Quem reside em Lisboa, principalmente nas rotas dos aviões que chegam e partem da capital deve viver sempre em sobressalto, já que um dia pode ter uma visita inesperada e mais que tudo indesejada.
Depois o som monstruoso dos motores que abafam qualquer conversa. Se adicionarmos a esta equação o movimento de veículos na zona do aeroporto de Lisboa temos a certeza de que a capital necessita de um espaço alternativo.
Este é um assunto recorrente na nossa sociedade. Uns dizem que deve ser Montijo, outros Alcochete e já foi Ota e até Montes Claros como eventuais candidatos a receberem um novo aeroporto.
Sei que para se construir um completamente de raiz serão necessários muuuuuuuuuuuuuuuuuitos milhões. Daí procurarem-se locais alternativos ao redor da cidade, minimizando despesas.
Como tudo o que o Estado faz em Portugal a nível de obras públicas há demasiados interesses instalados e se houver uma boa aportunidade de abichar mais algum... tanto melhor!
Nada me move contra ou a favor dos locais, mas percebo que tenha de haver um estudo profundo sobre os impactos ambientais e económicos de um novo aeroporto, seja ele onde for!
No entanto há uma hipótese que deveria ser considerada mesmo que seja a uma distância em linha recta de 130 quilómetros e que se chama Beja.
Faltará a este terminal os melhores acessos rodoviários e ferroviários, mas feitas bem as contas o que ficará mais barato para o país: um aeroporto feito de raiz ou aproveitar uma estrutura que já existe, bastando acrescentar meios terrestres de chegada e partida?
Gostaria então que me provassem por A+B porque é que Beja não serve para aeroporto alternativo! Mas com valores que é para eu perceber melhor!
Cantou Liza Minelli num filme de Martin Scorcese, mas foi superiormente imortalizada por Frank Sinatra uma canção sobre a cidade que "nunca dorme" e que se chama Nova York!
Este "nunca dorme" sempre alertou em mim uma certa consciência de que as grandes cidades são locais de vida... permanente.
Esta madrugada tive de levar um dos meus filhos ao Aeroporto. O vôo era muito cedo e vai daí saímos de casa pelas quatro e meia da manhã. Àquela hora o movimento na estrada era diminuto, mas conquanto me fui aproximando da capital aquele foi crescendo.
Quando cheguei ao Aeroporto a fauna de carros e pessoas era tanta, que quase se assemelhava a uma hora diurna. Viaturas, pessoas tudo numa amálgama que me fez lembrar a tal letra da música de John Kandar, sobre a cidade dos Estados Unidos.
Há diversas zonas de Lisboa que parecem nunca dormir. O aeroporto parece uma delas.
A porta das chegadas está sempre aberta ou melhor sendo automática nunca se fecha tal é a quantidade de passageiros a saírem após as suas longas ou curtas viagens.
Espero alguém que deveria ter chegado às 20 horas, mas o avião aterrou hora e meia depois do previsto.
Nem imagino como estará lá dentro... mas uma coisa é certa: o turismo, provavelmente ira ressentir-se desta morosidade em sair do aeroporto.
Mais uma realidade idiota deste pobre país, na qual as autoridades competentes nem sequer poisam os olhos.
Como sempre aliás quando há problemas. Desde que não se saiba... não há problemas!
Acabei de chegar do Aeroporto da Portela, onde fui buscar um familiar.
Estava eu simplesmente à espera quandoo me lembrei de um texto, acerca deste mesmo local, por mim escrito e publicado há quase quarenta anos.
Do que eu ainda me lembro desse texto, as únicas grandes diferenças são... físicas, isto é, as actuais instalações são amplas e repletas de pequenas lojas, prontas a prestar serviços a preços pouco convidativos.
Todavia os sentimentos são os mesmos daquela época. Os abraços, os beijos, os risos e os choros de contentamento de quem chga e dos que estão, parecem não ter mudado. O que prova que o mundo ainda é algo misterioso, Mesmo após tanto tempo a palavra saudade mantém o mesmo valor de antigamente (sem direito a desvalorização).