- Amigo mio? Ora o gato mia, o gato come o rato, o rato come o queijo, o queijo vem da cabra, ai o patife o que ele me chamou!
Desde o 25 de Abril de 1974 que vivemos em democracia, com direito a falar e a escrever sem estar sujeito à censura de outros tempos. Já para não falar de direitos e deveres constitucionalmente aprovados. Portanto somos um país livre. Certo? Errado!
Diariamente somos invadidos por notícias em que o direito de cada um é posto em causa por outros que, supostamente, se valem da sua posição de força.
O problema reside na noção daquilo que é verdadeiro ou apenas desconfiança. Não saber fazer esta diferenciação é que torna a actual sociedade um local inseguro onde podemos ver atrás de uma simples e inocente palavra... um acto criminoso.
Dou um exemplo: se for na rua com a minha neta de três anos e alguém disser a cachopita é bonita, poderei pensar que a pessoa está a assediar a criança? Obviamente que não pensarei assim, mas porque sou eu e não vejo em cada expressão um dichote! No entanto há quem pense o inverso e possa considerar até ofensivo.
Na actual República Portuguesa a liberdade já não existe como outrora. Ou melhor... se eu pretender dizer o que penso sobre um determinado assunto arrisco-me a ser vilipendiado por uma turba agarrada a estranhos ideais e cerceando diariamente a nossa liberdade.
Hoje todo o cuidado é pouco com aquilo que se escreve ou diz. Ter tento na língua (e nos dedos!!!), não vá alguém escutar e ler coisas absurdas que ninguém disse ou sequer pensou!
Volto à laracha inicial... quando um homem apenas cumprimentou o outro!
Sendo católico não posso deixar de me sentir profundamente envergonhado com os crimes de cariz sexual praticados pelos padres. Em Portugal e não só!
Vivemos num Mundo absurdo e sem valores. Já ninguém é de confiança, nem podemos garantir que tal personagem é incapaz de tais actos hediondos. Longe disso…
Neste momento a Igreja como instituição percorre estranhos caminhos. Por culpa própria, acrescento!
Entretanto a justiça humana terá de ser feita, custe a quem custar e doa a quem doer. Porque a justiça Divina será outra bem diferente e não caberá ao Homem fazê-la. Entretanto nestes caminhos não pode ficar uma suspeição, uma mera dúvida em aberto, um caso sem ser deslindado.
Escrevi acima que a Igreja é moralmente culpada por estes crimes horríveis, pois se deixassem aos padres abraçarem o matrimónio, como fazem outras confissões religiosas, provavelmente nada disto aconteceria.
Mas no Vaticano há uma Cúpula que pretende continuar (vá lá saber-se porquê!!!) esta estúpida regra.
A Igreja católica apostólica Romana vai ter que acordar para uma nova realidade se pretender manter a força política que sempre teve.
Porque a influência religiosa há muito que a perdeu!
Como católico estou um tanto apreensivo com a eventual saída de D. Manuel Clemente de Cardeal Patriarca de Lisboa. Já li que D. Manuel está aproveitar a situação das diversas denúncias de eventuais abusos sexuais por parte do clero para renunciar ao cargo, mas tudo devido ao seu estado de saúde.
Entretanto a Igreja católica atravessa uma enormíssima crise, não só de identidade como de vocações para além dos tais escândalos de abusos de cariz sexual. Obviamente que muitas outras tendâncias religiosas aproveitam-se destas fragilidades para tentarem crescer à custa da desgraça alheia. Faz parte!
Na minha relação com o clero conheci e conheço alguns que renunciaram às suas vocações para assumirem um amor. Todos eles têm já filhos o que equivale dizer que a Igreja, como instituição, não soube adaptar-se a este novo mundo e perdeu por isso padres fantásticos.
Tenho debatido com outros clérigos a minha ideia de que os religiosos deviam ter direito a optar entre uma vida dedicada à missão de pastor de almas ou assumir a sua vocação também como pastores, mas sempre com a postura de um homem carnal. Nenhum dos padres com que falei concorda com esta minha ideia...
O celibato parece-me, nesta época, algo assaz retrógado, cheirando ainda a Inquisição.
Seria bom que o Papa Francisco e a Cúria Romana acordassem num modelo híbrido para os novos padres. Talvez com isso se evitasse tantos escândalos.
Finalizo com a ideia de que a justiça e a Igreja deveriam em conjunto tentar perceber a verdade e a mentira (porque também há!!!) e julgar e condenar os criminosos.
Porque precisamos de bons Padres e não podemos agora olhar para estes e pensar que poderão estar envolvidos em algum escândalo.