Pobre miúdo!
Este fim de tarde, início de noite saí de casa para ir à farmácia aviar-me de... saúde!. Corria um vento frio e pouco agradável ao qual contrapus alguma roupa mais quente.
Mãos nos bolsos aí fui eu e mais os pensamentos, principalmente os derivados da escrita em busca de uma qualquer ideia para um próximo conto de Natal.
Entrei no bairro da farmácia e deparei logo com sinais luminosos. Todavia estava tão absorvido nas minhas ideias que nem liguei ao semáforo vermelho para a passagem pedonal e atravessei sem parar. Do lado contrário aguardavam dois peões.
Mal acabo de atravessar a passadeira oiço:
- Porque passaste?
Percebi logo que a crítica era comigo. Eu espantado, o puto zangado, a mãe envergonhada. Mas ao invés de seguir o meu caminho recuei uns passos e assumi:
- Tens toda a razão! Não deveria ter atravessado a passadeira com o sinal vermelho. Muito bem observado.
A mão aliviada pela minha postura acabou por me confessar:
- É um desbocado...
- Não faz mal. Eles também nos ensinam!
Finalmente e em jeito de remate perguntei-lhe:
- Como te chamas?
O que eu percebi foi um nome estranho e por isso ousei perguntar à mãe:
- Como?
- Angélico!
- Ahhhh!
Na verdade não percebera mal. Depois terminei.
- Boa noite e obrigado!
Segui o meu caminho até à farmácia enquanto pensava no coitado do miúdo que não teve culpa alguma no nome que lhe deram!