Um destes dias recebi um comentário do qual destaco esta frase "... para além de certinho, diário, fala sem ódios a linguagem das nossas vidas, suscita a curiosidade "vamos ver o que escreveu hoje".
O comentador é assíduo a este espaço, foi um dos colaboradores a quem pedi a ideia para um desafio, todavia identifica-se com uma sigla e não imagino a sua idade, local onde está, nem profissão. Muito menos se é homem ou mulher!
O recorte que fiz do comentário referia-se a este pobre de Cristo que diariamente aqui vai descarregando as suas "reflexões, opiniões e demais sensações!" , conforme se pode ler no cabeçalho supra.
Mas de forma sincera fiquei contente por alguém que não me conhece pessoalmente e apenas aqui vem para depositar os seus comentários tenha escrito em tão poucas palavras o que tem sido este blogue.
Na verdade não busco com esta minha aventura honrarias e muito menos demandas ou bravatas com quer que seja. Cada um aqui tem direito a escrever a sua opinião, desde que não seja ofensivo e jamais obrigo a que concorde comigo. Bem pelo contrário... já que é da diferença que nasce a luz para uma nova ideia.
Sou e continuarei a ser um pacato cidadão, todavia atento a tudo o que me rodeia e, se necessário, interventivo.
Finalmente agradeço ao amigo comentador as suas simpáticas e assertivas palavras.
Num país como é Portugal, a meritocracia é anormalmente substituída pela critica mordaz e soez. Sendo que a maioria das vezes esta surge de quem menos se espera e assente em acontecimentos que não se confirmam.
Em 2021 a minha falecida sogra teve de dar entrada num Lar. Uma série de acontecimentos precipitaram que tal acontecesse, mesmo que ambas as filhas nunca fossem favoráveis à saída da mãe de casa.
Mas a vida ensina-nos que as verdades de hoje são as mentiras de amanhã e perante uma dura realidade, não houve outra solução a não ser integrá-la numa casa de cuidados permanentes. Acresce dizer que a senhora na altura já se encontrava demente. Raramente conhecia as filhas e os netos sendo uma tristeza vê-la de memória quase vazia.
Escolhida a instituição, aqui foi entregue no dia de Todos os Santos, ficando aos cuidados de muita gente especializada.
Dois anos, oito meses e dez dias foi o tempo que a D. Rosa viveu num local onde se sentia feliz. Tal como uma criança acabada de nascer, toda a sua vida se baseava em duas vontades básicas: barriga cheia e fralda limpa e seca. Porém no lar ela teve muito mais que isso, muuuuuuuuuuuuuuuuuuito mais.
Nesta casa ela foi rainha, princesa, senhora e criança, sempre rodeada de carinho, ternura, compaixão e solidariedade.
Não morreu na sua casa que ajudou a construir com muito trabalho, mas este Lar foi a sua bonita morada enquanto ser vivo se bem que não fosse já um ser vivente.
É chegado agora o momento de elogiar todos daquela instituição. Desde o responsável máximo à senhora da limpeza, passando por todo o pessoal auxiliar, as enfermeiras, médicos, fisioterapeutas ou animadoras. Todas e todos, sem nenhuma excepção, mostraram e mostram como se deve tratar a nossa terceira idade. E mais importante que tudo… cuidam de todos os idosos presentes com a dignidade que estes merecem.
Há quem não goste de fazer anos e muito menos de os comemorar... e depois existe... eu! Que qual criança adora celebrar mais um anos de vida, mais um ano passado mas menos um ano para viver dirão os pessimistas.
Teoricamente o meu dia de ontem deveria ser gasto a fazer que coisas diferentes dos outros dias. Todavia como a vida é que manda no dia de ontem dormi 3 horas e meia, já que me deitei muito para lá da uma da manhã e acordei às cinco da madrugada. Portanto mais um dia normal... com muita correria.
Para não me alongar mais apenas acrescento que o meu telemóvel mnão parou um segundo. Ora eram chamadas, esse-emes-esse's, mensagens de correio electrónico e principalmente muita amizade daquele grupo tão especial de uotessape ligado à escrita.
Entretanto e sempre que tinha um minuto de sossego ia percebendo o carinho que alguns bloguers me dedicaram neste meu dia tão especial.
Principio pela MJP que com este belíssimo texto me deixou deveras comovido.
Depois foi a vez da Ana D. que me homenageou neste lindíssimo postal.
Finalmente dei conta que a Maria também publicara um postal em minha homenagem.
E já nem falo dos comentários sempre tão elogiosos que muita gente foi depositando nestes escritos. Até no meu texto meio parvo de ontem. Simplesmente sublime.
Todo este carinho, ternura, conforto é um capital emocional que tenho de economizar para outros dias menos brilhantes e que possa via a ter.
Mas sendo eu já um tipo maduro ou sénior, como queiram chamar, ainda fico assim emocionalmente esmagado por tanta coisa boa que escreveram sobre mim.
Face ao que precede, não sei de que maneira devo agradecer a todos quantos me escreveram, me homenagearam, me ligaram. Quiçá escrevendo simplesmente:
MUITO OBRIGADO!
PS- tenho consciência que este postal dá a ideia de ser um tanto lamechas, mas já tenho uma idade que me escuda desses pensamentos.
Mas este ano ao invés do passado recente não irá ter toda a família a seu lado, nomeadamente os netos e bisnetas. Nem sempre as coisas correm como gostaríamos.
Há que aceitar!
Mas eu estarei com ele! No almoço num restaurante, que será o meu presente de aniversário e mais tarde no primeiro carregamento de azeitona que levarei para o lagar próximo.
Todavia este ano as coisas estão menos bem. A saúde começa a dar sinais de fraqueza e os rins estão por um fio. De tal modo que provavelmente irá ser mais um cliente da hemodiálise. Com os proveitos e riscos inerentes.
Está bem consciente daquilo que poderá a vir a ter pela frente e notei logo nele, na passada quarta-feira, uma tristeza cristã! Ele que foi sempre um homem de uma enorme coragem e muito focado parece faltar-lhe agora essa mesma coragem.
Mas hoje há que celebrar a vida! Que tem muito mais para contar que tudo o resto que ainda não chegou!
Hoje ao meu querido pai apenas desejo que viva este dia como se fosse o primeiro de muitos e não o fim de muitíssimos.
Há momentos, palavras, singelos gestos que deveriam ficar na nossa memória para sempre. Mesmo que o tal alemão nos abrace jamais deveríamos perder as boas recordações.
Quando há quinze anos abracei a blogosfera nunca imaginei que neste mundo (quase) virtual alguém conseguisse angariar fortes amizades. Enganei-me redonda e felizmente!
Pela minha parte confesso que quase todos os dias há um comentário, uma palavra, um gesto sentido que faz com que eu nunca esqueça aqueles que serão sempre maiores que eu: os amigos, mesmo que virtuais!
Li algures que a amizade é como um comprimido para as dores. Nunca andamos com ele, mas quando necessitamos sabemos onde ele está!
Tenho, nestes anos que por aqui deambulo, provas evidentes de que este mundo da Blogosfera é Maravilhoso. Obviamente que haverá quem não pense assim, mas por enquanto só posso dar graças a Deus a todos quantos aqui vêm visitar-me duma maneira tão voluntária e amiga.
Acreditem ou não sinto-me verdadeiramente um privilegiado e feliz neste Universo. (A minha idade já não me permite, de todo, mentiras!!!). Obrigado a todos vós!
Esta pandemia e de modo muito particular esta variante Omicrón tem vindo a infectar muito mais gente que as versões anteriores. Valeram aos portugueses as vacinas que ao longo de um ano foram administradas. Ainda assim o número de infectados é alto tal como o de mortos por Covid.
Por isso hoje lembrei-me de ir ligando a diversos amigos para saber em que situação se encontravam. Tirando um caso ou outro que já sabia que estavam infectados, mas sem grandes problemas, os restantes responderam negativamente, o que é bom!
Um desses amigos foi um antigo colega de trabalho. Não obstante a separação física ficou entre nós uma boa e cimentada amizade. Liguei-lhe!
Falámos durante alguns minutos, rimos muito e ao fim de uns minutos acabámos por desligar.
Passado um pedaço tinha esta mensagem no whatsapp:
Meu caro e tão estimado amigo. Obrigado por te lembrares de mim. Gostei tanto de te ouvir. E estava mesmo a precisar de ouvir uma voz amiga. Grande abraço!
Uma mensagem pequena. Mas é nestas ocasiões que o pouco se torna tanto!
Começaram esta sexta-feira finalmente a chegar aos autores alguns (infelizmente não todos) destes volumes
que contêm o tal livro de "Contos de Natal" já amplamente divulgado na blogosfera!
É assim chegado o momento de agradecer a todos quantos colaboraram ou simplesmente autorizaram que os seus textos fossem incluídos nesta colectânea. A saber:
Nota final e porque os últimos serão sempre os primeiros para a Isabel do blogue Pessoas e coisas da vida por ser a mãe deste projecto e para a Olga do espaço A cor da escrita por ser a madrinha e pelos fantásticos desenhos! Sem ambas esta poderia ser mais uma ideia... somente!
Ah! faltou o Pedro Neves... Obrigado também para ti!
Quem aqui vem saberá que tenho outro blogue criado há uns anos e somente para a escrita mais elaborada (detesto a expressão "escrita criativa").
Até Setembro de 2019 este meu outro blogue era pouco visitado e comentários quase nem existiam. No entanto com o desafio de escrita dos pássaros, que teve direito a suas séries e agora com o recente desafio da escrita da "caixa de lápis de cor", para além dos sempre simpáticos e estimulantes desafios da abelha Ana e de outros que entretanto foram surgindo, aquele espaço passou a ter alguma interacção com os leitores e comentadores.
A prova do que digo é o prémio que recebi hoje, ao perceber de forma puramente casual que na pasta dos comentários referentes àquele blogue já havia chegado aos primeiros quatro dígitos.
Obviamente que em comparação com este espaço é muitíssimo menos, mas seja como for é um marco que pretendo registar.
E pronto o desafio de escrita da "caixa de lápis de cor" chegou ao fim.
Deveriam ter sido doze os exercícios, como manda a "sapatilha", porém achou-se que uma dúzia deveriam ser treze para neste número enfiarem o Branco. A exemplo daquilo que acontecia no velhinho Mercado da Ribeira em Lisboa, que eu frequentei em rapazola sempre como ajudante do meu pai e onde uma dúzia nunca correspondia a doze... Outros tempos!
Posto isto é a hora de jamais olvidarem uma visita aos locais infra referidos. Ponho as mãos no lume por todos, sem risco de me queimar, pela grande qualidade dos textos que irão aparecer.
Há três coisas em mim que me definem como não estando bem: não ler, não escrever e passar demasiado tempo na cama.
Foi o que aconteceu nos derradeiros dias. Longos dias a dormir no sofá mesmo sem febre e nenhuma vontade de aqui vir para ler ou escrever seja o que for.
Estive assim durante muitos dias. Demasiados!
Agora tento regressar aos poucos a uma normalidade que quase não tinha consciência de existir. Todavia alguma tosse ainda perdura estando já a ser combatida com velhas mezinhas .
Digam o que disserem os antigos tinham muitas curas para estas maleitas.
Portanto estou de regresso, com calma, serenidade e vontade de escrever!
Termino com um agradecimento a quem se preocupou comigo e com o meu estado. A todos vós um grande "bem-hajam"!