Saldar contas!
Foi por volta dos 60 anos que percebi que estava a ficar... velho! O que é muito diferente de ser idoso. No entanto tanto para um como para outro não há uma idade definida. A não ser os diversos governos que cada ano vão acrescentando meses à nossa velhice. Nesta altura parece ser aos 66 anos e sete meses, mas pode ser que no próximo ano sejam mais ou menos meses! Ou anos!
Dito isto vamos ao que interessa!
Quando somos novos acreditamos piamente que seremos muito diferentes do que foram os nossos pais e avós. Temos outras visões da vida e acima de tudo do futuro, seja este próximo ou mais longínquo.
Só que o caminho da vida acaba (quase) sempre por nos levar a destinos tão diferentes dos imaginados que a determinada altura nem damos conta de como ali chegámos. É nesse instante que nos lembramos dos nossos antecessores e percebemos que se calhar eles tinham alguma razão nos avisos que iam dando e que nós olimpicamente olvidávamos.
Não fugi a esta matriz. Fui também rebelde, sensato, arisco, afável e mais não sei quantos adjectivos... Alguns bons e outros nem por isso.
Agora começa o tempo de fazer contas destes anos todos já consumidos. Do lado vermelho contabilizo os erros, as faltas, as minhas próprias e não assumidas pequenas e grandes hipocrisias. Do lado azul somo o empenhamento na ajuda aos outros, a solidariedade, os actos generosos que possa ter tido, para no final obter um saldo.
Contas apuradas restar-me-á apenas uma dúvida: se o saldo for negativo será que ainda posso ir a tempo de saldar as contas?