Quando ninguém é culpado!
Faz amanhã precisamente quatro meses que se deu a tragédia de Pedrogão Grande.
Desde esse trágico dia muito se escreveu e debateu. Mas pelo que se viu tudo não passou de um conjunto de estranhas intenções que culminaram em mais esta humilhação perante o Mundo ao deixarmos morrer cem pessoas às mãos de fogos incontroláveis.
Sei por experiência própria que o fogo assim que toma conta de uma mata dificilmente se deixa apagar. Todavia o problema não é o que está já a arder mas aquilo que ainda falta queimar. E falta cada vez menos.
As sucessivas autoridades há muito que vêm dizendo que é necessário ordenamento florestal e outras palavras atípicas. Mas nada se faz, só se estuda. O fogo, entretanto, que não se peocupa com estas demandas vai devorando tudo que encontra no seu caminho. Até vidas humanas.
A culpa de tudo isto é do calor exagerado, da seca, de dezenas de factores. Nunca é dos incendiários apanhados e logo libertados, nem das entidades competentes em (não) gerir as florestas, nem dos interesses escondidos por detrás destes fogos (que os há, quase de certeza).
O governo continua a assobiar para o lado. Decretas umas calamidades como se com essa iniciativa os incêndios apagassem por si só. A ministra não consegue dar um murro na mesa de forma a mandar mais gente combater os incêndios. As autarquias, passadas que foram as mãos abertas para obras eleitoralistas, refugiam-se na velha ideia de não terem dinheiro para limpar as matas. Histórias conhecidas...
Ao mesmo tempo que tudo isto acontece António Costa não consegue ser um PM à altura dos acontecimentos. Quantas mais pessoas terão de morrer para que a Ministra da Administração Interna saia? Não é que vá resolver nada, mas certamente que o seu CV não ficará mais iluminado com estas desgraças. E necessitamos de alguém que pegue "o touro pelos cornos".
E com tudo isto o Governo continua em alta!