Hoje vi a entrevista que a candidata Ana Gomes deu à RTP1. Em tempos critiquei aqui a sua quixoteca vontade de chegar a Belém. Todavia achei que a entrevista lhe correu bem, ressalvando, quiçá, a questão Ru Pinto, da qual o entrevistador tentou não abrir mão.
Ana Gomes é obviamente uma mulher com mais...(ditos cujos!) que muitos homens. Não tem medo de nada e assume as suas posições sem rodeios. Gosto de gente assim!
Em meia hora, pouco foi o tempo para falar de assuntos deveras importantes, mas escutei o seu apoio à eutanásia, sem medos ou rodeios. Falou da TAP e da necessidade desta empresa ficar activa, por ser estratégica, mas com algum empobrecimento, falou da nossa lenta justiça e perante o caso da vacina da gripeque veio de França a explicação dada, convenceu-me.
Só que aos 27 minutos de entrevista o jornalista espalhou-se, quando tentou saber o que faria a candidata se ficasse atrás do candidato do Chega? Ana Gomes deu uma baile ao entrevistador não respondendo á questão pois que, para ela, era "peditório para o qual não daria".
Percebi hoje que a antiga deputada do PS no Parlamento Europeu, Ana Gomes, apresentou a sua candidatura à Presidência da República.
Não lhe nego a coragem e a ousadia ao tê-lo feito, mas sinceramente não entendo o intuito.
Se for para dividir o PS creio que é cedo demais, já que ainda há pouco o Partido ganhou as eleições perto da maioria absoluta e não obstante a actual pandemia e a saída, mesmo que pouco explicada, de Mário Centeno de Ministro das Finanças, António Costa mantém-se na crista da onda. Se for para marcar uma posição no panorama político associada, por exemplo, à luta contra a corrupção, já que Ana Gomes defendeu assazmente Rui Pinto, calculo que mesmo que consiga essa imagem de "justiceira" perante alguma população mais descontente, dificilmente ganhará um verdadeiro eleitorado.
Depois o actual Presidente da República sofre de uma enorme popularidade e será quase impossível de bater se se propuser a sufrágio.
Portanto e não estando a ex-deputada associada a interesses mais obscuros, não consigo vislumbrar a razão deste... chegar à frente.
Talvez o futuro político ou ela própria me elucide!
Ouvi hoje no rádio do carro aquilo que me pareceu ser o início de uma polémica partidária interna. Tudo por causa de umas declarações proferidas pelo senhor Primeiro Ministro assumindo a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa numa possível recandidatura.
Não tinha apanhado as declarações de António Costa e por isso fui em busca do que havia sido dito. Encontrei-as e escutei com calma o que disse o nosso Primeiro, na visita à AutoEuropa em conjunto com o PR.
Assim, à primeira vista, percebo a consternação da ex-Eurodeputada Ana Gomes, ao analisar num canal televisivo, naquele seu verbo muito peculiar, as palavras do líder do seu partido.
Certamente que António Costa não pretendeu menorizar algum candidato que o seu PS possa eventualmente apresentar, todavia ao dizer o que disse colocou-se a jeito para as críticas internas (que sabemos serem muitas, desde já a conhecida e polémica geringonça!!!).
No entanto António Costa só disse aquilo que muitos portugueses pensam, no que concerne à recandidatura do actual Presidente da República: dificilmente alguém o baterá.
Não esqueçamos que Marcelo ganhou a corrida a Belém com baixo orçamento e quase sem fazer campanha (ou melhor fez uma campanha durante anos).
Com quase cinco anos passados e um número indeterminado de “selfies”, muitos abraços, beijos e mergulhos na praia, Marcelo se se recandidatar, repito se se recandidatar, voltará com toda a certeza à AutoEuropa com António Costa!
Por muito que a Ana Gomes barafuste! E se candidate!