Quando o adágio não bate certo...
Sempre tive a convicção de que o povo é sabio. Esta sabedoria advém de muitos anos de experiência, de vivências, de momentos felizes ou nem tanto.
Seja como for há um provérbio, adágio ou mera sabedoria que diz o seguinte: "quando um homem tem sorte até o vento junta a lenha".
Pois... isto pode ser muito verdade mas hoje não foi isso que aconteceu. Bem pelo contrário...
O dia acordou frio e ventoso, muito ventoso. No céu, aqui e ali, uma nuvem mais escura mas sem ameaçar chover. Na fazenda havia muita lenha para escolher e queimar. Era esse o nosso propósito.
A manhã correu bem. O vento abrandou, cairam uns borrifos o suficiente para amainar o fogo crepitante e por vezes muito crescido. Consegui, com a ajuda preciosa da minha mulher e do meu filho mais novo, queimar muita rama cortada e amontoar a lenha mais grossa que servirá para aquecer as noites frias do próximo Inverno, já que este está a finar-se.
Após o almoço teimou-se. O vento voltara a crescer e era necessário mil cuidados... Que não tive.... De súbito o vento mudou repentinamente de direcção e apanhou rama seca mais próxima. No segundo seguinte andávamos três pessoas ao redor do lume a tentar apagar ou desviar a lenha seca que ainda não fora consumida pelo lume. Dois pinheiros viram-se envolvidos neste brazido inesperado e tive então de me socorrer do 112 e chamar pelos bombeiros antes que a coisa alastrasse.
Todavia quando chegaram, o fogo estava já controlado por nós, mas mesmo assim despejaram uns tanques de água, não fosse novamente o vento tecê-las.
Não ganhámos para o susto.
Com este acontecimento fica provado uma de duas coisas: ou o vento não junta a lenha ou então sou eu que não tenho sorte.