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LadosAB

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

Espaço de reflexões, opiniões e demais sensações!

O perigo mora ao lado!

Estou na Beira Baixa onde chove!

Depois de umas voltas de tarde acabei por ir ver como estavam os terrenos no que respeita à água. Obviamente encharcados. Muito encharcados.

Não sou nada fiscalizador do trabalho dos outros, mas gosto de deambular pelo terreno percebendo a candeia nas oliveiras ou somente o... renovo das árvores.

Como já referi o dia estava cinzento e chuvoso. Mas sem frio! O rapaz que toma conta de uma das fazendas apareceu para tratar do gado (ovelhas e alguns bezerros).

Depois fomos am,bos perceber como estava a aramada que circunda o terreno após as últimas chuvadas. E foi aqui que reparamos num ninho de vespa asiática no terreno contíguo.

ninho_vespa.jpg 

Não é o primeiro que vejo. Já em tempos apanhei outro que se formou dentro de um buraco de um ramo de sobreiro cortado.

Têm sido vários os acidentes, alguns mortais com estes insectos. 

Que vivem ao nosso lado sem quase percebermos disso!

O primo A.!

Na aldeia onde residi recentemente duas semanas há um parente mais velho que durante muitos anos nos valeu nas diversas bravatas que tivemos, especialmente na azeitona.

Ainda antes de haver varejadoras eléctricas o primo A. era chamado para nos ajudar e fazia-o sempre com gosto e competência.

Funcionário da CP na capital rapidamente foi reformado regressando definitivamente à aldeia que o viu nascer. Em má hora, acrescento eu! Porque a partir dessa altura o primo A. começou a "gastar muito álcool aos 100". Com produção própria lentamente ficou preso no vício do vinho. Melhorava quando lá íamos. mas eram só meia dúzia de dias.

No último ano que nos ajudou era mais o tempo que nada fazia que aquele que trabalhava. Ainda por cima levava a 50 euros ao dia!

No ano seguinte optou-se por outra equipa e o parente ficou definitivamente de fora. 

Sendo um homem pobre e reformado tudo aproveita para a casa ou para si mesmo. A horta parece mais um pequeno centro de objectos inúteis que um lugar de cultivo.

Como qualquer aldeão, não obstante a sua condição financeira, é orgulhoso e resiliente. Assim sem que ele o perceba (creio eu) sempre que o encontro encomendo umas coisas que ele me vende. A maioria das vezes... aguardente. Peço sempre cinco litros e pago-lhe o valor sem qualquer negociação.  Ora como não necessito daquela forte bebida, até porque estou proibido de o fazer, no fundo tento oferecer-lhe ajuda sem que ele se sinta ofendido.

Assim nos últimos anos repito a encomenda que ele me entrega num garrafão e eu pago-lhe o que me pede.

Dito por outras palavras acabo por demonstrar solidariedade sem que ele sequer perceba e mais importante que tudo, sem que se ofenda!

A gente lê-se por aí!

Filho adoptivo!

Após 15 dias na Beira Baixa eis-me de regresso à cidade e à loucura da enorme urbe!

Foram quase duas semanas completas a correr atrás de muita coisa, mas principalmente da azeitona. Que estava óptima, sã e fundiu muito bem.

Ontem enquanto arrumava as últimas caixas e mantas fiquei a pensar se não seria melhor ficar por ali mesmo. A aldeia não é muito grande mas tem quase tudo. O ar forte que desce da serra queima mais que um dia ao Sol na praia. Nas diversas fontes jorra água fresca e saudável e as pessoas são simpáticas e acolhedoras.

Por diversas vezes encontrei pendurado no portão de casa sacos com víveres: romãs, dióspiros, couves, abóboras e até aguardente. Também me brindaram com enchidos maravilhosos e bem perfumados.

Notei um movimento inabitual dentro do povo. Creio que uma corrida que ali se realiza anualmente trouxe muita gente que acabou por ali ficar mais uns dias. Já para não falar da quantidade de estrangeiros que optaram por viver ao redor da aldeia.

Entretanto as madrugadas continuam serenas, pacatas e quase convidativas a um passeio pelas ruas desertas não obstante muitos dias de chuva.

Talvez um dia por ali fique definitivamente. Não sou filho da terra, todavia adoptaram-me.

Sinto-me um privilegiado por fazer parte daquela comunidade!

Azeitona: algumas memórias... #4

A azeitona presenteou-me com algumas memórias deste tempo tão especial. Não sei se será por acaso que memórias rimam com estórias, mas adiante!

Episódio 1

A minha primeira evocação recoloca-me em casa do meu avô paterno e numa despedida pouco emotiva (o meu antecessor era muito austero em palavras e emoções). A porta da cozinha dava para um alpendre entre diversas coisas estava um velho garrafão de vidro totalmente empalhado e cheio de azeite. Já não me recordo como aconteceu, mas recordo o olhar furibundo do meu avô quando percebeu que eu havia derrubado e partido o dito vasilhame. Hoje muuuuuuuuitos anos depois percebo perfeitamente porquê!

Episódio 2

Já jovem espigado e pronto para dar o meu contributo fui ajudar os meus avôs maternos a apanhar azeitona. Nesse tempo era muito leve e a minha avó Pureza muito pequena que tudo somado não daria um pessoa de um homem normal. Naquele tempo a azeitona era colhida à mão e desse modo subimos ambos (a minha neia dose de avó era mais miúda que eu!!!) a uma velha oliveira. Copiando Solnado diria que "estávamos muito quentinhos" a colher azeitona quando percebenos que a oliveira dava os primeiros sinais de intolerãncia connosco em cima. Para no minuto seguinte estarmos os dois caídos por terra com algumas feridas feitas pelos ramos e muitas gargalhadas.

Episódio 3

Um dia encontrava-se a família reunida para jantar na velhíssima casa de forno onde, para além deste, existia um fogão a lenha, quando percebemos que faltava o meu avô que fora simplesmente buscar azeite novo ao lagar, de uma medura (medida especial para esta época que equivalia, naquele tempo, a cerca de 20 sacos grandes de azeitona sem uma única folha) que mandara fazer dias antes. O bacalhau, as batatas, as couves daquele jantar foram regadas por um azeite ainda muito turvo, mas ao mesmo tempo com gosto a selvagem. Esse repasto ficou gravado no meu palato para sempre.

Episódio 4

Certo fim de tarde no olival e já no momento de arrumar a trouxa e zarpar para casa reparei que o meu pai levava um saco cheinho de azeitona às costas. Naquele tempo era normal atarem-se os sacos com um nó muito próprio. Depois colocava-se às costas e atravessava-se a fazendo até ao transporte, com 30, 40 ou 50 quilos sobre os ombros. De súbito percebi que algo estava mal com o saco e este abriu-se totalmente deixando cair parte da carga pela terra barrenta. O momento foi para mim divertido se bem que o meu pai não tivesse gostado nada. Lá o ajudámos a reencher o saco. Porém recordo a forma zangada como o meu pai reagiu à situação... Para gáudio dos presentes!

As campanhas da azeitona trazem-nos muitos episódios para ilustrar a nossa memória. E eu não pretendo esquecê-las.

 

Azeitona: a chuva continua! #2

A foto infra mostra um dos meus colaboradores (o meu filho mais novo!!!) a apanhar azeitona com máquina varejadora enquanto chovia.

ha_chuva.jpg 

A verdade é que se não teimarmos na azeitona esta acaba por cair e ninguém se verga a apanha um bago do chão.

Já foi entregue ao lagar a apanha de ontem: 644 quilos de azeitona. Nem imagino quanto dará de azeite, mas como diria o meu avô paterno, lagareiro muuuuuuuuuuitos anos: a oliveira dá a azeitona e o lagareiro o azeite.

Ele sabia-a toda.

São onze da noite e a chuva persiste!

A minha idade sanduiche!

Há alguns anos alguém me dizia que muitos de nós vivemos em modo sanduiche, já que por cima estão os pais com os seus problemas e por baixo os filhos com situações obviamente diferentes dos antecessores, mas ainda assim com problemas que acabam também por nos afectar!

Dito isto declaro que nesta altura gostaria de ter uma vida mais tranquila do que aquela que tenho, especialmente porque estou sempre preocupado com os meus velhotes. O meu pai de 91 anos ainda se considera um homem valente, já que gosta muito pouco ou nada de ser limitado na sua vida ainda autónoma. Porém os seus rins já não trabalham como deveriam e está por isso entregue aos cuidados da hemodiálise três vezes por semana. Uma situação que o coloca preso e dependente de tratamentos hospitalares e isso aborrece-o olimpicamente. 

A minha mãe de 85 começa a dar sinais evidentes de uma arterioesclerose preocupante. Esquece-se onde deixa as coisas e das conversas tidas, principalmente comigo. Mas ainda consegue tomar conta de si de forma razoável!

Ora sendo eu filho único e estando eles na aldeia a 120 quilómetros da minha residência, estou sempre com o coração nas mãos temendo que algo de mal lhes aconteça. A verdade é que ambos sentem que conseguem viver a vida sozinhos e sem ajuda, mas é a mim que me bate o coração mais apressado sempre que a minha mãe me telefona. Nunca sei o que virá daquela conversa. Até agora as coisas, não obstante não serem perfeitas, ainda se vão resolvendo.

Mas não sei até quando!

A campanha que se aproxima

Há uns tempos li duas notícias contraditórias sobre o mesmo assunto. O tema era o azeite e o preço que se prevê para a próxima campanha, que estás prestes a começar!

Uma delas falava de alguém que acreditava plenamente na descida do preço do azeite para, decorrido pouco tempo, ler o inverso já que o maior produtor de azeite do Mundo, a Espanha, continua deficitária no que respeita a este produto tão mediterrânico.

Lembro-me a este propósito que o ano passado um dos lagareiros a que recorro me contou que dias antes lhe aparecera no lagar um espanhol carregando um saco cheio de euros para lhe comprar toda a produção a um valor bem acima do mercado de altura. Todavia o dono do lagar recusou-se a fazê-lo mesmo tendo consciência que perderia um bom negócio.

Bom azeite a oito euros o litro até que nem é muitio caro. O que é substancialmente caro será o preço da mão de obra especializada. Porque pagar a 80 euros ao dia a um homem, a que se associam outros gastos torna-se um valor quase incomportável.

Mas permitam-me um exemplo: a campanha de um ano principa quando damos por finda a campanha do ano anterior. Podar as oliveiras, lavrar a terra, cortar os rebentos novos, ceifar algum pasto... enfim... uma série de tarefas que serão banais, mas custam muito dinheiro ao dono.

Para esta ano de 2024, já gastei perto de mil euros, sem saber se terei algum retorno na próxima colheita. E quando esta principiar lá estarei a trabalhar de Sol a Sol sem receber qualquer benefício. Apenas o ter a certeza que o meu azeite será para mim e para os meus.

Após uma recente e rápida visita ao olival percebi que o azeite voltará aos preços do ano passado. Até porque a produção será bem menor que em outros anos. O ano é bissexto e nestes anos atípicos a agricultura sofre mais que as outras actividades.

Posto isto provavelmente daqui a um mês já estarei a escrever sobre a novel campanha. Entretanto preparem as bolsas para pagarem o azeite ao valor do ouro!

Uma lição!

Há muitos, muitos anos conheci na aldeia um homem sui generis, mesmo para aquela época. O nosso primeiro encontro foi na estrada quando eu, um rapazola ainda muito imberbe, passava os dias rua acima rua abeixo na minha bicicleta. Como andava sempre a "assapar" certa vez quase me esbardalhava contra o seu enorme rebanho de cabras. Pedi-lhe desculpa, mas aquela figura do ti' António Costa chamou-me à atenção. Já muito entrado na idade, percebi-lhe na voz uma certa deficência: era fanhoso!

A verdade é que esse foi o nosso primeiro diálogo. Alguns outros se seguiriam, poucos, mas de um deles ficou uma lição de filosofia para a minha vida. Quiçá a primeira e que anos mais tarde consegui claramente entender.

O ti' António era um pobre homem a quem ninguém lhe conhecia amizades, mas ele também não as favorecia. Nunca ia à taberna e se alguém por acaso o convidava para beber um copito, ele respondia:

- Não vou, depois queres que pague eu...

Se insistiam lá ia, mas escutava logo um assobio colectivo:

- O ti' António na tasca? Quem será o desgraçado?

Na verdade o velho pastor vivia numa casa que mais parecia um pardieiro. Não tinha água, nem casa de banho e muito menos electricidade. O que comia poucos sabiam, mas não deveria variar muito de batatas, tomates ou feijão que ele fazia questão de cultivar.

Um dia percebi que o seu parco rendimento financeiro advinha da venda do leite a uma cunhada e de alguns cabritos e cabras mais velhas, para o talho. Mas se recebia pouco, também era verdade que não gastava uma moeda.

Das últimas conversas que tive com ele e perante a minha insistência sobre o que fazer com o dinheiro ele deu-me esta lição:

- Quem te dera a ti, meu rapaz, gostares tanto de estrafegar o teu dinheiro, como eu gosto de poupar o meu!

Esta frase que na altura entrou a 100 e saiu a 200, só muitos anos mais tarde, como já observei acima, se tornou numa assumida filosofia de vida.

Transportada para o dia de hoje aquela frase traduz com uma simplicidade quase absurda o que deveria ser a nossa vida: fazer unicamente o que gostamos, sem termos vergonha nem receio.

Ti´António foi encontrado morto por uma irmã, no chão imundo da casa, rodeado de todo o género de bicharada peçonhenta.

Nunca ninguém falou se encontraram dinheiro.

Calor, calor e mais calor!

Espero sinceramente que este calor que hoje se fez sentir não venha para ficar. Na Beira Baixa onde andei quase todo o dia sob um Sol inclemente e feroz não houve água que me dessentasse.

Vale que as terras ainda contêm muita água após um Inverno e uma Primavera bem mais chuvosa que anos anteriores. Os rios ainda correm com fervor e as charcas estão cheias.

O calor beirão é conhecido pela sua pujança que só se consegue amenizar com a modernidade do ar condicionado.

A erva verde principia a secar transformando-se em feno doirado que brevemente será aconchegado em fardos, para gastar mais tarde com o gado sempre esfomeado.

Esta canícula derrete-me por completo. É por estas e por outras que continuo a gostar do Inverno.

O meu 25 de Abril de 24!

Tinha 65 anos e quase dois meses.

Estava reformado.

De quarta para quinta fiquei em casa dos meus pais numa aldeia cravada na encosta da serra dos Candeeiros. Ali estava depois de ter ido, no dia anterior, ao Hospital de Torres Novas com o meu idoso pai a uma consulta de Nefrologia.

Acordei a desoras depois do dia anterior ter andado toda a tarde de volta de um jardim que não via, como deveria ser, mão humana há muito tempo.

Tomei o pequeno-almoço e abalei para dar fé de como estariam as fazendas após a intervenção competente de uma equipa de sapadores florestais.

Os terrenos estão na sua maioria alquevados pelos focinhos e presas dos javalis. Terrível pois é impossível ter algo semeado

Numa fazenda encontrei à sombra de um pequeno carrasco um ninho com três pequenas cotovias, muito imóveis. Uma beleza da natureza.

Veio a hora do almoço que decorreu num restaurante onde me debati com cabrito assado devidamente acompanhado com arroz de miudezas e uns grelos salteados.

Tudo bem regado com um tinto do Douro.

Já em casa preparei o regresso à capital. À saída ainda encontrei um primo que viera fazer uma visita aos meus pais. Despedi-me e pus-me a caminho via A1 até Lisboa.

Chegado, ainda fui ao lar ver a minha demente sogra, para logo a seguir buscar num supermercado alguns víveres para o almoço de hoje.

Quando, finalmente, aterrei em casa já passavam das 18 horas.

Deveras cansado desisti de ir para a rua comemorar o dia de ontem.

Ficará certamente para o ano!

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