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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

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BD e as traduções!

No passado mês de Fevereiro falei deles aqui... dos meus livros de Banda Desenhada e do gosto que tenho por esta arte tão invulgar quanto bela.

Ainda não percebi porquê descobri que uma série de albuns de um certo heróis estava incompleta... Ainda estou para perceber como me passou, mas enfim.

Andei então a pesquisar e encontrei um dos livros à venda, mas em Francês! Falo da série conhecida como Comanche, todavia tendo Red Dust como personagem principal e obviamente o enorme herói no final de cada aventura. Dos 14 livros que constituem a colecção tenho somente nove, sendo que o décimo já se encontra encomendado.

Entretanto o nono livro, recebido a semana passada, foi simplesmente devorado pela minha ávida leitura e de uma coisa fiquei com a confirmação: os livros na língua original têm outro... charme, outro sainete!

Não sei se é das traduções, se é por eu gostar de francês que sinto que as respectivas passagens para a língua de Camões de alguma forma desvirtuam o ambiente do livro. Há pequenos detalhes que me parecem que passam sem tradução para português.

Quem lê BD sabe como os diálogos são muito importantes, para além das imagens, para se perceber o enredo. Imagino que para os tradutores a coisa não seja fácil, mas em BD é fulcral que se perceba o que cada prancha diz ou pretende dizer! Sem subterfúgios!

Veremos se se confirma esta minha ideia com o décimo volume.

Eu e o Astérix!

Conheci Astérix ainda nos tempos de liceu (no meu tempo não havia escolas secundárias!!!).

Levado por um colega para a biblioteca da escola, cada livro de aventuras do irredutível gaulês era, ao mesmo tempo, partilhado por três.  Foi desse tempo que nasceu a minha vontade de um dia comprar toda a colecção.

Vinte anos depois tinha comigo todas as aventuras até então publicadas. Entretanto as restantes estórias gaulesas também já cá moram!

Astérix tem sido um companheiro de aventuras... de leitura. Escusado será dizer que já li algumas estórias dezenas de vezes.

No passado dia 26 de Outubro foi publicado mais uma aventura/estória do conhecido gaulês, sem a pena competente dos seus criadores, Uderzo e Goscinny.

16992027382716107402442147668491.jpg 

O Lirio Branco recorda-nos "Obélix e companhia" numa tentativa de divivir para reinar.

A ideia do enredo tem a sua graça, mas falta-lhe aquela luz que o argumentista Goscinny conseguia transmitir aos leitores através das suas palavras.

Mas pior que a estória sofrível são as alterações que os editores têm vindo a fazer nos nomes das personagens. Não bastava o uso de algumas referências lusas, com pouca graça, a invenção de outras denominações para as velhinhas personagens surgem como ideias absurdas.

Só faltará alterar o nome do herói e do seu inseparável companheiro.

Nesse dia o meu amigo Astérix desaparecerá da minha vida.

Para sempre!

Luky Luke - a nova aventura

Já me tinha perguntado quando é que nestas variantes "lukylukianas" se abordaria as relações entre pessoas do mesmo sexo?

Foi desta vez que a homossexualidade surge em algumas personagens de uma maneira bem construída e bem divertida.

A última aventura de um Luky Luke pouco Morris trás um herói diferente dos antecessores. Em primeiro lugar a palhinha que a determinada altura Morris usou para substitruir o cigarro desapareceu. Agora o "cowboy" solitário aprensentou-se sem outros apetrechos. Depois ganhou barba de dias durante o tempo que decorreu a aventura, algo que não me recordo de ter constatado em outras aventuras.

A história é muito divertida e mete Dalton e uma Calamity Jane deveras diferente daquela que nos foi dada conhecer noutras aventuras.

Mas a grande novidade, para além da referida no início, sáo as diferentes e diversas referências cinematográficas, nomeadamente a actores de "spaghetti western" como foram Bud Spencer e Terence Hill assim como ao galardoado filme "Brokeback Mountain".

Isto para dizer que há nesta aventura personagens e até heróis a assumirem a sua tendência sexual. Todavia o mérito desta assumpção é feita de forma divertida sem melindres nem outras conotações. Diria mesmo que um bom exemplo!

Finalmente um aspecto relevante: aquele suposto diálogo entre leitor e personagem está muito bem conseguido.

luky_luke_choco.jpg

 

 

Um policial em BD

Gosto muito de livros policiais. Da mesma maneira que gosto muito de Banda Desenhada.

Agora imaginemos o que será juntar estas duas formas de escrita e desenho num só livro? Dito assim de forma simplista ficamos sempre com a ideia de que a coisa tem poucas probabilidades de vingar.

Porém, e como se diz nos policiais quando não há mais nenhuma hipótese a mais absurda é que prevalece, em Itália conseguiu-se o feito de juntar um escritor de estórias policiais e diversos desenhadores.

Foi a editora de BD "A Seita" que apresentou perto do final do ano passado o primeiro volume que chegou às minhas mãos no Natal de 2021, mas que só agora consegui ler, com as investigações do Comissário Riocciardi.

Desenhos a preto e branco, um investigador com ar de actor de cinema (no início pareceu-me Al Pacido no filme "O Padrinho", para mais tarde descobrir que parece-se mais com Andy Garcia), um ambiente napolitano nos anos 30 do século passado e temas fortes fazem deste livro um bom exemplo de como a nona arte consegue dar forma às palavras. Mesmo que sejam policiais.

O "Comissário Ricciardi - Primeiros inquéritos" é uma aposta ganha.

A merecer bem a atenção dos amantes de BD.

10-Ricciardi-K-H2-HD-3_small.jpg

Lonesome - Um western em BD

Chegou-me hoje às mãos uma publicação recente da Gradiva em BD. Chama-se "Lonesome" escrito e desenhado pelo belga Yves Swolfs.

Não conhecia esta BD, mas não pude acabar o dia sem ler as 56 páginas que constituem a primeira parte de uma triologia. Numa pesquesa rápida percebi que este livro já fora publicado em 2018 na Bélgica só surgindo agora em Portugal.

Como western gostei. A cor, o desenho, a história e acima de tudo o suspence que nos faz desejar comprar o tomo seguinte, foram muito bem trabalhados. Sou especialmente apreciador deste tipo de sequências de vinhetas em cima de outras obrigando o leitor a uma maior atenção na leitura e visualização dos desenhos. Muito bom!

No entanto e como não li a versão original, que acredito seja em Francês, não posso avaliar a sua tradução. Todavia há erros que não deveriam de aparecer mesmo neste tipo de livros e que nada tem a ver com traduções. A BD não é uma arte menor, bem pelo contrário e por isso o português deve ser aqui outrossim bem tratado.

Espero sinvceramente que nas próximas publicações haja um maior cuidado linguístico.

lonesome_1.jpg

Desencadeou-se!

Não é a primeira vez que a BD se mostra quase profética. E já nem trago para aqui a Mafalda de Quino sempre tão assertiva.

Recordei-me ontem já tarde e más horas de Astérix na sua fantástica aventura com os Godos. A determinada altura pode ler-se esta vinheta...

desencadeou_se.jpg

Quem conhece o livro percebe o porquê desta palavra. Quem não leu experimente... porque vale bem a pena.

O problema é  quenão há nenhum Astérix nem um Panoramix... que coloquem ordem nesta casa de doidos que é o Mundo!

Os amigos de Morris...

... ou será de Lucky Luke?

Da Editora A Seita especializada em BD foram publicados algumas obras do herói mais "in" do faroeste americado e que segundo o seu autor (Morris) disparava mais rápido que a própria sombra. Quem conhece BD percebe que falo de Lucky Luke, o Cavaleiro Solitário.

Os livros que trago hoje foram desenhados aquando dos 70 anos da primeira publicação de Lucky Luke em 2016.

Desenhos, histórias e contextos bem diferentes do que estava habituado, mas ainda assim a merecerem a minha atenção. Entretanto creio que já foi publicada uma quarta história que ainda não li.

LL_seita1.jpg

LL_seita3.jpg

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Num tempo de pandemia e recolhimento quase obrigatório este tipo de leitura parece-me salutar. Especialmente para quem gosta de BD.

O Último Homem...

um Western em BD à moda antiga

Sempre gostei do ambiente do Oeste americano, especialmente aquele que me foi mostrado muitas vezes através de longas metragens, onde John Wayne sobressaiu, mas essencialmente por uma série que nasceu em 1959 (o ano em que eu também nasci) e que a RTP naqueles idos anos 60 e 70 foi oferecendo aos telespectadores portugueses.

Até que um dia o meu pai me ofereceu o primeiro livro de BD. Um album com o herói Lucky Luke e os seus inimigos, os irmãos Dalton. Um livro que li e reli, sem problema nenhum em assumi-lo, centenas de vezes. Chama-se "Fora-da-lei" e ainda hoje é a minha "jóia da coroa":

Já a trabalhar e com dinheiro no bolso associei novas aventuras e novos livros.

Bom tudo isto para dizer que chegou há poucos dias a casa a minha mais recente aquisição de BD. Chama-se "O Último Homem...." e tem todos os condimentos que eu gosto. Uma estória diferente com um desenho muito bonito. Gostei essencialmente de algumas sobreposição de pranchas que me pareceram bem criadas e com um sentido forte. Muito bom!

Assumo que não conhecia Jerôme Felix e Paul Gastine, os autores deste livro, mas fiquei muito bem impressionado, acima de tudo, com a qualidade do traço. O texto não estará, no entanto, ao mesmo nível. Estranhei a linguagem um tanto diferente do que estou habituado na BD com o uso de algum vernáculo sem, contudo, roçar o exagero. Mas o enredo é diferente!

Um bom livro para este Verão.

Um último conselho para quem o ler: façam-no devagar! A obra merece!

Ultimo_homem.jpg

(imagem retirada daqui)

BD - Lucky Luke muda de sela

Foi lançado no passado mês de Agosto o segundo volume das aventuras de "Lucky Luke visto por..." Todavia adquiri-o somente há dias e neste sentido venho agora falar de mais uma aventura do pistoleiro que disparava mais rápido que a própria sombra.

Desta vez calhou a um germânico - Mawill - a responsabilidade de nos brindar com mais uma aventura de Lucky Luke. Este desenhador trouxe-nos um "cobói" (como se dizia no meu tempo de criança) muito diferente dos anteriores, no que diz respeito, essencialmente, ao aspecto visual, não obstante a indumentária se manter fiel à criado por Morris.

A história é curiosa e trás-nos um herói claramente pronto a adaptar-se às novas tecnologias da época. Paralelamente os "maus da fita" não são os celebérrimos Irmãos Dalton, estando personificados num casal meio bizarro, dando à história algum humor, todavia muito longe dos fantásticos diálogos criados por Goscinny e Morris.

As figuras têm todas um aspecto quase "naif", sem perderem, no entanto, qualidade e assertividade. 

Estas novas aventuras fora da série normal, têm o condão de nos apresentarem outros artistas nesta área da BD. Se bem que prefira a figura esquia e sempre alinhada de um Lucky Luke dos primórdios, a deste livro exibe-se outrossim em bom plano.

Há pranchas muito boas e até algumas referências bíblicas. O ritmo de leitura e imagem é muito razoável, sem haver necessidade de perder muito tempo nos pormenores de cada prancha.

Com chancela da editora "A Seita" esta é mais uma aventura a não perder, especialmente para os verdadeiros amantes de Lucky Luke.

Lucky_Luke_mudadesela.jpg

De Quino para o Mundo: Mafalda!

Numa edição publicada em 1983 pela editora Dom Quixote sob o título "13 anos com a Mafalda", pode ler-se na contracapa a seguinte frase proferida pelo escritor Julio Cortázar "Não importa o que eu penso da Mafalda. Importa o que a Mafalda pensa de mim".

Creio que ninguém conseguiu descrever tão bem o poder da figura criada por Quino (Joaquin Salvador Lavado) em 1962, como aquele escritor argentino.

Soube que faleceu o humorista desenhador aos 88 anos.

Quando um escritor morre deixa os seus livros, as suas obras e as pessoas que por cá ficam vão lendo, gostando ou desgostando. 

Só que Quino deixou-nos a Mafalda para além de outros livros. Mas aquela não é só uma personagem criada pelo lápis assertivo do humorista argentino. Mafalda é tudo aquilo que sempre gostaríamos de dizer e nunca o podemos fazer. Mafalda é a menina que vive dentro de cada um de nós sempre pronta para questionar tudo e todos. Mafalda é o exemplo acabado de como se pode ser adulto sem nunca deixar de ser criança. E deste modo Mafalda passa para o lado das figuras eternas.

Finalmente tentei nos diversos livros que tenho da Mafalda encontrar uma prancha que traduzisse o que atrás escrevi. Não consegui porque é a soma das partes que dá o todo da menina que não gostava de sopa.

Obrigado Quino por nos teres deixado a Mafalda! E descanse em PAZ.

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