Prometido é (in)devido!
Ainda sobre a mensagem de Natal do Primeiro Ministro António Costa, ressalto uma promessa eleitoralista que ele lançou e que se prende com os médicos de família para todos os portugueses.
Em face desta promessa fico sempre com a ideia de que o PM fala demais.
- Primeiro porque, sinceramente, o médico de família deveria existir para aqueles que têm menos recursos (reformados, desempregados, pensionistas de baixos rendimentos, trabalhadores com ordenado mínimo) e não para todos, independentemente do que diz a constituição. Até porque no meu caso específico não necessito do tal médico porque sou beneficiário de um sistema de saúde próprio. Se usar o SNS nessa valência sou mais um utente para as filas madrugadoras para ter direito a uma consulta. E como eu há muita gente;
- Segundo porque uma consulta com um médico de família não nos dará automaticamente saúde. Desengane-se quem assim pensa;
- Terceiro porque os próprios médicos devem estar superiormente instruídos para evitarem passar exames ou medicamentos a pedido, a não ser nos casos crónicos.
E para o último caso dou um exemplo: o meu pai está internado com uma anemia grave. A médica de família que viu as análises há uns tempos largos chamou à atenção para a alimentação porque parecia que os valores de sangue estavam no limite mínimo. Mas não mandou repetir os exames. Nunca mais!
Deste episódio posso inferir que não o fez por incompetência, mas somente para evitar custos ao SNS, julgando, quiçá erradamente, que com alguma alteração alimentar as coisas se resolveriam.
Não resolveram. E pior… O Estado irá agora pagar mais do que umas simples análises.
Portanto seria bom que o senhor Primeiro Ministro cuidasse mais com o que promete. A conversa eleitoralista nem sempre dá votos!