Regresso ao passado
Hoje (re)visitei um velho restaurante onde tantas e tantas vezes matei a fome. Naquele tempo a Baixa Pombalina tinha mais portugueses trabalhadores que turistas e era ver o restaurante quase sempre a abarrotar. Especialmente ao balcão.
E foi aqui que fui hoje... almoçar. O balcão é o mesmo mas a paisagem humana muito diferente. E não só. Os pipos de madeira donde jorrava o vinho espumoso foram substituídos por umas caixas de papelão com torneiras de plástico. A montra de vidro ainda lá se encontra mas as sandes não. E havia-as lá de tudo: de ovo, panado de fiambre, sandes de cabeçab de porco, de queijo fresco, de atum... eu sei lá que mais!
E depois podia-se misturar tudo. E havia misturas mirabolantes. Bastava que solicitássemos e na altura saia a sandes à nossa maneira. Outra curiosidade é que os empregados chamavam-se todos Manuel. Mas o que mais caractrizava aquele espaço de repasto era a sopa. A Cartaxense... como lhe chamavam. Um caldo à moda antiga onde a colher quase ficava na vertical.
Ao balcão atendeu-me uma senhora que me deu uma sopa a meu pedido. Estava boa mas a da velha e gorda Joana era bem melhor! Já não havia sandes de tudo e por isso pedi uma mera e vulgar bifana. O vinho saíu do tal pacote sem graça nem gosto.
Já não havia o barulho de dezenas de clientes. nem dos empregados a pedirem coisas para a cozinha,
Finalmente pedi a conta, paguei e pus-me a caminho. E pensei como ainda há quem diga que está tudo na mesma. Tenho a certeza que não.