Bibliotecas: um local sagrado!
Faz muitos anos mesmo que não vou a uma biblioteca, dessas públicas e hoje quase museus.
No entanto e recuando meio século digo que fui assaz frequentador de bibliotecas, essencialmente a Biblioteca Nacional, já naquela altura instalada num edifício moderno a meio do Campo Grande.
Nesse tempo não procurava livros para ler, mas unicamente compêndios onde pudesse ir buscar alguns dados para a investigação que estava a fazer. Trabalho que nunca finalizei!
Mas recordo os trâmites necessários para requisitar uns livros e a enormíssima sala de leitura onde o silêncio era rei e senhor.
Passado este meio século estão no meu escritório alguns livros iguais àqueles onde eu investigava (leia-se enciclopédias). Vinte e dois grossos e pesados volumes de capa negra (todos traziam uma sobrecapa dourada que com o uso rapidamente se estragou!) onde eu me embrenhava em busca de informação.
Faz anos que não os consulto. Por ali estão no cimo do móvel, lado a lado e amarelecer com os anos. Um destes dias peguei em diversos e folheei-os, só porque sim. De dentro saíu aquele odor tão característico do tempo decorrido e regressaram aquelas saudades das bibliotecas que visitei.
Tenho muitos livros, alguns bem antigos, outros nem por isso. Mas independentemente das novas plataformas, os livros serão sempre o meu maior património.
Porém fica sempre aquela dúvida quanto ao futuro dos meus livros. Para já moram aqui comigo amanhã, provavelmente, morarão numa qualquer biblioteca local onde ninguém vai. Todavia não deixa de ser um local (quase) sagrado!