Quando a pandemia começou e tivemos que nos confinar em casa, ums das enormes queixas prendeu-se com a ausência de afectos.
Nada de beijos, abraços e outros cumprimentos.
A desgraça, o desânimo, a tristeza alastrou-se a muita gente. Todavia ficaram as constzntes promessas de que quando isto melhorasse regressariam os afectos.
Pois é... promessas só promessas.
Na verdade ainda não recebi nem os beijos nem os abraços nem outros afectos que durante tanto tempo me prometeram.
E tenho tantos para receber.
Depois queixam-se das promessas não cumpridas dos políticos.
Há nas nossas vidas gestos que nos marcam indelevelmente!
Um beijo, uma carícia, um afago ou somente um sorriso são tão ou mais importantes que uma bolsa repleta de dinheiro.
Por isso valorizo um abraço como parte de um conjunto de afectos que deveriam ser permanentes no nosso dia a dia. Não me esqueço, para exemplificar, a iniciativa que um muçulmano pretendeu fazer em pleno centro de Paris, oferecendo-se para dar e receber uma abraço, num gesto que marcou pela positiva as notícias após os trágicos atentados na cidade Luz.
Mantendo ainda a ideia no abraço, tenho a confessar que é neste gesto que encontro a maior demonstração de sinceridade entre os homens. E dentro destes se um for o pai e o outro um filho... maior é o valor desse aproximar.
Temos todos a percepção de que a sociedade está deveras alterada, dando assim mais valor ao ter do que ao ser (já falei disto algures!!!), mas quando um pai abraça um filho, há nesse aconchego uma espécie de passagem de testemunho e nada mais conta.
E eu, que sou pai e felizmente ainda tenho pai, sei muito bem qual a diferença de ambos os lados.