Faz hoje precisamente vinte e dois anos que eu estava em Barcelona. Dia 11 de Setembro, dia nacional da Catalunha.
Lembro-me muito bem desse dia. Era sábado, jogava o Barcelona e o Espanhol no Nou Camp. As ruas engalanadas de bandeiras condais, os adeptos vestiam-se a rigor do clube do coração fosse a idade que fosse.
Foi das primeiras vezes que fui a Barcelona e a primeira em que fiquei uns dias para passear na bela capital catalã.
A cidade estava em festa e por todo o lado a alegria dos locais era evidente.
Mais de duas dezenas de anos depois destes festejos, por mim presenciados, Barcelona ou melhor a Catalunha é um barril de pólvora pronto a rebentar e para o qual a brigada de minas e armadilhas do governo espanhol não tem solução.
É pena... Tenho realmnete pena que Barcelona se tenha tornado uma cidade demasiado encrespada.
Há 20 anos eu estava numa quinta numa formação de inglês. Os meus filhos estavam também na quinta, mas na piscina. Felizes e contentes.
Após o almoço e um breve passeio eis-nos, todos os formandos, chegados a uma sala de estar onde encontrámos uma televisão e onde, em directo, vimos a queda das Torres Gémeas.
Um choque foi o primeiro sentimento que tive ao ver a queda dos prédios. Depois vi a repetição dos ataques, uma e outra vez. Pensei: isto é ficção!
O professor estava lívido! Canadiano de nascimento e casado com uma portuguesa acabou por confessar:
- Eu estive ali a semana passada.
Obviamente que nessa tarde não houve mais aula, tal a forma como ficámos presos ao pequeno ecrã.
Hoje, duas dezenas de anos decorridos, percebemos que aquele ataque ao coração da "BigApple" foi acima de tudo um ataque às nossas fragilidades e à tomada de consciência de que ninguém está realmente seguro.
O Mundo mudou muito desde esse trágico dia... Para pior, certamente. Estamos mais inseguros e desconfiamos de todos.
Nunca chegaremos a perceber qual o fundamento verdadeiro daquele ataque, o que sabemos é que a vida humana tem para muitos o valor de um ínfimo grão de areia.
Feliz é a frase em que deveríamos ser mais 9 do 11 (queda do muro de Berlim) e menos 11 do 9 (ataque às torres Gémeas). Só que a realidade actual está muuuuuuuuuuuuuuuuuuuito longe deste desiderato!
Termino com o sentimento de que da mesma maneira que nunca se deve esquecer o Holocausto será bom jamais olvidar este malfadado dia!
Há 21 anos estava eu em Barcelona. Era sábado e sendo este o dia Nacional da Catalunha a cidade condal estava toda engalanada. Ainda por cima jogavam o Barcelona e o Espanhol, duas equipas daquela região espanhola. Neste mesmo dia o meu pai em Portugal partia o tornozelo após ter caído de um escadote.
Há 19 anos estava eu num curso intensivo de inglês numa quinta que a entidade onde trabalhei tinha para o efeito, quando após o almoço assistimos em directo à derrocada das torres gémeas na cidade que nunca dorme. Momentos impensáveis e tristemente inesquecíveis.
Há anos a cidade, onde resido habitualmente, tornou-se neste mesmo dia sede de concelho. Por isso hoje aqui é feriado municipal.
Há horas nesta mesma morada dois homens dedicaram-se à agricultura. Após os tomateiros que já não existem foi a altura para cavar a terra e plantar uma centenas de pés do couve "Penca de Chaves", uma dúzia de bróculos, lombardo, galega e couve flor.
Jamais esquecerei este dia. Não só pelas tragédias humanas, mas acima de tudo pela cara de estupefacção do meu professor de inglês que comigo e mais outros colegas assistiu em directo, na televisão, à queda das torres gémeas.
Participava naquela semana numa formação de inglês. O almoço decorrera bem e após uma volta na Quinta onde se realizava o curso regressámos à sala de aula.
Mas antes vimos tudo aquilo. Os olhos não se desviaram um segundo do écran televisivo.
E as lágrimas de um homem corriam por entre rugas e barba.
Nesta data naquela cidade condal comemora-se o dia do País da Catalunha. E digo país porque os próprios catalães têm um enorme “outdoor” nas autoestradas para Barcelona dizendo “Benvindo ao país da Catalunha”.
A capital, que conheço bem, tem tudo para ser um local muito especial. Desde cultura a entretenimento, aos belos museus e às praias, Barcelona está bem fornecida.
Mas neste dia 11 assisti a uma cidade engalanada de cores entre o vermelho e o laranja. Para melhorar era sábado e no “Nou Camp” – o mítico estádio do clube de futebol Barcelona jogava-se um dérbi citadino. O que equivale dizer que a equipa do Espanhol foi visitante no estádio “blaugrana”.
Nesse fim de tarde o metro da cidade estava repleto. Especialmente de adeptos catalães que se deslocavam para assistirem ao jogo. Entre os magotes reparei em três idosos – duas senhoras e um cavalheiro – que equipados a rigor com as cores do clube principal, se divertiam imenso naquele emaranhado de gente. Um exemplo de adepto que me marcou profundamente.
Nesse mesmo dia o meu pai, que estava em Portugal, partiu um pé!
Outro 11 de Setembro que me lembro tem obviamente a ver com o ataque às torres gémeas em Nova Iorque. Recordo-me que estava em formação numa quinta da entidade empregadora. Curiosamente num curso intensivo de inglês.
O professor era canadiano, todavia casado com uma portuguesa e após a volta “higiénica” a seguir ao almoço, regressámos à sala de aula. Na sala de espera a televisão estava acesa e deste modo tive ainda a infeliz oportunidade de ver, em directo, a segunda torre gémea a cair.
O Randy – assim se chamava o professor - estava lívido, como se não acreditasse no que via. Eu assustei-me com tamanha barbárie. A aula dessa tarde ficou claramente por ali e a verdade é que desde esse fatídico dia o Mundo jamais foi igual. Até hoje!
Neste dia um amigo meu faz anos.
Ora entre o 11 de Barcelona e o 11 de Nova iorque decorreram somente dois anos. Contudo desde este último, vivemos momentos deveras estranhos. O futuro parece muito incerto.
Pois também nós teremos de escolher os 11 de Setembro das nossas vidas: ou o da alegria dos idosos ou o da intemperança humana.
O dia estava fantástico. Após um almoço e de um passeio eis-me de regresso à sala de aulas para continuação da formação. Na sala de espera a televisão estava acesa e no instante em que entro vejo no ecran, para imenso espanto, um avião a entrar por um edifício como faca em manteiga em dia de Verão. Percebi que era nas torres gémeas, na cidade que nunca dorme, para logo a seguir dar conta que não havia sido um mas dois aviões a chocar contra o World Trade Center. O resto já todos sabemos...
Todavia a imagem que nesse dia mais me surpreendeu foi a queda em directo dos dois edifícios. Inimaginável.
A formação ficou por ali, ainda por cima porque o professor era canadiano e não foi capaz de dar mais aulas.
Isto foi há precisamente 15 anos.
Desde aquele dia até hoje o Mundo mudou muito. Para pior!
Depois das Torres Gémeas, foram os atentados em Londres e mais tarde em Madrid. E num, quase indefinido, número de locais por esse Mundo. A insegurança passou assim a fazer parte integrante das nossas vidas.
Sempre achei os atentados às torres gémeas como algo impensável. Essencialmente devido aos sofisticados sistemas de comunicações que os Estados Unidos conseguem controlar. Não quero com isto dizer que defenda uma teoria da conspiração mas que dá que pensar, isso dá.
Quando estes nefastos acontecimentos surgem, quase sem sabermos como, há uma questão que fica sempre em aberto: quem realmente ganhou com a tragédia?