Suicídio: a arma dos cobardes?
Hoje tomei conhecimento que um jovem da minha idade se suicidou lá na aldeia onde ambos partilhámos tantas brincadeiras e aventuras.
Não sei quais as razões que o levaram a tão desesperado acto, mas enfim cada um é que sabe das suas dores, especialmente as da alma, para que assuma uma acção assim... radical.
Há muitos anos a um outro meu amigo foi diagnosticado um cancro altamente invasivo. Sem coragem para receber os tratamentos devidos preferiu a cobardia da morte quase instantanea que a coragem de padecer um pedaço, seria certo, mas provavelmente ainda hoje estaria vivo.
Lido mal com o suicídio! Especialmente a partir do momento que vi alguém a meu lado atirar-se para a linha na estação do Campo Pequeno em Lisboa. Custa-me entender o acto irreversível. Percebo que haverá muita gente incapaz de lidar diariamente com as suas decepções e tristezas, porém não me parece ser razão para o suicídio. Até porque hoje há boas terapias e muuuuuuuuitos medicamentos que ajudam os indefesos, não a resolver os seus problemas, mas unicamente a enfrentá-los.
O ser humano é uma máquina muito complicada... E não há ninguém (leia-se médico!) que consiga, com total certeza, curar uma mente doente. Terá de ser o próprio a querer curar-se encontrando na vida os emplastros curadores para as dores da sua alma.
Finalmente para o meu amigo de infância só desejo que descanse, finalmente, em paz!