Termino hoje este primeiro bloco de impressóes sobre a campanha da azeitona deste ano, na singela aldeia do Covão do Feto, onde tenho umas pequenas mas produtivas fazendas, essencialmente pedras, oliveiras, medronheiros, carrascos e muito mato.
Diz a história da região que foram os judeus que conseguiram povoar esta região quase inóspita de oliveiras. Ora como esta árvore adapta-se a todos os terrenos foi fácil o seu incremento. Resultado: já nesta pequena aldeia trabalharam dois lagares e o azeite é sempre de óptima qualidade.
Faz hoje oito dias que iniciei esta breve campanha. Dei por fim esta espécie de bravata contra o tempo, contra a īchuva e demais engulhos...
Já de tarde fui entregar a azeitona ao lagar que estava estranhamente vazio!
Enfiada no pio, o tapete rolante levou a azeitona para a balança,
Para finalmente surgir o peso...
510 quilos de uma azeitona madura e carregada de azeite. Assim espero!
Mas como diria o meu sábio avô: a oliveira dá a azeitona, mas é o lagareiro que dá o azeite!
Touché!
Nota final: para os Santos haverá mais! Não aqui... na Beira Baixa!
Está quease a terminar a "primeira temporada" da azeitona de 2023!
Como sempre levantei-me cedo. Pelo som exterior percebi que... chovia! Mas desta vez era dia para teimar! E teimei pois de outra maneira isto nunca mais terá fim.
Quando saí de casa a chuva continuava a cair numa trovoada forte. Mas assim que cheguei à fazendo o Sol fez a sua aparição roubando à chuva o direito a ficar.
Entre máquinas de colher, panos estendidos, azeitona colhida e ensacada lá passei a manhá na Pia Nova.
Entretanto chegou ajuda. Mais duas mãos ajudaram a despachar serviço.
A azeitona estava colhida e era necessário colocá-la no saco.
Ainda antes do almoço e aproveitando o dia luminoso e já quente mudei de sítio. Veio o almoço e o dia continuava acolhedor... Até que!
A chuva regressou ao início da tarde, não muito forte, mas criando efeitos bem bonitos!
Finalizada a apanha deste local regresso ao da manhã para continuar a mesma demanda. Que terminou mais cedo que o costume, devido à chuva.
Está quase, quase... e amanhã se o S. Pedro deixar, lá irei outra vez passar mais umas horas no lagar! Para regressar Domingo à urbe!
Uma coisa tenho mais consciência: por muito que aumentem o preço do azeite (um tema agora em voga e que em breve escreverei sobre) este nunca será suficiente para pagar o esforço que eu e muitos outros, fazemos para botar abaixo tanta azeitona!