Em termos meramente teóricos os filhos serão a obra perfeita do amor dos pais. Amor puro e incondicional, muitas vezes de uma só via e quase sem retorno.
Não há filhos perfeitos. Da mesma maneira que não há pais perfeitos. Mas é nesta imperfeição permanente que todos têm de viver e conviver! Se souberem e quiserem, claro!
Hoje, por mera concidência, dei conta de duas famílias com filhos, todavia com relações assaz diferentes com os mesmos. A primeiroa é de um velho amigo que tendo dois rapazes mais ou menos da idade dos meus nunca conseguiu educá-los de forma segura e competente no sentido de lhes municiar com lastro para lidar com a vida. A outra assenta num casal que há um quarto de século decidiu adoptar uma criança pequena. Foi um processo moroso, mas conseguiram assumir a seu cargo a responsabilidade de criarem um rapaz.
Se no segundo caso o jovem ainda anda em busca do seu caminho, no primeiro as coisas estão completamente desconfiguradas. Ociosos e sem rumo vivem quase das esmolas dos pais. Mas preferem isso a ter de trabalhar. A verdade é que nenhum deles foi ao esmeril da educação e nunca sentiram o peso de uma verdadeira responsabilidade.
Com estes exemplos fico com a certeza de que há muitos pais que nunca tiveram competência nem discernimento para imporem regras básicas, enquanto outros que aceitaram de livre vontade uma responsabilidade mostraram muito mais sabedoria e acima de tudo valeram-se de uma boa pedagogia.
Ser mãe ou pai não é ser somente procriador, mas formador e educador que curiosamente ou talvez não, até rima com amor!
Uma mãe é uma mulher diferente daquelas que nunca souberam, por diversas razões, o que foi a maternidade. Entretanto o homem nem consegue entender com verdadeira propriedade esse sentimento de entrega e dádiva.
Já por diverses vezes me perguntei como uma jovem que foi sexualmente violentada acaba por querer ficar com a criança que, provavelmente, nunca desejou? Que amor é este ou que entrega é esta? No fundo como se traduz este estranho sentimento de gerar dentro de si uma criança.
Hoje é o dia da Mãe! Um dia especial que advém de um amor imensurável! Uma verdadeira mãe é uma mulher recheada de amor por todos os lados. Sejam eles denunciados nos afagos, beijos, festas ou nos simples ralhetes.
Uma mãe é, por assim dizer, uma força da Natureza.
Finalmente envio daqui um beijo para todas as mães que por aqui aparecerem! Que continuem o vosso explêndido trabalho de amarem os filhos sem cessarem!
O ser humano tem uma enorme dificuldade em lidar com a realidade, seja esta fantástica ou dolorosa.
Desculpamo-nos quase sempre com a ideia de que a cabeça quer uma coisa e o coração manda outra. Curiosamente comentei num blogue de uma amiga a propósito desta dicotomia. Mas não esclarecendo tudo ficou a ideia ficou a moer.
Durante o dia de hoje não tive tempo para pensar, mas chegada a noite é o momento para dissertar sobre a maneira como lidamos com a realidade contra o sonho que um dia idealizámos.
Todavia serei breve!
A realidade pura e dura nunca é simpática nem doce. Mas há que saber aceitar e perceber que sem o banho de realidade, provavelmente viveríamos num Mundo quase abstracto. Os sonhos devem ser sempre sonhados e assumidos, mas mais tarde plasmados na tal realidade com que vivemos todos os dias.
O amor, a paixão são dois dos sentimentos muito comuns nas assumpção das diferenças entre realidade e sonho. Poderemos amar alguém ao mesmo tempo que percebemos que esse amor será destrutivo. Deveremos continuar a amar? Ou acrescentar mais uma desilusão ao coração?
A idade que vamos somando tem uma natural tendência para polir as nossas dúvidas e clarificar o que vamos vendo. O problema é que na maioria das vezes não gostamos nada do que testemunhamos e preferimos continuar a caminhar por um trilho que nos poderá destruir interiormente.
Depois quando tudo acontece não poderemos dizer que "tive azar"...
Eu prefiro dizer que não há amor como o último. Até porque o meu primeiro amor foi uma decepção, um daqueles banhos de realidade em que a juventude é tão fértil.
Não me lembro que idade teria na altura, mas calculo que uns 14 ou 15 anos. Ela era gira (aos meus olhos, obviamente) e eu alimentei estupidamente aquela paixão durante meses até perceber que alguém havia já conquistado o coração dela!
Portanto o primeiro amor foi uma chatice. Tal como outros amores que vieram a seguir. Por isso prefiro o último!
Faz muitos anos que não recebia uma carta destas... Daquelas manuscritas por uma mão firma e decidida, com uma caligrafia muito bonita e perceptível e que nos comove até às entranhas.
Todavia uma missiva simples que percorreu milhares de quilómetros até chegar à minha mão.
Não falava de trivialidades, mas da vida tal como ela é, de bons e menos bons momentos, dos filhos e dos netos, de alegrias e tristezas, de solidão e companhia.
Recebi hoje uma carta!
De alguém que me diz muito, que sempre me apoiou e estendeu a mão. Lembro-me das matinées no cinema Avis e a seguir aquele lanche! Lembro-me dos poucos brinquedos que tive e que ela me ofereceu.
Hoje tem muita idade... mas ainda consegue escrever uma carta!
Bela... como são todas as cartas escritas com o coração!
Há aproximadamente um mês que passei a ser avô a (quase) tempo inteiro. Ou dito de outra forma todos os dias úteis, logo pela manhã, recebo nos braços a nova mulher da minha vida.
Após quase nove meses de licenças de maternidade, paternidade e férias foi o momento dos pais regressarem presencialmente ao trabalho. Daí esta minha ajuda...
Os meus dias dividem-se agora entre brincadeiras para bebés, dar de comer, mudar fralda ou simplesmente ajudá-la a adormecer.
Nunca fui pessoa onde o tempo abundasse tal era a quantidade de "burros" que tocava diariamente, como sói dizer-se. Deste modo para chegar a muito lado roubava horas ao sono. Porém agora o tempo parece escassear ainda mais. Sempre me imaginei a escrever serenamente longos textos durante a minha reforma. Mas tal não tem sido possível.
Tudo por uma causa maior que é alguém que entrou na minha vida sem pedir licença e ocupa já todo o espaço que havia livre no meu coração.
Finalmente a minha neta não é só uma linda e simpática criança, como é um anjo que vai iluminando o meu caminho.
Este texto é, por assim dizer, uma continuação deste meu post, escrito há uns dias. Desta vez abordo não a relação de duas pessoas mas o sentimento que as une ou desune e as respectivas consequências. E este sentimento tem sempre um nome primeiro: amor!
Por amor tudo se suporta, ouvi eu há muitos anos, dito por alguém próximo. Mas será mesmo assim? Será mesmo o amor o único sentimento que mantém a chama de uma relação?
Reconheço e aceito que por amor se fazem muitos (por vezes demasiados) sacríficios. Mas terá obrigatoriamente de ser sempre assim? A resposta é obviamente difícil e depende da capacidade de cada um tem para aguentar, fisica e psicologicamente, o que lhe vai sendo apresentado.
Há quem ao primeiro embate desista de uma relação só porque não está para se sacrificar e há quem nunca desista porque entende que o amor tudo aceita, tudo aplaca mesmo que com isso perca toda a sua identidade. Ora o mais certo seria explicar à outra parte que algo está mal e que está a sujeitar a um sacrifício anormal. Para isso é necessário que o diálogo franco e aberto seja o lastro da relação. Isto é, se alguém pedir sacrifícios ao outro sem disso ter verdadeira consciência, é bom que seja antecipadamente avisado do que está a pedir e que poderá terá custos... Se assim não for alguém deixa de ser quem é, para passar a ser escravo de outrém! E isto não me parece bem. De todo!
O amor deve ser um sentimento mútuo muito à imagem do "eu dou mas também recebo". Mas neste dar e receber não é necessário quantificar nem qualificar. Basta estar permanentemente disponível. E é esta disponibilidade ou não que naturalmente define o amor que se tem pelo outro.
Nos tempos que correm só vive numa relação pouco disponível quem quer!