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Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Ai ai, tanta azeitona! - 10

Termino hoje a minha viagem sobre uma campanha que se tornou extenuante. Nove dias com muitos altos e baixos, como sempre nestas campanhas de apanha da azeitona.

Muitos perguntam-me o porquê desta demanda quando em qualquer supermercado de esquina há azeite com fartura. A minha resposta é quase sempre invariável: porque gosto de ir à azeitona.

Pode ser uma maluqueira, mas saber que num bacalhau cozido o azeite que o rega foi fruto do meu trabalho tem obviamente outro valor.

Comecei cedo na idade nestas campanhas... Era jovem, não havia maquinaria e toda a azeitona era para se apanhar estivesse na árvore ou no chão... outros tempos, acrescento.

Hoje as coisas estão mais facilitadas já que as varejadoras electricas ajudam (e de que maneira!!!) no despacho da colheita. No entanto fica ainda muito para as mãos e braços.

Tentarei resumir e ilustrar como decorre a apanha da azeitona por onde andei.

Dia 1

Este será o dia mais atípico já que é inicialmente dedicado à recolha de tudo o que é necessário para os trabalhos dos dias seguintes, a saber: panos, sacos, baldes, varejadoras e panais de diversos tamanhos que envolverão os pés das oliveiras,

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e que terão a função única e fantástica de aparar a azeitona que cairá com maior ou menor abundância dependendo muita vezes da máquina que vai varejando a azeitona e menos do operador.

Oliveira colhida alguém vai ter que recolher a azeitona que tombou no panal para um outro mais pequeno.

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Pano levantado, pano estendido noutra oliveira o que origina que é sempre preferível ter mais panos de forma a evitar que o operador de máquina em punho, pare.

Quem anda por baixo tem diversas funções: estende e levanta os panos, recolhe a azeitona para panos mais pequenos e se puder vai retirando dos montes grande parte da folha e ramos de forma a se poder ensacar. Trabalho duro, chato, aborrecido, mas deveras necessário.

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Dependendo do número de oliveiras e da sua carga podem ser dias nesta azáfama dura.

Quando tudo está apanhado, esolhido e ensacado é a hora de nos pormos a caminho do lagar onde a nossa azeitona será recebida com honrarias e será tratada principescamente.

Depois de passar por diversos tapetes acaba dentro do lagar já devidamente limpa e lavada para entrar entáo num tanque onde será moída até ficar em condições de ser transformada em azeite.

Este é sem qualquer dúvida o momento mais esperado e desejado. Um líquido quente sai certo, verde e lustroso.

No fim fazem-se as contas e regressa-se a casa consciente de que os últimos dias foram duros, mas correram a contento de todos!

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FIM

Ai ai, tanta azeitona! - 9

Hoje foi aquele dia ... da entrega da azeitona ao lgar.

Com o peso de 4130 quilos este número transformou-se em perto de 500 litros de azeite com cerca de 9 décimas de acidez.

Mas nem mesmo este momento é singelo, já que o tempo de espera ultrapassa por vezes a paciência. Mas enfim é um dia diferente e emotivo.

Com os dados apurados surgem então as contas quanto às médias de produção. Uns alegram-se, outros nem tanto. Por este lado fico sempre contente já que gosto de ver o resultado de uma semana de árduo trabalho.

Ai ai, tanta azeitona! - 8

Uma semana e um dia depois dou por terminada a campanha da azeitona de 2021. Bem, termininada, terminada não está porque falta amanhã entregar os quilos que se apanharam no lagar e transformá-los em azeite.

O dia de hoje iniciou com frio e vento. Muito vento. De talforma que quando cheguei aio terreno onde ontem havia estendidos os panos para poupar tempo para hoje, encontrei-os enrodilhados e tive de perder novamente tempo a estende-los.

A primeira oliveira apresentou-se assim no final,

20211106_074809_resized.jpg

para as suas congéneres fazerem o mesmo. Até uma pequena oliveira descoberta há anos sob um silvado deu este balde.

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AInda de manhá regressámos à limpeza da azeitona numa corrida contra o tempo. Finalmente e já com mais pressa que qualidade de trabalho demos por finalizado a nossa demanda.

Depois foi carregar o reboque que apresentou a seguinte imagem final...

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Não imagino quantos quilos ali estarão, mas aceitam-se palpites.

Ai ai, tanta azeitona! - 7

A saga da minha azeitona continua...

Hoje eu e o meu pessoal dedicamo-nos a limpar a azeitona colhida Sábado e Domingo passado. Um trabalho chato, aborrecido, monótono, porém necessário.

Valemo-nos da traseira da minha carrinha para conseguirmos trabalhar de forma mais célere e eficaz.

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O dia foi passado neste vai-vem de azeitona limpa de ramos (as folhas saem no lagar), azeitona por limpar.

No final contabilizaram-se 31 sacos bem cheios que foram carregar ainda mais o reboque já desde ontem quase repleto.

20211105_172732_resized.jpg

Faltarão carregar ainda cerca de 50 sacos. Não imagino onde os colocar!

Valeu-nos finalmente um dia de sol, todavia acompanhado de um vento frio. Muito frio!

Espero que amanhã termine esta demanda ou pelo menos a apanha... Faltará a parte do lagar que já se encontra calendarizada para Domingo.

Ai ai, tanta azeitona! - 6

Quando às seis da manhã saí de casa para ir comprar pão e bolos deparei com a situação invulgar de ter o vidro da carrinha repleto de gelo. Sim gelo... daquele que quase serve para refrescar uma bebida. Portanto por aqui o frio veio para ficar...

As azeitonas que ficaram ao relento durante toda a noite estendidas em panos também sofreram com o frio da noite. Disso me apercebi eu quando cheguei ao olival cedinho e ao deparar-me com azeitona quase congelada, para além de um manto branco que atapetava a erva verde.

Mas o sol, hoje, foi nosso amigo e o vento que se fez sentir foi razoavelmente fraco.

Tendo em conta a chuva de azeitona dos últimos dias hoje decidiu-se limpá-la. Foram mais de oito horas a carregar o reboque do tractor com baldes de azeitona escolhida,

Entretanto eu ia retirando a azeitona dos panos e levava-a para as mãos laboriosas de duas mulheres e um homem que tentavam dar despacho.

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Entretanto o reboque ia-se enchendo, como se pode comprovar nas fotos infras em que a primeira foi tirada às 10 e 15 minutos e a segunda foi obtida já depois das 17 horas.

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E ainda faltam algumas centenas de quilos por limpar.

Mas Domingo esteja como estiver vai para o lagar. Começo a ficar cansado de tanta azeitona!

Ai ai, tanta azeitona! - 5

Frio foi a palavra de ordem de hoje!

Como tem acontecido nos últimos dias ainda não são 7 horas da manhã e já estamos no olival. Sopra um vento frio vindo de norte. De tal forma que tenho de me valer de luvas para escolher azeitona já que os dedos rapidamente arrefeceram estando próximos de congelados.

Enquanto um dos filhos de máquina em punho deitava a azeitona ao chão e o outro infante ia juntando a mesma em sucessivos panos, duas pessoas dedicavam-se exclusivamente a limpar a azeitona de folhas e ramos.

A meio da manhã uma agradável surpresa.

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Especialmente para a minha neta que nunca tinha visto tantos "memés" ao mesmo tempo.

A tarde trouxe mais azeitona, muito mais. Que quase não cabia nos panos.

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Finalmente chegou o reboque que há-de levar a azeitona para o lagar e que rapidamente se começou a encher. 

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Mais uma vez já era de noite quando saímos da fazenda.

Já com muito frio!

Ai ai, tanta azeitona! - 4

Continua a minha demanda de azeitoneiro!

Logo pela manhã optou-se por escolher uma das muitas mantadas de azeitona colhida no dia anterior. Resultado: oito sacos!

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Passado pouco tempo regressou-se às maquinas com as quais se foram correndo oliveiras. Umas atrás das outras. Às dez e meia da manhã surgia a primeira enorme manta de azeitona.

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Outras se seguiram.

Ao meio dia com a a~meaça de chuva acabou-se por regressar a casa para almoçar, mas antes deixou-se o terreno preparado.

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O fim do dia trouxe mais gente: o meu filho mais velho e esposa. Mais mãos são sempre precisas e úteis.

Gostaria de chegar ao fim do dia de amanhã com a azeitona colhida nesta fazenda. A ver o que se consegue.

Entretanto o cansaço já se impõe!

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Ai ai, tanta azeitona! - 3

Dizia o meu avô paterno que "em tempo de azeitona espera-se pelo nascer do dia no olival"! Se houves tempos que achava esta ideia absurda, hoje sou eu que me levanto asntes das seis da manhã e antes da alvorada já estou no terreno.

Hoje lembrei-me de fazer uma foto,

20211101_073756_resized.jpg

assim que o Sol despontou!

Portanto mais um dia, mais azeitona colhida. Muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuita!

Em mais de 60 anos de idade h«jamais vi um ano olícola como este! Consegui hoje finalmente limpar alguma azeitona que renderam 22 sacos. Mas ficaram no chão em cima de mantas mais do dobro ainda por escolher.

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Na foto supra consegue-se ver cinco panos cheios de azeitona. Mais cada pano deverá ter entre cinco e seis sacos cada.

Entretanto ainda me regalei com uma belíssima tanjara retirada daqui!

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A azeitona caiu todo o santo dia, tal qual a chuva de ontem. Levantar panos, recolhê-la, estender novamente os panos, escolhê-la e finalmente guardá-la até a altura de ir para o lagar foi o trabalho do dia.

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A panal supra coberto de azeitona ficou ainda mais preenchido do que a fotografia documenta. Pelas minhas contas deverá dar 10 sacos. Só esta mantada!

Entretanto a tarde dava calmamente lugar à noite e ainda andávamos no olival...

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Foi hora de regressar a casa para finalmente descansar para amanhã!

Ai ai, tanta azeitona! - 2

Há muitos anos houve um vizinho aqui na aldeia que dizia que quando esta família chegava para a azeitona chovia sempre.

Ora uma tradição, seja ela qual for, deve ser para manter...

Posto esta brincadeira de entrada a chuva hoje não nos deu tréguas. De tal forma que a determinada altura tivemos mesmo que parar pois não se conseguia trabalhar tal era a pancada de água que caía.

Regressou-se a casa um tanto mais cedo que o previsto acabando por almoçar.

Porém a tarde foi pouco melhor, mas como somos teimosos acabámos de apanhar a azeitona desta fazenda. Esta foi a última oliveira.

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que depois de colhida deu esta mantada...

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Aparentemente parece pouco mas dará, à vontade, mais de três sacos de azeitona. Entretanto o barracão ao fim do dia ficou com este aspecto...

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Amanhã continuamos esta demanda noutra fazenda que tem mais oliveiras a maioria muito, mas muito carregadas.

Nota à margem muita gente pergunta-me o porquê desta estácie de corrida contra dois tempos: o metereológico e o outro... aquele que nos faz ficar velhos? Na verdade também gostaria de não correr. Todavia para isso necessitaria de muitos dias, quiçá semanas para levar este barco a bom porto.

Apanhar azeitona não custa... o que custa é tudo o resto ao seu redor...

E não é tão pouco quanto isso!

Ai ai, tanta azeitona! - 1

Pronto já estou na Cova da Beira para a segunda temporada da apanha da azeitona deste ano. Após muitas dúviodas e avanços e recuos sobre o dia de vinda (ontem ou hoje) decidi vir somente hoje de manhã.

Cheguei por volta da uma da tarde com intenção de almoçar e depois preparar tudo para amanhã. Só que quando aqui cheguei tinha um homem à minha espera e desejoso de trabalhar.

Nem se almoçou e às 14 e 10 demos início ao segunto turno. Ao fim de uma hora de trabalho as mantas surgiam assim,

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A verdade é que debaixo de cada oliveira depois de colhida há um mar de azeitona. Os panos cheios espalham-se pela fazenda,

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assim como os panais sob as oliveiras carregadas.

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Até às cinco horas apanhou-se mais de trezentos quilos que foram devidamente guardados no barracão fugindo assim à chuva e intempérie.

20211030_173952_resized.jpg

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A verdade é que num ápice estas dezassete oliveiras que não se conseguem vislumbrar (apenas se vêem sete) foram todas colhidas. Amanhã se não chover irá o resto desta fazenda. Para depois passarmos para outra.

Agora é tempo de repouso que o corpo já exige!

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