Segue o desafio...
da Ana!
Nestes dias de sol tão quente
Há sempre quem lute por nós
Pois ninguém me tira da mente
Que estes fogos têm uma voz.
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da Ana!
Nestes dias de sol tão quente
Há sempre quem lute por nós
Pois ninguém me tira da mente
Que estes fogos têm uma voz.
Ultimamente tenho lido demasiados textos, ouvido demasiadas declarações, assistido a infindáveis reportagens sobre os incêndios, as mortes de bombeiros e todas as desgraças inerentes aos fogos florestais que têm assolado o país.
As razões para tamanha calamidade são sempre as mesmas: matas mal limpas, aceiros deficientes, florestas demasiado próximas das povoações, descoordenação dos bombeiros, eu sei lá que mais.
Invariavelmente um dos alvos das acusações são os donos das matas e dos pinhais, que os mantêm na maioria dos casos sem limpeza e sem o trato devido.
No entanto é tempo de se olhar para este “velhíssimo” problema e que todos os anos aflige o país, através de uma visão profundamente séria e o mais próximo da realidade.
Senão vejamos:
1 - A evolução tecnológica e social de Portugal desde o 25 de Abril deixou que a constante procura nas aldeias de lenha para as lareiras e fornos deixasse de existir. Assim passou a ficar na terra todo o tipo de ramagem e caruma, altamente combustível.
2 - As matas passaram a ser locais preferidos por muita população para deixar os resíduos inorgânicos. É frequente observar nos pinhais por detrás dalgumas giestas, pequenos montes com electrodomésticos, mobílias velhas e até cadáveres de animais.
3 – Até há alguns anos era extraída dos nossos pinheiros a resina, hoje totalmente em desuso. Assim aquelas árvores tornaram-se perfeitas tochas incendiárias.
4 - Coloco por fim a todos os comentadores e acusadores de proprietários de pinhais as seguintes questões: imaginam quanto custa um homem por dia a limpar como deve ser uma mata? Sabem quanto custa à hora, uma retroescavadora para fazer os aceiros?
Reconheço que serão demasiadas observações para muito poucas ou nenhuma soluções. Mas antes de acusarem um idoso que tem meia dúzia de hectares de pinhal sem ser tratada e 200 euros de reforma por mês, é imperioso entender o verdadeiro problema. E saber como combatê-lo.
Ao fogo ataca-se com água.
Quanto a este já não sei!
Ninguém se sente indiferente às mortes de bombeiros, ocorridas nas últimas semanas. Os incêndios que continuam a devastar, o nosso já pobre património florestal, têm trazido consigo esta tristeza de ceifar vidas inocentes.
É claramente preferível que arda uma centena de árvores a que se extinga uma vida humana. Esta jamais será substituída enquanto as árvores, duma forma ou doutra, poderão e deverão ser replantadas.
Mas a frequência com que este ano tem surgido as mortes dos soldados da paz e carros de bombeiros incendiados, dá-me que pensar.
Não imagino sequer a que se deve tantos e tão trágicos acontecimentos em tão pouco tempo. Apenas quero crer que são (mui) infelizes coincidências.
Ou será que não?
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