Ao invés do que os adeptos preferem o futebol há muuuuuuito que deixou de ser um desporto tão-somente, para se tornar um negócio de muitos, mas muitos milhões.
Certo é que os clubes foram-se endividando para que pudessem comprar mais aquela estrela, sempre no intuito de o retorno fosse desportivo, mas outrossim financeiro.
Obviamente não estou a escrever nada que não se saiba desde há muito.
O problema cresceu quando a pandemia covídica tomou conta das nossas vidas originando entre muitas inibições, o não ser possível jogos com adeptos no estádio. Portanto os lugares que eram geralmente (bem) pagos pelos sócios passaram a estar vazios e os clubes deixaram de ter essa receita.
Sem outras grandes receitas os clubes continuaram a ter a mesma despesa com os seus atletas. Adivinha-se que o resultado das contas… Bateram rapidamente no vermelho.
Esta semana surgiu com a bomba da criação de uma Superliga Europeia por alguns dos maiores clubes europeus. O que é curioso pois geralmente são os pequenos que se revoltam contra os grandes, quando desta vez foram os grandes que se abespinharam contra a UEFA.
Foi o pânico, a ignomínia, o caos.
Os órgãos da UEFA e FIFA apressaram-se a apresentar eventuais castigos aos clubes que alinhassem nesta bravata. Os governos, antigos atletas, treinadores também eles vieram a publico falar contra. Assim como os adeptos que se manifestaram.
Parece que hoje tudo se alterou já que quase todos os clubes envolvidos recuaram no desejo de participarem nessa tal Super Liga. Portanto a dita montanha pariu um rato…
Todavia sinto que nada ficará como dantes. Nem os clubes perante os seus adeptos, nem a UEFA perante os clubes envolvidos. A confusão está definitivamente instalada.
Fica, no entanto, a ideia de que este projecto estava morto à nascença. O que estes clubes fizeram foi um “lançar de barro à parede” a ver se a coisa pegava, pois não acredito que os mentores desta tentativa de golpe no Estado que é o futebol europeu e mundial, não calculassem previamente os anticorpos que iriam originar.
Porém insisto na ideia que da montanha não saiu um rato, mas quase de certeza algo muito maior.
A UEFA e a FIFA também já devem ter percebido isso!
Parece um vírus… Quando apanha terreno fértil ei-lo a mostrar-se e a tentar alastrar.
Falo obviamente daqueles adeptos que à sorrelfa, aproveitam os desaires do Sporting para surgirem numa invulgar pujança.
Nas redes sociais e em blogues é vê-los a denegrirem o clube e os seus responsáveis. Tudo porque não se ganhou um campeonato, tudo porque alguém considera que para o Sporting tudo é válido desde que se ganhe, tudo porque consideram que outrém faria muuuuuuuuuuuuuuito melhor.
Olvidam que após a triste Primavera do ano passado, com a debandada de algumas peças importantes da principal equipa de futebol, com a convulsão que seguiu, os jogadores conseguiram trazer para Alvalade dois troféus e curiosamente contra o mesmo adversário, sendo que na Taça de Portugal ainda eliminámos o Benfica.
Para este vírus os verdadeiros sportinguistas têm, todavia, um antídoto. Temos que ser mais fortes, mais unidos, mais imunes e jamais, repito jamais temermos o futuro.
No universo leonino é mais ou menos consensual que em Portugal há uma espécie de organização com o intuito de retirar o Sporting do grupo dos clubes ditos grandes.
Percebe-se porquê… O dinheiro arrecadado pelo futebol em vez de ser dividido por três seria eventualmente distribuído por menos partes.
Bruno de Carvalho percebeu muito bem isso e depressa colocou um travão nas intenções originando ainda mais anti-corpos contra o Sporting. Todavia deitou tudo a perder com a sua postura recente.
Não consigo provar esta minha teoria, mas percebo, eu e todos os adeptos leoninos, que jornais, televisões e rádios tudo têm feito para menorizar o Sporting. Uma derrota do clube é uma desgraça, enquanto de outros são apenas acidentes de percurso.
Obviamente que este problema não é de hoje. Nem de ontem. Muito menos do tempo de Bruno de Carvalho. Será necessário esticar a memória até aos anos oitenta para se tentar perceber o que correu mal de forma a que chegássemos aqui neste lodo em que o Sporting está actualmente mergulhado.
As (más) contas do Sporting estão novamente na ordem do dia. As redacções editoriais devem banquetear-se com cada má notícia que envolva o emblema leonino. Imagino eu!
Do lado do clube continuam-se a dar constantes tiros nos pés. Ou são as contratações falhadas ou dispensas de jogadores provavelmente de melhor qualidade dos que estão, ou simplesmente a comunicação para o exterior que não funciona. Ou uma gestão, no mínimo, de vão de escada...
Diz o povo na sua imensa sabedoria: “em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão”. Este é assim o ambiente em Alvalade. Truculento, zaragateiro e venenoso.
Basta ver as assistências nos jogos para percebermos que o futebol leonino vive momentos drásticos. Eu próprio já assumi que esta época dificilmente irei novamente ao Estádio.
Ao invés do que calculei, as últimas eleições não trouxeram nem paz nem aplacaram os espíritos mais revoltados e revoltosos. Calculo que atirar para o anterior Presidente as culpas do que se está a passar agora pode parecer fácil, mas não me parece totalmente justo.
Terá Bruno de Carvalho procedido mal? Certamente! Terá ajuizado incorrectamente algumas situações? Com toda a certeza. Falou quando não devia? Muitas vezes.
No entanto relembro o que escrevi acima. O problema do Sporting vem de longe… de muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuito longe!
O Sport Lisboa e Benfica, os seus atletas, os seus treinadores (Jorge Jesus incluído...) e os seus dirigentes não mereciam de forma nenhuma perder esta final.
Mas os seus adeptos fizeram o possível e impossível para merecerem a derrota.