendem passar a vil mensagem!
Quando em 2015 foi criada a "Geringonça", logo naquela altura temi o futuro. De uma forma nua e crua o PS empurrado pelo BE e pelo PCP abriram um precedente ao criarem uma união governativa à esquerda sem contudo qualquer um dos partidos ter ganho as eleições.
Segundo uma sondagem do passado fim de semana, a haver agora uma "Geringonça" esta seria à direita. Isto é, o PS ao criar a ideia de um governo apoiado pelos partidos de esquerda abriu a porta para que num futuro possa acontecer o mesmo no extremo contrário da cor política.
Será bom que os apoiantes da tal coligação acordem, quanto antes, para esta nova realidade. Mais... seria interessante a esquerda assumir por inteiro as culpas daquilo que pode ser o futuro de Portugal!
Bem vistas as coisas a esquerda está no Governo desde 2015 e se tudo tivesse corrido como deveria ser o povo voltaria a querer a mesma esquerda.
Porém e ainda segundo a tal sondagem há uma diferença substancial entre os dois extremos da política. E que pode ser aumentada tendo em conta os recentes e estranhos casos no PS.
Posto isto começo a recear que Portugal poderá vir a sofrer do mesmo problema que o Brasil sofreu recentemente.
É costume brindarem-me, no Natal, com uns bilhetes para Concertos de Natal que vão sendo tocados em Lisboa. Já vi diversos no CCB, tal como o deste ano, no Altice Arena e até já vi um no Teatro Tivoli em plena Avenida da Liberdade.
Para o Concerto deste ano não levava nenhuma ideia, até porque não saboa que receberia as entradas e muito menos tive tempo para fazer uma breve pesquisa.
Já estava no recinto quando percebi que a Orquestra Metropolitada de Lisboa iria ser dirigida por um maestro com origem no nosso país irmão, precisamente no dia da tomada de posse de Lula da Silva (terá sido mera coincidência?).
Não imagino quem escolherá as peças que irão ser tocadas num concerto, mas por aquilo que nos foi oferecido pelo maestro brasileiro Evandro Matté quero crer que este antigo trompetista terá escolhido algumas das músicas tocadas ontem à tarde no CCB.
Das dez peças previstas, cinco eram de compositores brasileiros do século XIX sendo as outras cinco de J. Strauss II.
O maestro teve o cuidado de ir intercalendo as músicas dos seus conterrâneos com as de Strauss, o que me levou para um concerto... diferente. Gostei essencialmente dos temas de Carlos Gomes que me pareceram muito bem trabalhadas.
Muitas vezes vamos a estes espectáculos para escutar o que já conhecemos. Desta vez aconteceu o inverso e fiquei bem impressionado com os compositores brasileiros.
Enfim um concerto muito diferente dos que já havia assistido. A orquesta, que eu já conhecia de outros concertos, manteve a grande qualidade dos músicos. Um aplauso!
Uma boa maneira de terminar o primeiro dia do ano!
Após a morte neste ano de 2022 de Isabel II, que terá sido a rainha de todo o Mundo, eis que parte agora Pelé o Rei de todo o Mundo do futebol. Quer gostassem ou não... Edson do Nascimento era o Rei
Este jogador e campeão Brasileiro mostrou ao Universo que para se ser Rei não é necessário colorir o sangue de anil.
Basta ser humilde. Como ele sempre foi!
Morreu hoje a referência exemplar e maior do futebol. Como cantou o seu conterrâneo Chico Buarque "Mirem-se no exemplo..."
Ainda aqui não havia falado sobre o que se passa ou passará no Brasil. De uma forma assertiva conheço pouco da realidade brasileira para além do que me é oferecido pelas televisões ou pela escrita sejam jornais ou redes sociais.
Todavia ao ler esta brilhante análise do Robinson achei que, em vez de lhe responder através de um longo comentário, vou aqui tentar explanar outrossim a minha ideia sobre a situação do outro lado do Atlântico.
A primeira ideia que retenho é que a democracia tal como está instituída no Brasil poderá estar em perigo. Todavia ao mesmo tempo que reconheço este receio, também aceito o conceito já por aí escrito de que a culpa desta situação é da esquerda, nomeadamente do PT.
Tivessem os dirigentes do partido de Lula da Silva, incluindo o próprio, pautado por uma gestão séria, virada para o povo sim, mas cuidadosa na segurança interna e não no laxismo a que submeteu, talvez agora não estivessem em tão maus lençóis para conquistarem o Palácio do Planalto.
Não me venham com a teoria que o povo ao votar em Bolsonaro é burro e estúpido, pois foi o mesmo povo que votou em Lula anteriormente e portanto aos olhos dos que hoje o criticam, inteligente. Donde retiro a conclusão de que foi mesmo a esquerda que desbaratou o capital angariado em antigas eleições.
Insisto também na ideia de que uma campanha feita somente contra alguém estará destinada ao insucesso. Pois quanto mais falarem, mesmo que seja só para dizer mal do candidato da direita mais força ele terá.
A esquerda seja no Brasil, nos Estados Unidos ou na Europa terá forçosamente de mudar de postura e de alvos a atacar. De outra forma correrá o risco de volatilizar-se como já aconteceu em muitos países da Europa.
O que se está a passar no Brasil é no mínimo… escandaloso.
Os brasileiros podem ter sido enganados com as ideias de Lula da Silva. E de Dilma. Acontece a (quase) todos.
Também Portugal foi enganado por tantos governos democraticamente eleitos.
O que me custa entender é que os partidos portugueses, que em tempos tanto elogiaram o antigo presidente brasileiro, com os actuais acontecimentos assobiem para o lado e não venham assumir que se enganaram.
Todos têm direito a errar na avaliação que fizeram dos outros, mas não devem nunca fugir às responsabilidades das palavras ditas e manifestos apoios.
Por isso não lhes ficava mal vir a terreiro emendar a mão.
Pois... só que estamos em Portugal. País irmão do Brasil...