A produção (extraordinária) de azeite deste ano!
Li hoje num jornal diário um artigo sobre a extraordinária produção, deste ano, de azeitona e consequentemente de azeite.
O texto referia essencialmente o Alentejo e os milhares de hectares de olival intensivo e superprodutivo, todo ele à custa de intervenções químicas criadas para o efeito.
Como já escrevi atrás, nunca na minha vida tive um ano com tanta azeitona, como este. E não ministrei qualquer produto.
Ainda no dito artigo fala na dificuldade dos lagares existentes em darem despacho a tanta azeitona recebida. De grandes e pequenos produtores. Entretanto o dono do lagar onde fiz a azeitona queixava-se essencialmente do bagaço que saía das centrifugadoras, pois não tinha sítio onde o colocar.
Antigamente este bagaço era entregue aos porcos. Hoje isso já não se faz, criando assim aos lagareiros mais um problema logístico. E que este ano com a enormíssima produção se agravou!
Toda esta situação faz-me recuar uma trintena de anos quando na minha pequena aldeia havia dois lagares que nesta época trabalhavam arduamente. Depois com a entrada de Portugal na UE e da implementação de regras muito rigorosas no que respeita aos lagares e à sua laboração, os da minha aldeia fecharam, originando que os produtores locais procurassem outros lagares na zona, criando normais engarrafamentos, nomeadamente na entrega da azeitona.
A minha produção deste ano rondou os 800 litros de azeite contra os 725 litros em 2017, ano em que não havendo tanta azeitona, esta fundiu a valores fantásticos, chegando a pouco mais de 6 quilos para um litro de azeite.
Este é, sem dúvida, um ano atípico em termos olícolas, mas seria bom que quem tem este negócio aprendesse alguma coisa... Nomeadamente a organizar-se... que considero a maior das pechas neste sector!