Fiquei profundamente espantado com os (maus) resultados ontem divulgados, sobre a prova de avaliação dos professores. Perto de 1500 candidatos não tiveram nota positiva ficando, desta forma, fora de futuras colocações.
Para piorar estes dados mais de 60% dos avaliados deram erros de português. De português? Como é possível?
As desculpas de Mário Nogueira, que eu pude ver na televisão, não convenceram ninguém. Mas também não considero que o Ministro Nuno Crato tenha tido uma vitória, como já li na blogosfera.
Ninguém sai vitorioso quando se percebe que a maioria dos professores não apresentam as competências necessárias para ensinarem os mais novos. Ser professor é ou devia ser uma profissão feita por gente (muito) especial.
Quantos de nós não sentem que algo nas suas vidas foi influência de um professor? Muitos com certeza!
Esta nova realidade é filha de anos de desmandos na educação. Não há um rumo, uma estratégia, uma ideia que prevaleça por mais que um ou dois anos. Basta mudar de governo ou simplesmente de Ministro e tudo o que foi feito para trás é atirado para o lixo. Com os inerentes custos, não só orçamentatis mas essencialmente educacionais.
A escola é um local de aprendizagem... para a vida!
Os professores voltaram uma vez mais a estar na ordem do dia. E pelos piores motivos.
Se não concordam com as avaliações a que têm de se sujeitar não apareçam, pura e simplesmente. Da mesma maneira que eu, enquanto estudante, também faltei a alguns testes. Imaginem porquê? E obviamente arquei com as inerentes responsabilidades dessas minhas ausências.
Não me debrucei convenientemente sobre as razões de tanto alarido por causa duma mera avaliação. Eu que já trabalho para mais de trinta e quatro anos, sempre fui avaliado. Nem sempre com justiça, valha a verdade, mas isso são contas de um outro rosário e que ora não interessam.
Diz o povo que ”quem não deve não teme” e por isso “cheira-me” que esta recusa, por parte dos professores em serem avaliados, tem demasiadas dívidas e certamente mais temores.
Como já referi atrás não sei em detalhe os contornos desta prova de avaliação e respectivas consequências, mas se queremos uma meritocracia considero que os professores deveriam ser os primeiros a dar o exemplo. Se não, como podem ser exemplo para os seus próprios alunos?
Uma referência muito negativa para a intervenção policial a fim de apaziguar alguns diferendos. Não havia necessidade de parte a parte para tamanho espectáculo.
Ficaram assim todos (muito) mal nesta espécie de fotografia de família.