Recordações e o futuro!
Sempre gostei de guardar recordações, Sejam os bilhetes de concertos a que assisti, os museus que visitei, as viagens que fiz.
Também guardo muitos dos papéis onde principiei a escrever os primeiros textos. Um deles é um velho caderno de argolas, pautado e onde estão escritas as minhas primeiras crónicas, que mais tarde seriam publicadas num jornal regional. Muitos blocos, muitas folhas soltas, muitas ideias alinhavadas, mas poucos textos realmente escritos.
No entanto guardei tudo... para de vez em quando revisitar com saudade e nostalgia. Saudade de um tempo em que era muito mais novo, com estaleca para dar e vender. Nostalgia por tantos encontros, almoços, jantares, reuniões em minha casa ou em casa de outros. Queríamos mudar o Mundo, os pensamentos, as mentalidades acabadas de sair de uma longa ditadura.
Hoje os nossos computadores guardam tudo no mesmo espaço físico. Não há cadernos, blocos, folhas simples onde se rabiscava qualquer coisa e ali ficava a aboborar...
Entre aquele tempo e agora passaram mais de 40 anos. Quase meio século... O tempo realmente voa e nunca pára.
Vai daqui há uma questão que formulo a mim mesmo: como será daqui a outros 40 anos?
E mais importante de tudo: como serei recordado pelos meus?