Por esta altura é frequente fazer-se um balanço dos acontecimentos mais relevantes do ano. Não costumo fugir também às contas.
Politicamente falando tivemos dois acontecimentos semelhantes, todavia com resultados diferentes. Se Marcelo Rebelo de Sousa quase não necessitou de fazer campanha eleitoral para se tornar o 20º Presidente desde a Implantação da República, no outro lado do Atlântico, e após uma campanha deveras renhida, Donald Trump vence as eleições face a uma Hillary pouco consistente e sempre demasiado crente nas sondagens, que lhe atribuíam a vitória com alguma folga.
Mas o ano de 2016 trouxe-nos uma vez mais o flagelo dos atentados. Não contando com os inúmeros ataques em zonas de guerra, contei catorze atentados só no ano de 2016. Sendo os piores em Nice com 84 mortos e em Orlando com meia centena de vítimas mortais.
O mais recente foi já esta semana em Berlim. Com 12 mortos...
O ano de 2016 originou também mais refugiados, mais gente que prefere morrer no mar a tentar uma vida melhor para si e para os seus, a ter que ficar numa qualquer cidade e engrossar o número de civis mortos numa estúpida guerra.
O homem jamais aprende! Dificilmente algum país ganhará actualmente uma guerra. Porque as guerras de hoje não são para serem ganhas somente para serem combatidas.
Como sou fundamentalista em relação ao (Des)Acordo Ortográfico decidi ler ou reler, este ano novinho em folha, antigos clássicos. Neste momento estou quase a acabar um livro que um amigo de longa data publicou recentemente e do qual já aqui fiz referência. Mas como está em Português legível...
Deste modo vou-me preparar para ler A Divina Comédia de Dante, seguindo-se talvez "Mulher de trinta Anos" de Balzac e provavelmente alguns contos de Edgar Alan Poe. Finalmente releio "Os Miseráveis" ou alguns policiais escritos por Raymond Chandler.
Não aprecio leitura em que o tema verse enigmas manhosos, aventuras em países e locais demasiados estranhos para serem verdade ou assuntos que abordem a ajuda psicológica como salvadora de muitas mentes.
Por isso este ano de 2016 prevê-se recheado de obras fantásticas.
Sei que há quem valorize muita a passagem do ano. Eu nem tanto… é somente mais um dia, um mês, um ano!
Porém há pessoal na blogosfera que eu muito aprecio e leio e para quem considero que o ano de 2016 deveria ser fantástico. Eis assim os nomeados (e respectivos blogues) para um ano novo repleto de enormes sucessos:
O ano de 2016 pode ser um ano de grandes mudanças, politicamente falando. Ou provavelmente não!
Aproximam-se a passos largos as eleições presidênciais com uma dezena de candidatos perfilados. Pelo que tenho lido e ouvido há já um vencedor antecipado. Porém, na política tal como no futebol, as coisas só estão realmente ganhas no final e não se ganha só com os prognósticos, vontades ou desejos. Aguardemos, pois!
Pelo que me tem sido dado observar, o actual governo que tudo criticou ao antigo, não parece ter força suficiente para alterar o que entendeu que não estava correcto. Seja por imposição europeia ou economico-financeira, António Costa aparece como farinha do mesmo saco do anterior elenco governativo. Só que desta vez com a agravante de ter a esquerda, sempre tão trauliteira noutras alturas, a apoiar a sua inactividade política. O costume!
A título de exemplo do que escrevi atrás relembro apenas o caso dos feriados, que seriam repostos no novo ano, mas que até agora o silêncio sobre este assunto parece ensurdecedor. Olvidaram a promessa!
O aumento do preço pão e da luz levará consequentemente a outros aumentos de bens essenciais. E curiosamente não ouvi ninguém vir a terreiro fazer qualquer observação. Esqueceram-se certamente!
Teremos assim no próximo ano um governo tão amorfo quanto o anterior, tão submisso à Comissão Europeia quanto PPC e tão refém da economia e finanças quanto os outros executivos. Como diziam que nunca ficariam!
Face a este belíssimo panorama vamos ter certamente em 2016 direito… a continuar a ser enganados por uma chusma de políticos que nos prometeram o céu e nos vão brindar com o inferno! Iguais aos anteriores!
Quando chego a esta altura do ano costumo, interiormente falando, fazer uma espécie de balanço. Assim a modos que uma auto-avaliação do que fiz ou não fiz nos últimos doze meses.
Corri então a análise (à moda de uma aplicação informática!!!) e percebi que nem tudo foi bem feito. Ora perante tamanha evidência, é normal que pense em alterar alguma coisa para o próximo ano: nova postura, outras ideias, diferentes formas de trabalhar, mais empenhamento… eu sei lá!
Mas se alguém me perguntar o que sinceramente mais desejo para 2016, respondo sem rodeios que é daqui a um ano aproximadamente, estar a escrever outra análise parecida com esta, como escrevi há um ano. Parece pouco? Talvez! Mas para mim é muito…
Se assim for, conseguirei diversas coisas: a primeira é estar vivo, o que será óptimo; a segunda corresponde a (man)ter a capacidade física e cognitiva para escrever, o que será maravilhoso; a terceira será que ficarei um ano mais próximo da merecida reforma, o que é fantástico.
A partir daqui tudo o que o ano de 2016 me trouxer por bem será lucro. O que correr menos bem tenho de estoicamente aceitar já que faz parte da vida.
Finalmente agradeço a todos quantos por aqui passaram neste último ano, deixando ou não comentários, e desejo que entrem em 2016 com o único pensamento de que viver é uma dádiva e que devemos olhar cada dia que nos surge como um novo e estimulante desafio.