Estou cada vez mais convicto que a UEFA quer “à força toda” uma Final da Liga dos Campeões com clubes espanhóis de maior relevo. Isto é, um duelo europeu entre Cristiano e Messi. E esta intenção tem muuuuuuuuitos anos.
Os (poucos) interesses desportivos e os (muitos, demasiados) interesses financeiros, estão obviamente na origem desta férrea vontade do órgão máximo do futebol europeu. Não calculo sequer os valores assombrosos que andariam à volta de um jogo destes. Mas não só...
Acredito que a UEFA deseja afincadamente esta final para finalmente colocar Messi num pedestal mais elevado que Cristiano.
Mas para tal aquele órgão necessita que ambos os clubes consigam chegar à dita Final. Ora em anos anteriores tanto o Real como Barcelona têm chegado às semifinais e ás finais mas curiosamente nunca ambos no mesmo ano.
Tudo isto para explicar o quê?
Ontem estive em Alvalade com mais 48274 adeptos e vi um Sporting a ser massacrado por um árbitro que, enquanto a equipa blaugrana não marcou, não deixou de atemorizar os jogadores do Sporting. Qualquer toque num jogador da cidade condal, o atleta leonino era logo admoestado com a cartolina amarela. Um manual de como não se deve arbitrar.
Fiquei ainda com maior impressão quando após o golo de Barcelona o árbitro deixou de apitar tanto. Geralmente nunca perco a cabeça no estádio, todavia ontem perdi as estribeiras, pois jamais vi um juiz a preceder desta forma. Comentei que a ser daquela maneira o Sporting não acabaria com os onze jogadores. Mas Coates teve aquele azar e a partir daí tudo acalmou.
Nem imagino sequer o que faria novamente o árbitro se Bas Dost ou Bruno Fernandes tivesse marcado o golo do empate.
Tudo isto para explicar que se ontem estivesse no campo um juiz competente, provavelmente não estaria a escrever este texto.
Em Portugal há muita crítica no que diz respeito ao futebol. E sendo eu também um adepto do Desporto-Rei faço parte dessa mole que às segundas-feiras tem por hábito falar das boas e más vicissitudes do fim de semana.
No actual panorama futebolístico luso os árbitros têm tido as costas muitas largas ao suportarem as culpas de muitos maus resultados de algumas equipas. A maioria incompetência de treinadores e dirigentes, mas a culpa recai sempre neles... É mais fácil!
O curioso é que num qualquer debate futebolístico vem diversas vezes à baila as referênciias aos apitadores de outros campeonatos como gente com uma matriz quase perfeita no que concerne às regras do futebol e aplicação destas num jogo.
Se, por exemplo, em Inglaterra há árbitros de alto nível, quase professorais em campo, também já vi alguns decidirem coisas horríveis. Acontece a todos... Acrescento: um dos melhores do Mundo foi o italiano Pier Luigi Collina a quem eu vi arbitrar jogos que nem um árbitro de quarto nível.
Abordo este assunto após o Real Madrid - Bayern. Hoje... ou melhor esta noite... os Deuses da bola estavam com a equipa madrilena. Definitivamente!
Vi o jogo todo e, sinceramente, se não fossse o senhor do apito, esta noite em Madrid moraria a tristeza. Jogadores por expulsar, outros expulsos sem razão, golos em fora de jogo... bom no Santiago Barnabéu houve de tudo um pouco. Passou assim o Real, mas não devia...
O árbitro teve enorme influencia no resultado a pontos que deverá ter que fazer um curso de reciclagem ou então abandonar a actividade. Não dignificou em nada a sua classe nem o futebol.
Há muitos anos o tema das conversas das segundas-feiras, pelos “paineleiros” de café versava, naturalmente, as incidências do futebol do fim de semana. Os golos marcados e falhados, os jogadores, as opções do treinador, as jogadas, as defesas, um ror de acontecimentos.
Hoje, porém, a discussão recaí quase sempre sobre as mesmas personagens: os árbitros. Os homens do apito passaram de figuras quase anónimas, para actores principais retirando, na maioria das vezes, aos verdadeiros intérpretes o mérito e o valor das suas jogadas.
Trago este tema a lume, porque Bruno de Carvalho apresentou diversas propostas para uma melhoria do nosso futebol. Entre elas apareceu o sorteio dos árbitros numa tentativa, quiçá quixotesca, de evitar (estranhas!!) influências de alguns dirigentes desportivos na escolha dos homens de negro.
Tenho a perfeita consciência que na arbitragem, tal como na vida, há pessoas muitos competentes e outras menos capazes da sua actividade. E é nesta última situação que é necessário, desde já, perceber como é que alguns árbitros chegaram à primeira categoria… Provavelmente começa aqui o verdadeiro problema. Mas adiante…
Em face do que tenho lido sobre o tal sorteio, concordo que ambas as partes – prós e contras – apresentam razões muito válidas para as suas defesas. Melhores árbitros para os jogos mais importantes, envolvam ou não os três grandes, ou sorteio puro e simples com a limitação de arbitrar mais que x jogos onde entre a mesma equipa.
A tentativa do actual presidente do Sporting em expurgar o negócio do futebol de alguns exageros e influências é bem visto por uma grande maioria de clubes. Estranho, todavia, que alguns clubes de grande implementação não afinem pelo mesmo diapasão. Porque será?