Espero sinceramente que este calor que hoje se fez sentir não venha para ficar. Na Beira Baixa onde andei quase todo o dia sob um Sol inclemente e feroz não houve água que me dessentasse.
Vale que as terras ainda contêm muita água após um Inverno e uma Primavera bem mais chuvosa que anos anteriores. Os rios ainda correm com fervor e as charcas estão cheias.
O calor beirão é conhecido pela sua pujança que só se consegue amenizar com a modernidade do ar condicionado.
A erva verde principia a secar transformando-se em feno doirado que brevemente será aconchegado em fardos, para gastar mais tarde com o gado sempre esfomeado.
Esta canícula derrete-me por completo. É por estas e por outras que continuo a gostar do Inverno.
Tive de vir à Beira Baixa. Numa visita rapidinha para vir buscar couves beirãs para a consoada (as da minha horta ainda não foram cozidas pelo frio), borrego, tânjeras e alguns enchidos.
Depois saltitei de fazenda em fazenda para dar conta da poda das oliveiras. Tudo bem feito e calibrado que é assim quie se quer.
Num desses passeios obtive a foto seguinte.
Do corte do pinhal feito o ano passado ainda sobraram alguns pinheiro. A água parecia um espelho e corresponde a uma charca que se abriu há uma dúzia de anos. Serve essencialmente para o gado que por ali pastoreia de dessedentar e é um viveiro de patos bravos que fogem assim que me aproximo.
Poderia mostrar aqui as fotos outonais de um velho carvalho ou da ribeira que corre no fundo do lameiro. Mas preferi esta espécie de simetria natural!
Iniciei hoje a segunda temporada (a exemplo das séries televisivas!!!) da azeitona, desta vez na Beira Baixa a um quarteirão de quilómetros de Castelo Branco.
O tempo metereológico, visto em diversos sítios da internet, apontava para a previsão de muita chuva para este dia. Às seis da manhã quando saí de casa para ir ao pão ainda não chovia, mas às sete e meia caíu uma borrasca que me atemerizou.
Teimei!
E foi o melhor que fiz... pois mesmo com a queda de algumas bátegas conseguiu-se um óptimo empenho e à hora do almoço já se decidia qual a fazenda a seguir.
Todavia calhou-me a fava e durante a tarde fui escolher azeitona. A mantada que faltava era esta
que "só" deu 13 sacos, uns mais cheios outros menos dependendo do tamanho dos sacos.
Mesmo no final do trabalho desatou a chover e não fosse o oleado que trazia vestido nem imagino como chegaria a casa.
Tudo somado foram colhidas todas as oliveiras deste pedaço de terra fértil somando 26 sacos...
com azeitona escolhida e pronta para ir para o lagar!
Noutro ponto da aldeia a equipa mais nova fazia por deitara abaixo mais azeitona. Escolheram três, mas segundo disseram ainda ficou muito por limpar...
Estou na Beira Baixa! É costume vir aqui neste feriado.
Cheguei ontem já noite e a temperatura da rua rondaria os 25 graus. Como a casa não é aberta diariamente os quartos pareciam autênticos fornos o que me obrigou a ligar os aparelhos de ar condicionado.
Bom o dia hoje esteve também muito quente e após o jantar achei boa ideia ir dar um passeio pela aldeia. A noite há muito que tinha caído sobre o povo e talvez por isso considerei a aventura de um giro nocturno.
A noite estava simplesmente imaculada ao vento! A brandura da temperatura do ar convidava a fazer qualquer coisa diferente... do que estar em casa.
Saí devagar para poder saborear a noite com calma.
Esta gente que por aqui vai desfiando os seus dias é gente boa. Afável, amiga, companheira e acima de tudo fiável.
Mas o preço da desertificação nota-se já! Muitas casas à venda, a maioria quase devolutas. Os donos ou vivem no estrangeiro ou fugiram para os grandes centros urbanos deixando as heranças para resolver no futuro. Entretanto as habitações sem cuidados vão-se desboroando.
No céu mal consigo ver a Lua já que esta se encontra na sua fase minguante. Todavia as estrelas são muitas e algumas deixam-se ainda ver.
Paro no meio da rua e tento escutar.... Simplesmente!
Um silêncio quase sepulcral, cortado de vez em quando por uma cigarra ou um cão mais atento. Há nesta ausência de ruído uma estranha, mas apetecível atracção. Por esse desconhecido momento de paz.
Dou a volta à aldeia de forma pausada para regressar finalmente a casa.
Ainda a tempo de escutar o bater das horas no relógio da igreja!
Mas gosto tanto dela que ainda hoje é o fundo do meu portátil. Tirada no dia 1 de Novembro às sete horas, 36 minutos e 57 segundos de uma manhã ainda fria como se pode ver pelo gelo ainda depositado no chão. Um ano inesquecível de azeitona.
A madrugada acordara naquele instante com um Sol ainda tímido! E eu aproveitei para fotografar este acordar de dia...
Ontem pelas seis da manhã saí de casa na velhinha aldeia no sopé da serra da Gardunha. Àquela hora o calor já era considerável prenunciando o que seria (como foi!) um dia muito quente!
Depois de ir ao pão, de tomar o pequeno-almoço e de um café fui fazer o costumado périplo pelas fazendas da família tentando saber se haveria intervenções para fazer.
A três quilómetros do centro da aldeia cheguei a uma pequena quinta de 20 hectares com uma casa de pedra recuperada, mas sem ninguém a viver e conhecida na zona como... "a casa das cobras"!
Na frente da habitação há um conjunto de meia dúzia de sobreiros frondosos e certamente centenários. Ao lado duas dúzias de oliveiras de azeitona galega.
Da parte de baixo uma charca, nesta altura do ano e com este estio a meia dose. Mas foi aqui neste mini paraíso que acabei por escutar esta melodia da manhã.
Não consegui apanhar os patos selvagens que ali pernoitam nem nenhum dos esquilos que costumam veranear nos longos ramos dos vetustos sobreiros.
Cheguei ainda antes do almoço e o ar por aqui já queimava. Tórrido, seco com um vento suão a soprar que tudo seca.
Passeio pelas fazendas loiras de restolho após a erva cortada e enfardada. Os grilos cantam ao desafio com as cigarras e num muro cinzento e quente um lagarto olha-me quase com desdém! Percorro devagar o caminho que me leva às oliveiras de forma a perceber como estão de azeitona. Estala a erva seca, tisnada por este sol de Estio inclemente e quiçá duradouro.
Cães e gatos procuram sombras! Um burro deita-se no chão e espoja-se freneticamente tentando livrar-se da bicharada que o atenta. Um nuvem de pó é levada pela força do vento.
Bandos de pardais, piscos, cartaxos esvoaçam por cima da terra acabada de lavrar em busca de alimento.
O ar parece irrespirável e nem os traçadinhos de vinho e gasosas fresca na taberna fazem abrandar o calor.
A Beira Baixa e o seu calor quase doentio, mas que os naturais aguentam estoicamente.
Quando ontem ao fim da tarde cheguei à aldeia beirã situada no sopé da serra da Gardunha, jamais calculei que iria rapar um frio daqueles. Casa fechada há uns meses, obras recentemente concluídas e a falta de uso da casa, fez com que esta estivesse simplesmente gelada quando chegámos.
Nem mesmo a ideia de ligar alguns aquecimentos a gás resuktou na perfeição... Ou melhor resultou nos quartos, falhou na sala ou vice versa!
Quando me deitei (desta vez fi-lo cedo) a cama estava gelada. Agora imaginem como me senti ao deitar-me pois não tenho por hábito usar pijama.
Bom tudo isto para dizer que por estas bandas o frio anda a apertar com as gentes.
Eram perto das 18 horas quando entrei da estrada regional que liga a Nacional à aldeia beirã, onde parte da família tem raízes. Nesse caminho atravessamos uma barragem através duma ponte.
A hora já tardia, a água mansa, as nuvens ao longe criaram um momento propício para esta foto de um pôr-de-sol na Beira Baixa.
Pena não ter presente a minha boa máquina fotográfica e apenas o telemóvel!
Só por esta beleza já valeu a viagem, mesmo que por aqui esteja muuuuuuuito frio.